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Dor Orofacial

O que é a dor orofacial?

Dor orofacial é uma condição dolorosa localizada na face. Ela pode ser proveniente de distúrbios na cabeça, pescoço e todas as estruturas da cavidade oral.

Incluem-se, entre outras, as dores de cabeça, dores com origem no sistema nervoso, dores de origem odontológica, dores psicogênicas (relacionadas com fatores psicológicos) e dores por doenças graves, como tumores, etc.

Considerando-se que 95% dos casos de dor orofacial estejam relacionados a problemas dentários, é natural que o odontologista especialista em dor orofacial seja o primeiro profissional a avaliar estes casos.

No entanto, mais de 300 condições dentárias ou não dentárias foram relacionadas a este tipo de dor, incluindo desde quadros leves e transitórios até problemas muito mais graves, incluindo os diferentes tipos de câncer de cabeça e pescoço.

Assim, Dependendo da causa, outros profissionais podem ser envolvidos, incluindo o oftalmologista, cirurgião de cabeça e pescoço, otorrinolaringologista, fisioterapeutas ou psicólogos.

Causas dentárias de dor orofacial

Os problemas dentários são responsáveis por mais de 95% dos casos de dor orofacial.

Dor Odontogênica quer dizer dor de origem dentária. A dor facial de origem odontogénica não deve ser negligenciada como uma possível fonte de dor orofacial crônica ou complexa. A dor decorrente dos dentes e estruturas de suporte deve ser sempre considerada em qualquer análise de um paciente com dor facial.

Causas comuns de dor odontogênica incluem:

Avaliação de causas dentárias de dor orofacial

O tecido pulpar, como vimos no capítulo de “dor nos dentes”, responde com dor a qualquer estimulação direta. O início da dor pode ser provocada ou é aparentemente espontânea, muitas vezes apresentando-se como um problema de diagnóstico quando não se observa nenhuma fonte dentária óbvia.

Por exemplo, a estimulação de um dente fraturado muitas vezes resulta em dor de curta duração, aguda, tipo choque mediante estimulação. A qualidade e a duração deste tipo de dor odontogênica pode apresentar-se com uma qualidade semelhante à nevralgia do trigêmio.

A cárie dentária que penetra na dentina subjacente é muitas vezes visível por simples inspeção e pode tornar um dente sensível à estimulação térmica ou química.

Uma cárie superficial pode causar sensibilidade ao calor, ao frio ou a químicos (ou seja, doce ou ácida). A dor é geralmente localizada, intensa e transitória.

A cárie profunda pode provocar uma dor mais significativa, intensa e prolongada. A dor pulpar secundária a inflamação, quando estimulada, pode resultar em desconforto prolongado e significativo.

Embora a dor pulpar seja geralmente percebida como localizada, a dor referida para outras regiões orofaciais é comum. A pulpite transitória pode ter características semelhantes à enxaqueca, ou seja, unilateral, pulsátil e episódica.

O tecido pulpar inflamado pode eventualmente tornar-se necrótico ou infetado. O exsudado pode drenar para o espaço periodontal através do ápice dentário, resultando em sensibilidade durante a mastigação, dor latejante, dor referida para outras zonas da cabeça e/ou pescoço.

Como o ligamento periodontal (a ligação entre a raiz dos dentes e do osso alveolar) é ricamente inervado, o exsudato inflamatório ou purolento de um dente infetado para este espaço periodontal pode causar extrema sensibilidade provocada por qualquer manipulação do dente.

Além da dor, o edema local muitas vezes acompanha a infeção das estruturas periodontais. As infecções dentárias deste tipo, especialmente na maxila anterior, têm características semelhantes à de uma cefaléia trigeminal autonómica, ou seja, dor ao redor ou sob o olho.

Causas não dentárias de dor orofacial

Ao considerar a localização, duração, qualidade, frequência, intensidade, estimulação, e melhorando os fatores da dor odontogênica, torna-se evidente que todos os pacientes com dor orofacial devem ser submetidos a uma avaliação odontológica completa antes de passar para outras considerações de natureza mais complexa.

