Carne vegetal

Carne vegetal se refere a qualquer tipo de carne feita à base de ingredientes vegetais, como grãos, plantas e até fruta.

O consumo de carne vegetal vem crescendo nos últimos tempos e é uma das principais opções para quem segue uma alimentação vegetariana ou vegana.

Não apenas empresas do ramo alimentício, mas até o ramo de fast food já se rendeu a essa especialidade vegetal. E já existem empresas no mercado especializadas apenas nesse tipo de carne.

As carnes vegetais são elaboradas com o objetivo de assemelhá-las o máximo possível à carne de origem animal em termos de cor, sabor e textura e termos nutricionais também.

Entre os principais ingredientes que podem ser utilizados no preparo das carnes vegetais, estão:

• Cereais integrais: quinoa, trigo
• Leguminosas: feijão, grão de bico, lentilha, ervilha, soja
• Frutas: a principal fruta utilizada é a jaca
• Outros vegetais: beterraba para dar cor

1. Carne vegetal de soja
Também chamada de proteína texturizada de soja (PTS), a carne vegetal de soja é uma das mais opções mais populares e a mais fácil de ser encontrada em supermercados.
É preparada a partir da farinha de soja desengordurada. Como resultado final, ela pode ter diferentes formatos, como pedaços pequenos (moída), pedaços grandes, flocos e até em forma de bife.
Pode ser preparada de várias formas. A proteína texturizada em pedaços menores, por exemplo, pode ser preparada da mesma forma como a carne moída de origem animal.
É, inclusive, utilizada para substituir a carne moída normal em várias receitas, como ingrediente de lasanha, cachorro-quente, salgadinhos e muitas outras.
Já a carne em tamanhos maiores pode ser utilizada para preparar espetinhos de carne intercalando com vegetais. A carne de soja em pedaços pode ser preparada cozida em água e depois temperada da forma como desejar.
O consumo de carne de soja é liberado para quem é intolerante ao glúten ou tem a doença celíaca.
Mas é importante se certificar através do rótulo, verificando se na lista de ingredientes não há nada de trigo ou algum derivado ou, ainda, através da informação “não contém glúten” ou “livre de glúten”.

2. Tempeh
É uma carne vegetal originária da Indonésia. É elaborada a partir do cozimento e fermentação dos grãos de soja ou feijão através de fungos. A carne final é uma massa branca compacta com o sabor parecido ao de nozes.
Pode ser consumido frito, assado, refogado ou cozido, geralmente marinado para ter mais sabor. Também pode ser acrescentado em diversas receitas, como saladas, strogonoff, entre outras.
O consumo é liberado para os intolerantes ao glúten e celíacos, pois é livre de glúten.

3. Seitan
É um tipo de carne vegetal feita a partir do glúten do trigo. A base do seu preparo é farinha de trigo e água. Após a farinha de trigo ficar de molho por horas, todo o amido sai e fica apenas a parte proteica.
Pode ser consumida de várias formas e em várias receitas que levam carne de origem animal, como strogonoff, hambúrguer e outras.
Não pode ser consumida por quem é intolerante ao glúten ou celíaco, por causa do glúten do trigo.
Por ser fonte de glúten, o seitan deve ser consumido com moderação, pois o glúten é uma proteína de difícil digestão e, em excesso, pode causar processos inflamatórios no organismo.

4. Carne de jaca
É uma boa alternativa para a carne de origem animal, especialmente a de frango, pois é preparada de forma desfiada.
Para o preparo, utiliza-se a jaca ainda na fase de amadurecimento, ou seja, quando ainda está verde, pois a textura é mais firme e o sabor e o aroma ainda são neutros.
A fruta na fase madura não serve para preparar a carne vegetal porque tem uma consistência mole, além do sabor e do aroma característicos da fruta.
Pode ser consumida tanto como prato principal em uma refeição quanto como ingredientes de diversas receitas, como strogonoff, recheios para salgados, salpicão e vários outros.

5. Carne de grãos
A carne vegetal feita a partir de grãos pode ser de vários tipos de grãos e alguns dos mais utilizados são o grão de bico, a quinoa, a soja e a lentilha.
É uma carne feita para substituir vários tipos de carne animal, como hambúrguer, quibe e almôndega.
A carne de quinoa, por exemplo, é uma ótima escolha por ser rica nutricionalmente, inclusive em relação aos aminoácidos essenciais que são mais encontrados nos alimentos de origem animal.

