medicina e exercicio
Pesquisar
Pesquisar

Bócio

O que é o Bócio?

Bócio é um termo que se refere a diferentes formas de crescimento irregular da tireóide.

A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada na parte da frente do pescoço, logo abaixo do pomo de Adão.

Um bócio pode se formar como resultado um aumento global da tireoide ou pode ser decorrente da presença de um ou mais nódulos da tireoide.

A função tireoideana pode estar preservada, mas pode também estar aumentada ou diminuída.

A causa mais comum de bócio no mundo é a falta de iodo na dieta. Entretanto, isso não é comum no Brasil e em outros países onde há uma lei que obriga a iodação do sal de cozinha, evitando-se assim a deficiência do iodo (1).

O tratamento depende da causa, dos sintomas e de eventuais complicações. Pequenos bócios que não são perceptíveis e não causam sintomas geralmente não precisam de tratamento.

Sintomas

A maioria das pessoas com bócio não apresenta sinais ou sintomas além do inchaço na base do pescoço.

Em muitos casos, ele só é percebido durante um exame médico de rotina ou por meio de um exame de imagem realizado em decorrência de uma outra condição sem qualquer correlação com o bócio.

Os sintomas se fazem presentes quando o bócio se torna muito grande, em decorrência da compressão do esôfago ou da Traqueia. Neste caso, é chamado também de bócio obstrutivo.

Outros sintomas podem surgir em decorrência do hipertireoidismo ou hipotireoidismo.

Sinais e sintomas do bócio obstrutivo

O bócio obstrutivo pode provocar sintomas como:

Sinais e sintomas do Hipotireoidismo

São sinais e sintomas característicos do hipotireoidismo:

  • Fadiga;
  • Sonolência;
  • Fraqueza muscular;
  • Pele seca;
  • Constipação;
  • Sensibilidade ao frio;
  • Problemas de memória ou concentração.

Sinais e sintomas do Hipertireoidismo

Os principais sinais e sintomas do Hipertireoidismo incluem:

Causas do Bócio

Vários dos fatores que influenciam a função ou o crescimento da tireoide podem causar bócio, incluindo:

Adenoma de tireoide

Supercrescimento de tecido tireoidiano normal, não cancerígeno. Não é considerado grave, mas pode provocar sintomas característicos em decorrência do seu tamanho. Alguns adenomas da tireoide levam ao hipertireoidismo.

Cistos de tireóide

Cavidades cheias de líquido, geralmente em decorrência de adenomas tireoidianos degenerados. Geralmente não são cancerígenos, mas eventualmente podem conter componentes sólidos cancerígenos.

Doença de Hashimoto

Doença autoimune que leva à inflamação da tireoide. Ela geralmente resulta em um hipertireoidismo passageiro, seguido por hipotireoidismo.
Esta é a causa mais comum de hipotireoidismo no Brasil.

Afeta em torno de 5% da população adulta, sendo que o diagnóstico é realizado geralmente entre 30 e 50 anos de idade (2).

Doença de Graves

Doença autoimune caracterizada pela produção de uma proteína que imita o hormônio estimulante da tireoide (TSH).

Essa proteína patogênica faz com que a tireoide produza hormônios em excesso (hipertireoidismo). Pode também levar ao crescimento da tireoide e à formação de nódulos.

Gravidez

Um hormônio produzido durante a gravidez, a gonadotrofina coriônica humana, pode fazer com que a tireóide se torne hiperativa e ligeiramente aumentada.

Câncer de tireoide

A chance de um bócio ser canceroso é relativamente pequena. No entanto, um nódulo grande e duro ou que causa dor ou desconforto é mais preocupante.

Certos fatores aumentam o risco de câncer de tireoide, incluindo:

  • Histórico familiar de câncer de tireoide ou outros cânceres endócrinos;
  • Histórico de radioterapia.

Diagnóstico

Os principais objetivos da avaliação do paciente com bócio devem ser a avaliação da função tireoideana e descartar a possibilidade de Câncer de Tireoide.

Além do exame clínico e da identificação de sintomas característicos, outros exames habitualmente solicitados incluem:

Exames laboratoriais

A dosagem dos hormônios TSH e T4L são usadas para a avaliação da função tireoideana.

Ultrassom

Principal exame de imagem usado para a avaliação da forma e da estrutura da tireoide.

