Fisioterapia Respiratória
O que é a fisioterapia respiratória?
A fisioterapia respiratória é um ramo da fisioterapia que atua na prevenção e no tratamento dos problemas pulmonares.
A baixa qualidade do ar que respiramos, o tabagismo e as infecções respiratórias causam diferentes tipos de disfunções pulmonares agudas e crônicas.
Além disso, algumas doenças neurológicas podem comprometer a força dos músculos respiratórios e levar a uma perda da função pulmonar.
Assim sendo, a fisioterapia respiratória tem por objetivo melhorar, preservar ou, ao menos, retardar a progressão dos diferentes tipos de doenças broncopulmonares.
Quais os objetivos da fisioterapia respiratória?
O acúmulo de secreções e uma tosse ineficaz (que não mobiliza e nem elimina muco) expõe o sistema respiratório a vírus e bactérias. Igualmente, doenças pulmonares ativas comprometem o nosso desempenho cardiorrespiratório.
Assim, a fisioterapia respiratória tem como objetivos prevenir e tratar as complicações das patologias respiratórias.
São, ainda, objetivos específicos da área:
- prevenir e reduzir o risco de descondicionamento cardiorrespiratório, especialmente em pacientes acamados
- prevenir a fraqueza muscular global e respiratória durante uma internação;
- gerar conforto e melhorar a troca gasosa nos pulmões;
- evitar o acúmulo e facilitar a remoção de secreções, ou seja, a expectoração;
- manter ou recuperar a expansibilidade pulmonar e a força muscular;
- controlar o agravamento das doenças pulmonares crônicas.
Quais as indicações para a fisioterapia respiratória?
Antes de tudo, pacientes acamados ou que apresentem algum fator de risco para infecções respiratórias e fraqueza muscular devem ser indicados para a fisioterapia respiratória.
A fisioterapia também é benéfica nas doenças pulmonares restritivas e obstrutivas. São alguns exemplos a pneumonia, atelectasia, tuberculose, asma brônquica, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e bronquite.
Da mesma forma, pode evitar complicações quando a dor prejudica a amplitude da respiração, como os pós-operatórios torácicos e abdominais.
Além das situações acima, doenças degenerativas do sistema nervoso comprometem a mobilidade e os músculos respiratórios. É o caso da esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Fisioterapia respiratória na Síndrome Pós-Covid-19
A doença do coronavírus 2019, ou Covid-19, trouxe novos desafios para a sociedade e para a fisioterapia respiratória.
Fadiga, fraqueza muscular, falta de ar (dispneia) e tosse são apenas alguns dos sintomas abordados pela fisioterapia durante a fase aguda da doença.
Entretanto, um subgrupo de pacientes apresenta tais queixas de modo persistente, o que se chama Síndrome Pós-Covid-19 (ou Covid longa). Pessoas que apresentaram a forma grave da doença e os que já apresentavam doenças prévias são casos de alto risco para a Covid-19 pós-aguda.
As limitações funcionais incluem dificuldades para respirar, diminuição da tolerância ao exercício, redução de força muscular e perda de equilíbrio. Ademais, manifestações sistêmicas como distúrbios do sono, ansiedade e perda da memória também têm sido observadas.
A fisioterapia respiratória na reabilitação pós-Covid-19 tem como objetivo recuperar os prejuízos aos sistemas neuro-músculo-esquelético e cardiorrespiratório. Assim como reintegrar o paciente à sua rotina, devolvendo a sua qualidade de vida.
Fisioterapia respiratória nos distúrbios respiratórios do sono
Enquanto dormimos, padrões anormais de respiração podem acontecer. Essas alterações são chamadas distúrbios respiratórios do sono. Suas consequências incluem o aumento do esforço para respirar e a diminuição de oxigênio nos tecidos.
Um exemplo conhecido chama-se apneia obstrutiva do sono (AOS). O problema tem como sintomas o ronco alto, pausas na respiração e o cansaço durante o dia, resultado dos despertares noturnos.
O tratamento para AOS envolve várias especialidades, como médicos, odontólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos. Assim como a fisioterapia respiratória.
Devido ao amplo conhecimento sobre o sistema respiratório, o fisioterapeuta executa e interpreta exames, como a polissonografia. Também institui e acompanha a terapia com pressão positiva na via aérea, para mantê-la desobstruída durante o sono.
Como é uma sessão de fisioterapia respiratória?
A fisioterapia respiratória pode ser realizada em bebês, crianças, adultos e idosos. Portanto, as sessões dependem do caso clínico e das necessidades individuais de cada paciente.
Do mesmo modo, o atendimento pode acontecer em hospitais, ambulatórios e no próprio domicílio. Existem situações mais críticas, onde o tratamento deve ser diário; alternativamente, a frequência pode variar de duas a três vezes na semana.
As sessões de fisioterapia respiratória podem incluir recursos fisioterapêuticos como eletroterapia, termoterapia e fototerapia. Todavia, também podem ser utilizadas intervenções específicas, como:
Exercícios e recursos de expansão pulmonar
Os exercícios respiratórios diafragmáticos reeducam a respiração e fortalecem o diafragma, principal músculo da inspiração.
Já os recursos de expansão pulmonar, como os incentivadores respiratórios e a pressão positiva expiratória nas vias aéreas, aumentam o fluxo de ar para as regiões pulmonares pouco expandidas.
Manobras e recursos desobstrutivos
Técnicas manuais, como a vibração torácica, conduz a secreção para vias aéreas mais calibrosas, para a expectoração. Igualmente, a reeducação da tosse por meio de inspirações profundas e sustentadas facilita a sua eficácia.
Equipamentos que geram uma vibração oscilatória e aceleram o fluxo de ar também são utilizados para desprender e expectorar o muco acumulado.
Em casos específicos, a aspiração da secreção por meio de sondas pode ser indicada, especialmente após as manobras para deslocamento de muco.
Recursos para suporte ventilatório
Os recursos para suporte ventilatório como a ventilação mecânica não-invasiva (VNI) podem ser usados para melhorar a ventilação dos pulmões, diminuir o esforço da respiração e mobilizar secreções.
Isso significa adaptar uma máscara nasal ou em todo o rosto, que representa uma assistência para a respiração. Esse equipamento pode ser combinado com oxigênio, para garantir a sua oferta para o organismo.
Fortalecimento muscular e recondicionamento cardiorrespiratório
Um programa de reabilitação inclui alongamentos para a musculatura respiratória, treinamento muscular inspiratório, exercícios aeróbicos, de força e de flexibilidade.
A prescrição para cada modalidade acima, como frequência, tempo e tipo de exercício, deverá ser orientada pelo fisioterapeuta, assim como os critérios para sua interrupção.