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Gastroparesia Diabética

O que é a Gastroparesia Diabética?

A Gastroparesia Diabética é uma condição associada à Neuropatia autonômica, uma das formas de Neuropatia Diabética.

Nesta condição, há um comprometimento do Sistema Nervoso Autonômico, responsável por controlar a pressão arterial, frequência cardíaca, sudorese, visão, micção, sistema digestivo e órgãos sexuais.

A Gastroparesia Diabética faz com que a motilidade da musculatura gástrica fique comprometida. Assim, o alimento permanece no estômago por mais tempo do que deveria.

Embora seja mais comum em pessoas com Diabetes tipo 1, pessoas com Diabetes tipo 2 também podem desenvolver o problema.

A maioria das pessoas com gastroparesia tem Diabetes há pelo menos 10 anos e também apresenta outras complicações relacionadas à diabetes.

Sintomas da Gastroparesia Diabética

Os sintomas mais comuns da Gastroparesia Diabética incluem:

  • Queimação ou Refluxo gastroesofágico;
  • Náusea ou vômitos;
  • Sentir-se cheio rapidamente ao comer;
  • Inchaço abdominal;
  • Falta de apetite e perda de peso.

Complicações

Infecção: alimentos que ficam no estômago por muito tempo podem levar ao crescimento de bactérias;

Bloqueio intestinal: alimentos não digeridos podem endurecer e formar um caroço chamado bezoar. Ele pode bloquear o estômago e impedir que o alimento se mova para o intestino delgado;

Descompensação do Diabetes: a gastroparesia pode interferir no processo de absorção do carboidrato, dificultando o controle do diabetes;

Desidratação: decorrente de vômitos frequentes.

Diagnóstico

O diagnóstico da Gastroparesia Diabética deve ser feito através da combinação de sinais e sintomas característicos, identificação de um esvaziamento gástrico retardado e excluindo-se outras possíveis causas para este esvaziamento retardado.

A Endoscopia Digestiva Alta é o primeiro exame a ser feito, com o objetivo de descartar outras causas de obstrução mecânica.

O principal exame para a mensuração do esvaziamento gástrico é a cintilografia de esvaziamento gástrico feita após uma refeição sólida, geralmente com geleias, torradas e água.

Os resultados são baseados na retenção de conteúdo gástrico após 4 horas, conforme abaixo:

  • Gastroparesia leve: retenção de 10-15% do conteúdo gástrico;
  • Gastroparesia moderada: retenção de 15 do conteúdo gástrico;
  • Gastroparesia Grave: retenção de mais de 35% do conteúdo gástrico.

Vale considerar, entretanto, que pacientes com diabetes descontrolada devem adiar o exame até que tenham um melhor controle da glicemia, já que a hiperglicemia pode comprometer o esvaziamento gástrico.

Alguns medicamentos que afetam o esvaziamento gástrico também devem ser interrompidos por pelo menos 48 h antes do teste de diagnóstico.

Tratamento da Gastroparesia Diabética

Nenhum tratamento é capaz de prover a cura para a Gastroparesia Diabética. Assim, o objetivo do tratamento é minimizar os sintomas do paciente e retardar a piora do problema.

Controlar a diabetes é habitualmente o primeiro passo. Além de retardar a piora da gastroparesia, é preciso considerar que o aumento da glicemia é mais um fator que contribui para uma menor motilidade gástrica.

Alimentação

O paciente com gastroparesia Diabética deve ter alguns cuidados com a alimentação, incluindo:

  • Refeições menores e mais frequentes;
  • Alimentação com baixo teor de gorduras e Fibras Alimentares;
  • Ingestão de líquidos junto com a refeição;
  • Menor consumo de álcool;
  • Permanecer sentado por 1 a 2 horas após a refeição.

Medicamentos

O tratamento farmacológico da Gastroparesia Diabética geralmente envolve uma combinação de medicamentos antieméticos (para minimizar a náusea ou vômitos) e medicamentos prócinéticos (que estimulam a motilidade gástrica).

Além disso, o custo-benefício de alguns medicamentos que podem comprometer a motilidade do estômago deve ser avaliada. Isso inclui alguns antidepressivos, medicamentos para pressão alta e medicamentos para diabetes.

Em alguns casos, estes medicamentos podem ser substituídos por fármacos equivalentes, porém com menor efeito sobre o estômago.

Cirurgia

O tratamento cirúrgico deve ser considerado para o paciente que não é mais capaz de suprir suas demandas nutricionais apesar de todas as medidas discutidas acima e que não é mais capaz de se alimentar de forma eficaz pela boca.

Habitualmente ele é feito por meio da jejunostomia. Nesta cirurgia, um pequeno orifício é feito no jejuno (parte superior do intestino), que se comunica com uma abertura na parede abdominal por meio de uma sonda. O alimento passa então a ser introduzido diretamente no intestino através desta sonda.