Há quem diga que a carne vegetal é a melhor opção para substituir a carne de origem animal. Mas será que ela é mesmo saudável?
Para a carne vegetal ser saudável ou não, vai depender da sua composição. Mas, para começar, já podemos afirmar que a carne vegetal ultraprocessada é tão prejudicial quanto qualquer outro alimento de origem animal ultraprocessado.
A carne vegetal ultraprocessada é rica em aditivos artificiais que são prejudiciais, como amido modificado, metilcelulose, corantes, conservantes e vários outros.
Além disso, contêm outros aditivos em excesso, como gorduras, sódio e até açúcar, também presentes em outros alimentos ultraprocessados.
E ainda tem as carnes vegetais embutidas semelhantes às carnes animais,
como linguiça, mortadela, salsicha, salame, bacon e outras. Todas são prejudiciais assim como as de origem animal.
Consumir carnes vegetais ultraprocessadas pode causar uma série de prejuízos para a saúde, como o ganho de peso, alergias, aumento do risco de doenças cardiovasculares, entre outros.
Por isso, o consumo de carne vegetal processada deve ser esporádico e sempre analisar o rótulo para escolher a opção menos prejudicial.
O ideal mesmo é preparar a carne vegetal em casa a partir de alimentos in natura para fazer dela uma opção mais nutritiva e saudável.
Por fim, em termos de calorias, a carne vegetal pode ser tão calórica quanto à carne de origem animal.

Será que existe diferença entre a carne vegetariana e a vegana? A resposta é: depende.
A alimentação vegana não leva nada de origem animal. Já a alimentação vegetariana pode ou não conter alimentos de origem animal.
Se for o vegetarianismo estrito, não contém nenhum alimento de fonte animal. Porém, se não for o vegetarianismo estrito, pode conter ovos e lácteos. É o chamado ovolactovegetarianismo.

A principal diferença entre esses dois tipos de carne é o teor nutricional, principalmente em relação a alguns nutrientes, como as proteínas.
Os alimentos de origem animal contêm proteína de alto valor biológico por serem fontes de aminoácidos essenciais, que são os aminoácidos que o nosso corpo não é capaz de produzir.
Mas alguns alimentos de origem vegetal também fornecem uma boa quantidade de proteínas e, quando combinados, aumentam ainda mais o valor nutricional, podendo até substituir a carne animal. Os principais dessa lista são a quinoa, a soja e o grão de bico. Discutimos mais sobre isso em um artigo sobre a proteína
vegetal.
Outro nutriente que podemos destacar é o ferro. Os alimentos de origem animal, como as carnes, contêm ferro heme, que é um tipo de ferro que possui alta disponibilidade e, por isso, é melhor absorvido.
Já os alimentos de origem vegetal são fontes de ferro não-heme, que não tem muita disponibilidade e, por isso, não é totalmente absorvido pelo organismo.
Nesse sentido, é necessário um potencializador de absorção do ferro não-heme e um exemplo é a vitamina C. Por isso, é interessante associar alimentos vegetais fontes de ferro com algum alimento fonte de vitamina C, como laranja, limão, acerola, kiwi, entre outros.
Mais uma diferença é em relação à vitamina B12. Quem segue a alimentação ovolactovegetariana, geralmente tem bons níveis de vitamina B12 no organismo.
Porém, quem segue a alimentação vegetariana estrita ou vegana pode não conseguir boas quantidades diárias dessa vitamina. Nestes casos, a suplementação ou o uso de alimentos vegetais fortificados com vitamina B12 é recomendada e deve ser indicada por um nutricionista ou médico nutrólogo.

Pode sim, mas é importante manter uma alimentação vegetal bem variada para fornecer ao corpo todos os nutrientes que ele precisa para manter o seu bom funcionamento.
É importante, também, sempre verificar regularmente os valores dos nutrientes no sangue para saber se estão em níveis adequados ou se há necessidade de suplementação, pois, como vimos, alguns nutrientes estão presentes em maior biodisponibilidade nos alimentos de origem animal.
E não se esqueça de sempre dar preferência às carnes vegetais caseiras e evitar ao máximo o consumo das carnes industrializadas.

A carne vegetal tem seus benefícios. Entre eles, incluem-se:

1. É livre de gordura saturada
A carne vegetal não contém gordura saturada, que é uma gordura presente nas carnes de origem animal.
Isso é bom para quem apresenta alguma restrição ao consumo de gordura saturada e para quem quer emagrecer, já que menos gordura representa menos calorias na dieta.

2. É mais sustentável
A produção de carne vegetal causa menos impacto ambiental, já que a agropecuária é uma das maiores causadoras de danos ambientais com a emissão de gases e o consumo de energia e água.

3. Reduz o sofrimento animal
Mais um ponto positivo de se consumir carne vegetal é em relação aos animais que não precisam ser sacrificados para o consumo da sua carne.

4. Ótima opção para a alimentação vegetariana e vegana
A carne vegetal é uma boa opção para as dietas vegetariana e vegana, pois não incluem carne de origem animal.

O principal ponto negativo da carne vegetal está relacionada à composição nutricional de alguns tipos de carnes vegetais, especialmente naquelas industrializadas. São prejudiciais por serem fontes de aditivos que causam danos à saúde, tanto os químicos quanto os adicionados em excesso, como corantes, conservantes, sódio e outros.
Além disso, nem todas as carnes vegetais possuem uma composição nutricional que se assemelha à carne de origem animal. Por isso, é importante consumir carnes vegetais nutricionalmente mais completas, fazendo combinações de ingredientes.
Outra desvantagem é que algumas carnes vegetais não são indicadas para todas as pessoas, como vimos, como é o caso das que contêm trigo, que não podem ser consumidas por quem é intolerante ao glúten ou celíaco.