Ele permite diferenciar os cistos de conteúdo líquido de nódulos sólidos, além de identificar nódulos que não sejam palpáveis.

Biópsia aspirativa por agulha fina

A biópsia da tireoide pode ser feita para confirmar ou descartar uma lesão maligna (câncer). Neste procedimento, uma pequena amostra de células é retirada para análise em microscópio.

A agulha é habitualmente guiada através do ultrassom.

Cintilografia

Outro exame usado para diferenciar o bócio cancerígeno do bócio não cancerígeno. Durante este teste, um isótopo de iodo radioativo é injetado em uma veia do braço.

Quando a atividade da tireoide está aumentada, o radioisótopo é absorvido, o que será detectado pelo exame. Assim, a cintilografia pode ajudar a determinar a função da tireoide e a causa do bócio.

Tratamento

O tratamento depende do tamanho do bócio, dos sinais e sintomas e da causa subjacente.

1. Tratamento do bócio benigno (não cancerígeno)

As opções de tratamento para o bócio benigno da tireoide incluem:

Observação

O paciente deve ser submetido a avaliação médica, exames de função tireoideana e exames de imagem a intervalos regulares. Em alguns casos estes nódulos nunca precisarão ser tratados.

Tratamento hormonal

O uso de hormônio tireoideano pode ser indicado no paciente com bócio associado a hipotireoidismo.

Os bloqueadores hormonais podem ser usados no bócio associado a Hipertireoidismo.

Cirurgia

Quando a tireoide se torna excessivamente grande a ponto de provocar sintomas por compressão do esôfago ou da traqueia, a cirurgia poderá ser indicada.

A cirurgia também pode ser indicada quando a biópsia identifica uma lesão de origem indeterminada ou suspeita. Nestes casos, a glândula deve ser examinada em busca de sinais de câncer.

2. Tratamento do bócio associado a hipertireoidismo

O tratamento do bócio associado a hipertireoidismo pode incluir:

Iodo radioativo

O iodo radioativo pode ser usado por meio de uma cápsula ou na forma líquida.

Ele é absorvido pela tireóide, fazendo com que os nódulos encolham e os sinais e sintomas de hipertireoidismo diminuam.

Isso geralmente acontece dentro de dois a três meses.

Medicamentos antitireoidianos

Medicamentos antitireoideanos, como metimazol (Tapazol), podem ser usados para reduzir os sintomas do hipertireoidismo.

O tratamento geralmente é de longo prazo e pode ter sérios efeitos colaterais no fígado, de forma que é importante avaliar os riscos e benefícios do tratamento de forma individualizada.

Cirurgia

A remoção de parte da tireoide pode ser uma opção frente ao tratamento com iodo radioativo ou medicamentos antitireoidianos.

3. Tratamento do bócio cancerígeno

Observação

Cânceres muito pequenos têm um baixo risco de crescimento. Em alguns casos, poderá ser optado por manter uma observação atenta antes de se decidir pela cirurgia.

A observação inclui o monitoramento por ultrassom e a realização de exames de função tireoideana.

Cirurgia

A maior parte dos bócios cancerígenos são tratados cirurgicamente.

No passado, era padrão remover a maior parte da tireoide. No entanto, hoje se tem uma maior segurança para tratar muitos destes casos por meio de uma ressecção parcial da glândula.

Dependendo da extensão do tumor, a tireoidectomia quase total continua sendo necessária.

Ablação com álcool

Pequenos nódulos cancerígenos podem eventualmente ser tratados por meio da ablação com álcool.

Uma pequena quantidade de álcool é aplicada no nódulo para destruí-lo. Em muitos casos, múltiplas sessões de tratamento podem ser necessárias.

Cirurgia da Tireoide

A cirurgia para a retirada de toda a glândula tireoide ou de parte dela é indicada geralmente nas seguintes condições:

  • Glândula excessivamente grande, com dificuldade em respirar ou engolir;
  • Bócio associado ao hipertireoidismo;
  • Câncer de tireoide.

Os riscos da cirurgia da tireoide incluem danos ao nervo que controla as cordas vocais e danos às glândulas paratireoides.

As paratireoides são quatro pequenas glândulas localizadas na parte de trás da tireoide e que ajudam a controlar os níveis de minerais do corpo, como o cálcio.

Após uma cirurgia para a retirada da tireoide, é necessário manter um tratamento contínuo com levotiroxina, o hormônio produzido pela tireoide.