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Hepatite C

O que é a Hepatite C?

A hepatite C é uma infecção viral causada pelo vírus da Hepatite C.

A transmissão ocorre quando o sangue contaminado com o vírus entra na corrente sanguínea de uma pessoa não infectada.

A maior parte dos pacientes respondem bem ao tratamento com medicamentos tomados por boca por dois a seis meses.

O problema é que cerca de metade das pessoas não sabem que estão infectadas e, desta forma, não realizam o tratamento. Isso acontece porque os sintomas podem levar décadas para aparecer.

Quando não tratada, a Hepatite C tem potencial para evoluir com sérias complicações, como a cirrose Hepática ou o câncer no fígado.

Ao contrário das hepatites A e B, não existe vacina contra a Hepatite C.

Sintomas da infecção aguda

A maior parte dos pacientes não apresentam sintomas ou apresentam sintomas leves na fase aguda da infecção.

Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem:

  • Pele e olhos amarelados (icterícia);
  • Fadiga
  • Náusea ou vômitos
  • Febre
  •  Dores musculares. 

Os sintomas agudos aparecem de um a três meses após a exposição ao vírus e duram de duas semanas a três meses.

Qual a evolução da Infecção aguda pela Hepatite C?

Sem tratamento, cerca de 75% dos pacientes com Hepatite C desenvolvem a forma crônica da doença, enquanto que 25% dos pacientes se curam espontaneamente (1). 

Nos pacientes que se curam da infecção, ela acontece em até 6 meses em aproximadamente 75% das vezes e em até 12 meses em 90% das vezes.

 Isso significa que, sem tratamento, a maior parte dos pacientes que persistem com o vírus após o primeiro ano desenvolverão a forma crônica da doença (2).

Sintomas da Infecção crônica

A hepatite C crônica geralmente se desenvolve de forma silenciosa por muitos anos, até que o fígado esteja comprometido de forma suficiente para causar os sintomas característicos da Insuficiência Hepática.

Os sinais e sintomas mais comuns, nestes casos, incluem:

  • Sangramentos frequentes e difíceis de serem estancados;
  • Fadiga
  • Perda do apetite
  • Perda de peso
  • Urina escura
  • Pele e olhos amarelados (icterícia)
  • Acúmulo de líquido no abdômen (ascite)
  • Inchaço nas pernas
  • Confusão, sonolência e fala arrastada (encefalopatia hepática)

Complicações da infecção por Hepatite C

Cirrose Hepática

A inflamação crônica do fígado pode levar à substituição do tecido hepático normal por tecido cicatricial (fibrose), condição essa chamada de Cirrose Hepática.

A cirrose, por sua vez, pode evoluir com aumento na resistência à circulação do sangue (Hipertensão portal) e perda da função hepática (Insuficiência Hepática).

A progressão para cirrose ocorre em 5 a 10% dos casos, em um prazo de até 20 anos (3)

Câncer de fígado

O risco de desenvolver Câncer de Fígado em pacientes com Hepatite C é 17 vezes maior do que em pessoas sem doença hepática (4).

Ele geralmente acontece após pelo menos 20 anos de infecção e cirrose avançada. Nestes casos, o  risco de desenvolver câncer é de aproximadamente 2 a 6% a cada ano (5).

Diagnóstico da Hepatite C

A hepatite C geralmente é diagnosticada usando dois exames de sangue: o teste de anticorpos e o teste de PCR. 

Além disso, uma vez feito o diagnóstico da Hepatite C, exame de sangue com Marcadores da Função Hepática, exames de imagem como a ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética ou a Biópsia Hepática podem ser solicitados para avaliar o grau de comprometimento da estrutura do fígado e da função hepática. 

Outros exames podem ser solicitados para a identificação de eventuais complicações.

Teste de anticorpos

O teste anticorpos contra o vírus da Hepatite C (Anti-HCV) determina se o paciente já foi exposto ao vírus da hepatite C em algum momento ao longo da vida.

Um teste positivo não significa necessariamente que o paciente esteja infectado, uma vez que ele pode ter tido a infecção e se curado.

Por outro lado, um teste negativo não exclui uma infecção recente. Isso porque o corpo leva algum tempo até produzir os anticorpos. 

No caso de uma infecção recente, o paciente pode estar em uma janela imunológica, no qual ele está infectado, mas o Anti-HCV tem resultado negativo.

Teste de PCR

No paciente que tem um teste Anti-HCV positivo, o teste de PCR permite diferenciar se ele teve uma infecção passada que foi curada ou se ele tem a doença ativa.

O teste de PCR positivo indica que o paciente ainda está com a doença ativa.

Interpretação dos resultados

A interpretação dos resultados da sorologia para o vírus da Hepatite C é feita conforme a tabela abaixo:

 

Anti-HCV HCV-RNA Interpretação
Positivo Positivo Infecção ativa
Positivo Negativo Infecção passada e curada
Negativo Positivo Infecção recente, no período de janela imunológica
Negativo Negativo Nunca infectado

Tratamento da Hepatite C

Medicamentos antivirais

A infecção por hepatite C é tratada com medicamentos antivirais destinados a eliminar o vírus do seu corpo. O objetivo do tratamento é eliminar o vírus da hepatite C.

Os comprimidos são tomados por 8 a 12 semanas. Entretanto, a escolha dos medicamentos e a duração exata do tratamento dependem do genótipo da hepatite C, presença de lesão hepática existente, outras condições médicas e tratamentos anteriores.

Os antivirais de ação direta curam 9 em cada 10 pacientes com hepatite C (6). Isso significa que estes pacientes não terão mais o vírus agindo em seus organismos. A medicação não terá efeito, porém, sobre o dano causado pelo vírus até então.

Medidas comportamentais

A cura da infecção com o tratamento antiretroviral não elimina o dano causado previamente pelo vírus.

Assim, algumas medidas são recomendadas para o resto da vida, incluindo:

Abstinência alcoólica

O consumo de álcool favorece a progressão da doença hepática. Assim, o paciente com infecção ativa pela Hepatite C ou com sequela de uma infecção prévia deve se esforçar para se afastar do álcool.

Isso nem sempre é fácil. Assim, discutimos medidas para o tratamento do Alcoolismo em um artigo específico.

Cuidado com medicamentos

Grande parte dos medicamentos são metabolizados no fígado. Estes medicamentos podem piorar a evolução da doença, de forma que o custo benefício de cada medicamento deve ser analisado individualmente.

É importante, desta forma, que se converse com o médico sobre todos os medicamentos, incluindo aqueles de venda livre.

O paciente deve, da mesma forma, fazer todo o esforço possível para se arrastar das drogas recreativas, especialmente das drogas de uso injetável.

Transplante de fígado

Infelizmente, muitos pacientes só diagnosticam a Hepatite C em uma fase tardia, quando aparecem os sintomas da Cirrose Hepática e da Insuficiência Hepática. O Transplante Hepático pode ser considerado a depender da gravidade do comprometimento do fígado.

Na maioria dos casos, o transplante de fígado não levará à cura da hepatite C. É provável que a infecção retorne, exigindo tratamento com medicação antiviral para evitar danos ao fígado transplantado. 

Alguns pacientes podem se beneficiar do tratamento com os antivirais de ação direta antes da realização do transplante.