Cuidados Paliativos
O que são os Cuidados Paliativos?
O paciente é considerado em cuidados paliativos quando ele tem uma doença que não pode ser curada. Nesta fase, a doença é classificada como terminal.
O cuidado paliativo envolve um conjunto de medidas adotadas com o objetivo de oferecer condições para que o paciente possa viver da melhor forma possível e para que possa morrer com dignidade.
Alguns pacientes podem receber tratamento também para controlar a doença e evitar que ela continue evoluindo. Isso pode envolver, por exemplo, a quimioterapia ou a Imunoterapia no tratamento do câncer.
Outras pessoas podem optar por interromper o tratamento específico e manter apenas os cuidados de conforto e o tratamento dos sintomas.
Algumas pessoas recebem o tratamento paliativo em um estágio final, quando a espectativa de vida se limita a dias, semanas ou poucos meses. Em outros casos, o paciente pode permanecer anos ou décadas em cuidados paliativos. Cuidados paliativos, portanto, não é a mesma coisa que cuidados de fim de vida.
Como São Feitos os Cuidados Paliativos?
Os cuidados paliativos devem envolver uma abordagem holística. Isso significa que, o paciente deve ser visto como um todo, não apenas como uma doença ou um conjunto de sintomas.
O paciente, seus familiares e cuidadores devem também receber apoio psicológico, social e espiritual.
Idealmente, o paciente deve ser inquirido quanto aos seus desejos para quando não for mais capaz de se comunicar.
A equipe médica poderá discutir com o paciente e seus entes queridos a respeito dos cuidados para o final da vida.
Alguns pacientes podem preferir passar seus dias finais em casa, enquanto outros preferem permanecer no hospital.
Para Quais Pacientes São Destinados os Cuidados Paliativos?
Os cuidados paliativos podem ser oferecidos para qualquer paciente com doença terminal.
Isso pode incluir, entre outros:
- Câncer incurável;
- Doenças cardíacas, como Insuficiência Cardíaca Congestiva;
- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC);
- Insuficiência Renal;
- Doenças neurológicas, como Alzheimer, Parkinson ou Esclerose Lateral Amiotrófica.
Fases do Cuidado Paliativo
Os cuidados paliativos podem ser divididos em quatro fases, a depender das condições do paciente e de sua doença:
Cuidado Paliativo Precoce
Envolve pacientes com bom estado funcional, no qual se espera que o paciente ainda tenha condição de manter uma boa qualidade de vida e quando não se espera uma sobrevida variando de meses a anos em decorrência da doença de base.
No caso de instabilidade clínica, a equipe médica deve prover todos os esforços necessários para reestabelecer a condição de saúde do paciente. Caso necessário, ele deve ser encaminhado para a UTI. No caso de uma parada cardíaca, ele deverá ser reanimado.
Cuidado Paliativo Complementar
O paciente é portador de doença que ameaça sua vida e apresenta estado funcional intermediário. O prognóstico da doença é estimado em semanas a meses.
No caso de instabilidade clínica, é improvável que o paciente possa responder de maneira completa ou satisfatória ao tratamento curativo.
No entanto, ele pode se beneficiar de procedimentos ou tratamentos invasivos que proporcionem melhora de sintomas e qualidade de vida, respeitando o desejo do paciente ou de seus representantes legais.
A transferência para UTI deve ser ponderada, levando-se em consideração as condições potencialmente reversíveis. Os limites de esforço terapêutico devem ser estabelecidos.
Cuidado Paliativo Predominante
O paciente é portador de doença que ameaça a vida e apresenta estado funcional ruim.
As ações devem priorizar o alívio do sofrimento. Entretanto, não se deve dar início a terapias inócuas.
O paciente não deve ser encaminhado para a UTI, caso este seja o desejo do paciente ou de seus representantes legais.
Cuidado Paliativo Exclusivo (Cuidados de Fim de Vida)
O paciente é portador de doença que ameaça a vida, com baixo status funcional.
As terapias inócuas devem ser suspensas, focando o tratamento exclusivamente no alívio dos sintomas.
Sedação Paliativa
Sedação Paliativa se refere à administração deliberada de fármacos sedativos para induzir diferentes graus de redução do nível de consciência no paciente em cuidados de fim de vida, com o intuito de aliviar sintomas intoleráveis e refratários.
Para sua administração é necessária a obtenção do consentimento verbal do paciente ou de seu representante legal, no caso de incapacidade.
A Sedação Paliativa é diferente da eutanásia, uma vez que nenhum procedimento é feito para acelerar a morte do paciente.
O Paciente Deve Ser Informado Sobre Sua Condição?
Não existe uma regra clara sobre isso. Entretanto, é preciso considerar que:
- Todo adulto que quer saber algo sobre si mesmo, tem o direito de perguntar e o médico tem o dever moral e ético de responder a pergunta;
- Todo adulto que de uma forma ou de outra solicita não ser informado sobre algo que lhe diz respeito, tem o direito de não lhe ser imposta uma informação indesejada.
O princípio que deve orientar ao médico é o de dar a informação solicitada e cumprir aquilo que considera como de interesse maior para o paciente.
Muitas pessoas evitam dar a informação ao paciente buscando poupar seu sofrimento.
Embora este instinto de proteção seja baseado na melhor das intenções, vale considerar que, na maior parte das vezes, o paciente acaba sabendo de sua doença e de sua gravidade. Entretanto, ele próprio não quer falar sobre a doença em frente a familiares, para não fazê-los sofrer.
Assim, a tendência é que tanto o paciente quanto seus familiares saibam de tudo, mas simulam estar tudo bem na presença do outro. Esta situação não ajuda em nada, nem ao paciente, nem a seus familiares, a enfrentar a situação e acaba por trazer ainda mais sofrimento neste momento de despedida.