Ainda que a dor de origem não dentária represente a menor parte dos casos de dor orofacial, esta diferenciação nem sempre é fácil e pode muitas vezes levar a um diagnóstico tardio. No entanto, se a patologia dentária não estiver presente, a avaliação com o médico bucomaxilofacial é fundamental para avançar na avaliação de outras etiologias.

Entre elas, incluem-se:

  • Dor temporomandibular;
  • Dor miofacial;
  • Dor de origem neurovascular;
  • Problemas nos seios nasais;
  • Problemas com as glândulas salivares;
  • Dor de origem oftalmológica (olhos);
  • Câncer.

Dor temporomandibular

A Disfunção Temporomandibular (DTM) é a segunda causa mais comum de dor orofacial.

Deve-se pensar na dor de origem temporomandibular especialmente no paciente que apresenta sintomas como:

  • Dor na frente do ouvido, que pode se irradiar para a cabeça, fundo de olho ou testa;
  • Dificuldades para mastigar, principalmente alimentos duros;
  • Dificuldade para abrir ou fechar a boca
  • Sensação de travar a mandíbula.
  • Barulho próximo à orelha ao abrir e fechar a boca;
  • Ranger dos dentes (bruxismo)

Dor miofacial

Dor miofacial é aquela que está associada a uma sobrecarga, tensão e inflamação dos músculos.

A principal característica destas dores é a presença de pontos gatilho, que desencadeiam a dor.
Outros sintomas relacionados à dor miofacial incluem:

  • Rigidez muscular;
  • Fadiga;
  • Insônia;
  • Dor de cabeça;
  • Anormalidades posturais.

Dor de origem neurovascular

As dores de origem neurovascular costumam ser percebidas como dores musculares mastigatórias.
Ela pode ser causada por problemas como:

Problemas nos seios nasais

São dores por inflamações de origem alérgica, como a sinusite, além de problemas anatômicos no septo nasal ou na base do crânio.

Os principais sintomas da sinusite são a congestão nasal, secreção amarela ou esverdeada e dores de cabeça. Pode também haver dor quando o paciente toca em alguma região da face.

Na sinusite crônica há ainda a presença de tosse, geralmente noturna.

No caso da sinusite maxilar crônica, o paciente pode sentir os mesmos sintomas acima associados a dor e pressão nos dentes.

Problemas com as glândulas salivares

Problemas com as glândulas salivares, como a Sialadenite, sialolitíase ou parotidite infecciosa (caxumba) também podem causar dor orofacial.

Alguns dos sintomas que frequentemente acompanham os problemas nas glândulas salivares incluem:

  • Dor facial ou inchaço, geralmente sob a mandíbula ou ao redor da orelha.
  • Dificuldade em engolir.
  • Boca seca (xerostomia).
  • Gosto estranho.
  • Problemas para abrir a boca.
  • Nódulo doloroso sob a língua.

Dor de origem oftalmológica (olhos)

As dores por esforço visual podem se distribuir por qualquer parte da cabeça, se concentrando, normalmente, na testa e região superciliar.

Deve-se suspeitar de causas oftalmológicas principalmente quando a dor está associada a momentos de maior esforço visual, como durante uma leitura prolongada.

Estes pacientes muitas vezes referem uma dor que piora durante a semana e alivia nos finais de semana.

Câncer

Tumores de cabeça e pescoço também podem estar relacionados à dor orofacial.

Patologias que alteram estruturas anatomofuncionais, como os tumores localizados na cavidade bucal, sejam na maxila, mandíbula, bochecha, orofaringe ou nasofaringe, glândulas salivares ou orelha, provavelmente aumentarão o risco de o paciente desenvolver dor orofacial, por conta do estágio do tumor ou do tratamento realizado para contenção ou cura da doença.