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Curva de crescimento infantil

O que é a curva de crescimento infantil?

A curva de crescimento é um método utilizado para acompanhar e avaliar as principais medidas do bebê, incluindo circunferência cefálica (cabeça), altura e peso.
Ela parte do princípio de que, como regra geral, crianças da mesma idade e mesmo sexo se desenvolvem de forma semelhante.

Como são avaliadas as curvas de crescimento?

As curvas de crescimento se baseiam em tabelas desenvolvidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir do acompanhamento de crianças entre 0 e 5 anos em diferentes grupos étnicos, cidades, estados, países e continentes.

Para cada faixa etária e cada parâmetro estudado, foram determinados valores representativos para os chamados percentis. As crianças foram, desta forma, classificadas em cinco percentis diferentes: 3, 15, 50, 85 e 97.

Quando uma criança está no percentil 85 para altura, por exemplo, isso indica que ela é mais alta do que 85% das crianças do mesmo sexo e idade.

Como interpretar a curva de crescimento?

Primeiramente, é preciso compreender que o crescimento tem forte relação genética. Assim, é obvio que uma criança com pai e mãe altos tende a ser maior do que outra criança da mesma idade, mas com pai e mãe baixos.

Ao se avaliar a altura da criança, é possível estimar sua altura quando adulta, caso ela se mantenha na mesma curva de crescimento. Esta altura pode ser comparada ao potencial genético individual, ou seja, aquele que seria esperado a partir da altura do pai e da mãe da criança.

Outro parâmetro importante é avaliar se a criança mantém a sua curva. Uma criança que se mantém no percentil 15 ao longo de diversas medidas geralmente não representam maiores preocupações. No entanto, aquela que se encontrava em um percentil 85, mas que veio caindo medida a medida, deverá gerar preocupação, mesmo que ainda esteja dentro da media para sua altura e sexo.

Vale considerar, no entanto, que a curva de crescimento é um teste de triagem. Assim, ele não necessariamente irá fechar um diagnóstico. No entanto, ele indica que há algo que precisa ser melhor investigado.

Quando o pediatra observa um comportamento anormal na curva, ele deve avaliar as possíveis causas para isso e tomar as medidas investigativas necessárias.

Curva de peso

Quando uma criança sobe na curva de peso, sem um aumento correspondente na altura, pode ser um sinal de alerta para a obesidade infantil.

A obesidade infantil pode ser avaliada pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Diferentemente dos adultos, que considerada a obesidade e o sobrepeso a partir de valores absolutos do IMC, na criança ela é definida por meio da curva de IMC, com a obesidade infantil sendo caracterizada na presença de um IMC acima do percentil 95%.

Já a queda na curva de peso, sem o mesmo correspondente quanto a altura, pode indicar um quadro de desnutrição.

Curva de perímetro cefálico

A medida do perímetro cefálico (da cabeça) deve ser avaliada especialmente nos dois primeiros anos de vida.

Após o nascimento, o perímetro cefálico classificado como normal pode variar de 33 até 38,6cm.

Abaixo desta medida os médicos consideram como microcefalia (redução do cérebro), já acima disso, como macrocefalia (aumento do cérebro).
A macrocefalia pode indicar problemas como a hidrocefalia ou tumor cerebral.

Já a microcefalia pode indicar craniossinostose. Pode também estar associado a certas infecções, como o Zica vírus, ou o uso de drogas pela mãe.

Quais fatores podem interferir na curva de crescimento infantil?

Diversos fatores podem contribuir para que a criança tenha problemas de crescimento e desenvolvimento, incluindo desnutrição, anemia, doenças renais, deficiências hormonais, sono insuficiente ou até mesmo excesso de atividades físicas.

Frente a estes achados, o pediatra ou o endocrinologista pediátrico deve fazer uma história clínica completa da criança, exame físico e, eventualmente, exames laboratoriais ou de imagem para chegar a um diagnóstico mais preciso.

Distúrbios nutricionais
Ainda que a genética seja um fator predominante no que diz respeito à altura, a influência de fatores ambientais, como a desnutrição, também tem um papel importante para a estatura final.
Diante de uma alimentação insuficiente ou que seja carente de nutrientes essenciais, o organismo diminui sua atividade metabólica, o que pode impactar negativamente no crescimento da criança.
Além da ingesta insuficiente de alimentos, é preciso considerar a possibilidade de problemas com a absorção dos nutrientes, que também podem resultar em um quadro de desnutrição.

Sono insuficiente
O sono exerce um papel importante para o crescimento da criança. Diversos processos fisiológicos acontecem enquanto dormimos, incluindo a liberação de diferentes hormônios.
O hormônio do crescimento, por exemplo, é produzido e liberado no organismo durante o período de sono. A melhor conduta, nestes casos, é melhorar a qualidade do sono, ao invés de simplesmente ofertar o hormônio do crescimento.
Discutimos mais sobre isso em um artigo sobre o sono da criança.

Hormônio do crescimento (GH)
O hormônio do crescimento é produzido naturalmente na hipófise e tem a função de estimular o crescimento e a reprodução celular.
Diferentes problemas podem levar a uma deficiência congênita de GH, embora a maioria acabe sendo classificada como idiopática (causa desconhecida).
O diagnóstico é feito por meio da dosagem do GH no exame de sangue.
Vale considerar, porém, que a maior parte das crianças com baixa estatura apresentam problemas outros que não a Deficiência de GH.