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Efeitos Colaterais da Quimioterapia

O que causa os efeitos colaterais da quimioterapia?

Infelizmente, os efeitos colaterais da quimioterapia não acontecem de forma exclusiva sobre as células cancerígenas. Células normais do nosso corpo, especialmente aquelas que se multiplicam rapidamente, também sofrem os efeitos.

A quimioterapia é um tipo de tratamento usado com o objetivo de destruir células cancerígenas. Ela atua diretamente na capacidade de multiplicação das células, sendo que seu efeito se dá pelo fato das células cancerígenas apresentarem rápida multiplicação. É utilizada em grande parte dos tipos de câncer, sendo que para cada um deles há um tipo ou um conjunto específico de medicamentos.

Em muitos casos, dois pacientes com o mesmo tipo de câncer podem necessitar de medicamentos diferentes e de doses diferentes.

Os efeitos sobre as células normais, e por consequência os efeitos colaterais, também diferem de medicamento para medicamento ou mesmo de paciente para paciente.

Ainda assim, alguns efeitos são comuns a muitos destes medicamentos.

Efeitos colaterais da quimioterapia sobre a produção de células sanguíneas

A quimioterapia afeta a capacidade da medula óssea de produzir um número adequado de células sanguíneas, incluindo as hemácias, os leucócitos e as plaquetas.

As hemácias (glóbulos vermelhos) são responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue. Quando a contagem de hemácias está baixa, o que é conhecido como Anemia, o paciente passa a sofrer com fadiga e cansaço com esforços progressivamente menores.

Os leucócitos (glóbulos brancos) são células de defesa do organismo. Quando a contagem de leucócitos está reduzida, o que é conhecido pelo termo Leucopenia, o paciente fica mais vulnerável a infecções.

Já as plaquetas são responsáveis por estancar eventuais sangramentos. Quando sua contagem está reduzida, o que é conhecido como plaquetopenia, o paciente vica mais vulnerável ao aparecimento de hematomas ou sangramentos.

O tempo necessário para a recuperação da função da medula óssea e das contagens sanguíneas depende principalmente do tipo de quimioterapia administrada.

Transfusão de plaquetas ou transfusão sanguínea podem ser considerados em alguns casos.

O uso de antibióticos para prevenir infecções também pode ser considerado.

Risco de Infecção

O momento em que se espera que a contagem de glóbulos brancos fica mais baixa é entre 10 a 14 dias após a quimioterapia.

Durante esse período, o risco de infecção é elevado, incluindo o risco de infecções oportunísticas.

As infecções oportunísticas são aquelas causadas por germes que não seriam capazes de causarem maiores problemas no caso de um indivíduo imunocompetente.

Neste período, é importante evitar multidões e o contato próximo com pessoas doentes. Deve-se também ter cuidado em só se alimentar com alimentos que tenham sido preparados e cozidos adequadamente.

As infecções enquanto o paciente está neutropênico podem ser bastante graves e precisam ser tratadas com antibióticos o mais rápido possível.

Infertilidade

Alguns tipos de quimioterapia e radioterapia podem causar uma redução temporária ou permanente na fertilidade.

Nas mulheres, alguns tipos de quimioterapia e radioterapia podem causar danos variados ao funcionamento normal dos ovários.

Nos homens, a produção de espermatozóides pode ser prejudicada por um tempo. Entretanto, ela tende a voltar ao normal no futuro.

Existem algumas opções de tratamento que podem ser consideradas para a preservação da fertilidade.

As mulheres podem ter seus óvulos congelados para serem usados ​​posteriormente na fertilização in vitro. Os homens podem ter uma amostra de seu esperma congelada para que possa ser usada posteriormente para inseminação artificial.

Menopausa Precoce

Alguns tratamentos contra o câncer podem afetar o funcionamento normal dos ovários.

Isso às vezes pode levar à infertilidade e à menopausa precoce.

As alterações hormonais podem levar a muitos dos sintomas clássicos da menopausa. Algumas mulheres experimentam diminuição do desejo sexual, ansiedade e até sintomas depressivos durante esse período.

Outras preocupações relacionadas à menopausa precoce incluem o risco de doenças cardiovasculares e o risco de osteoporose.

Náuseas e Vômitos

Náuseas e vômitos são frequentemente associados à quimioterapia e a algumas formas de radioterapia.

Atualmente, no entanto, novos tipos de medicamentos para enjoo (antieméticos) tornaram estes sintomas um problema bem menor do que era no passado.

Os antieméticos devem ser usados antes da quimioterapia e por alguns dias após o tratamento.

Além dos medicamentos, alguns ajustes na rotina alimentar também devem ser considerados.

Para algumas pessoas, comer refeições menores e com mais frequência durante o dia, ao invés de poucas e grandes refeições, pode ajudar a reduzir náuseas e vômitos. Muitos referem uma melhor aceitação com alimentos frios.

Algumas pessoas referem algum alívio dos sintomas com o consumo de bebidas gasosas.

Perda de Cabelo

A queda de cabelo é um efeito colateral comum da quimioterapia e de algumas formas de radioterapia. Além do cabelo, também são perdidas as sobrancelhas, cílios e pelos dos braços e pernas.

No entanto, geralmente este é um efeito temporário.

O cabelo pode começar a cair dentro de algumas semanas de tratamento e tende a voltar a crescer entre três a seis meses após o fim da quimioterapia.

Durante o período no qual os cabelos estão sendo perdidos, o paciente pode apresentar maior sensibilidade no couro cabeludo, além de coceira.

Evitar o uso de água excessivamente quente ou produtos químicos ajuda a minimizar esta sensibilidade. Além disso, deve-se dar preferência por escovas macias e um xampu suave para bebês.

Deve-se também evitar a luz solar direta na cabeça exposta (use um chapéu), uma vez que a quimioterapia e a radioterapia tornam a pele ainda mais vulnerável aos efeitos nocivos da radiação solar.

Mucosite

A mucosite é uma inflamação do revestimento da boca, garganta ou intestino.

Ela geralmente se inicia cerca de uma semana após o término do tratamento e desaparece algumas semanas depois, quando a contagem sanguínea é reestabelecida.

A mucosite pode deixar a boca e a garganta bastante doloridos.

O paciente com mucosite deve buscar manter a boca o mais limpa possível, para ajudar a prevenir a infecção.

Enxaguantes bucais, por outro lado, devem ser evitados, devido ao efeito irritante do álcool.

Efeitos Colaterais da Quimioterapia e Problemas de Pele

Alguns tipos de quimioterapia podem fazer com que a pele fique seca, avermelhada ou escura. Ela também pode coçar e descascar.

A exposição ao sol pode provocar erupções cutâneas ou queimaduras com muito mais facilidade do que em pessoas que não fazem quimioterapia

Estas lesões de pele devem sempre ser avaliadas pela equipe médica, já que elas também podem ser decorrentes de uma reação alérgica aos medicamentos da quimioterapia.

Algumas medidas a serem consideradas para prevenir ou tratar as lesões na pele incluem:

  • Banho em água fria;
  • Aplicação de hidratante várias vezes ao dia na área afetada;
  • Evitar se coçar;
  • Manter as unhas curtas e limpas, para evitar cortes e infecções por arranhões;
  • Aplicação de compressas frias e úmidas nas áreas com coceira;
  • Evitar condições climáticas de frio e calor extremos;
  • Evitar suar, mantendo o ambiente fresco e vestindo roupas leves;
  • Evitar permanecer com roupas molhadas ou suadas;
  • Lavar os lençóis e toalhas com sabão neutro;
  • Evitar perfumes, cosméticos, desodorantes e pós à base de amido.

Cardiotoxicidade

A quimioterapia pode afetar o coração de diferentes maneiras, sendo o risco maior ou menor a depender de qual a medicação utilizada.

Ainda que qualquer pessoa submetida a quimioterapia possa desenvolver cardiotoxicidade, aquelas submetidas a doses mais altas e aquelas com problemas cardíacos prévios à quimioterapia apresentam maior risco.

Algumas condições cardíacas que podem se desenvolver no paciente submetido a quimioterapia incluem:

Efeitos Colaterais da Quimioterapia na Libido e Vida Sexual

A falta de libido durante o tratamento com quimioterapia é comum tanto a homens quanto a mulheres. Este é um problema temporário e que tende a se resolver após o fim da quimioterapia.

Algumas pessoas podem experimentar mudanças em seus desejos ou nível desejado de atividade sexual, enquanto outras podem não notar qualquer diferença.

A quimioterapia em si geralmente não afeta diretamente o desempenho sexual e não é causa impotência.

Por outro lado, o estresse provocado pela doença, a anemia, ou o cronograma de tratamento faz com que o paciente se sinta mais cansado do que o normal.

Se a fadiga for um problema maior, é compreensível que se queira deixar a intimidade física para um momento mais adiante.

A quimioterapia pode em alguns casos induzir à menopausa precoce na mulher.

As alterações hormonais destas pacientes podem causar sintomas como a secura vaginal, que pode tornar a relação sexual bastante dolorosa.

Se este for o caso, medicamentos e pomadas podem ser considerados para isso.

Para aqueles que se mantêm sexualmente ativos, é importante que se tome cuidados redobrados com os métodos anticoncepcionais. Isso porque os quimioterápicos podem trazer sérias complicações para a mãe e para o bebê em uma eventual gestação.