Prótese de Ombro (Artroplastia do Ombro)
O que é a Prótese de Ombro?
A Prótese de ombro , procedimento também chamado de artroplastia, é uma cirurgia na qual o osso e a cartilagem desgastados são substituídos por uma prótese. O procedimento busca a melhora da dor e da mobilidade no paciente com Artrose do ombro que não responde satisfatoriamente ao tratamento sem cirurgia.
Eventualmente, a prótese pode ser indicada também para o tratamento de certos tipos de fratura no ombro ou em lesões maciças do manguito rotador.
Diferentes próteses podem ser usadas a depender de qual o problema do paciente. Assim, a reabilitação pós-operatória e o prognóstico variam a depender de qual a prótese utilizada.
Tipos de Prótese de Ombro
Existem três diferentes tipos de próteses de ombro:
- Prótese total do ombro: é o tipo mais comum, em que tanto a cabeça do úmero como a glenóide são substituídos;
- Prótese parcial do ombro: apenas a cabeça do úmero é substituída;
- Prótese reversa do ombro: prótese não anatômica em que o tradicional formato em “bola e soquete” é invertido, com a “bola” no lado da glenóide e o “soquete” no lado do úmero.
A escolha da prótese deve ser feita caso a caso pelo Ortopedista especialista em ombro. Esta escolha depender do comprometimento ou não da glenóide, da congruência da articulação, da integridade dos tendões do manguito rotador, da qualidade do osso, da idade e das expectativas do paciente em relação a atividades físicas e estilo de vida.
Prótese Total do Ombro
A Prótese Total do Ombro é formada por um componente umeral metálico com haste e um componente glenoidal de polietileno. O polietileno é um plástico de alta resistência. Ele não aparece nas radiografias. Entretanto um marcador radiopaco é colocado dentro do componente durante sua produção para permitir a adequada avaliação radiográfica pós-operatória.
A prótese total de ombro é indicada no tratamento de problemas que acometem tanto a cabeça do úmero como a glenóide. As principais causas para isso são a artrose do ombro decorrente do envelhecimento e as artrites inflamatórias, especialmente a artrite reumatóide.
Para fazer uma Prótese Total do Ombro, é preciso que se tenha os tendões do manguito rotador íntegros ou passíveis de serem reparados. Além disso, o estoque ósseo deve ser adequado, para que se possa obter uma boa fixação do componente da glenóide.
A complicação mais comum da Prótese Total de Ombro é o afrouxamento e soltura do componente da glenóide. Ela acontece especialmente em pacientes muito ativos ou naqueles com osteoporose e qualidade óssea insuficiente. Assim, a Prótese Total do Ombro não é indicada nestes pacientes.
Prótese parcial do ombro
A Prótese Parcial do Ombro é indicada em pacientes com problemas acometendo a cabeça do úmero, mas com a glenóide razoavelmente preservada. Não deve haver também uma deficiência óssea significativa. Pode ser indicada em alguns casos de artrose degenerativa, necrose da cabeça do úmero e certos tipos de fraturas complexas do úmero proximal.
Ela deve ser considerada especialmente para pessoas que desejam permanecer mais ativas, seja com atividades esportivas ou não esportivas. Isso se deve ao risco de uma prótese total evoluir com soltura do componente da glenóide.
Prótese reversa do ombro
O ombro é uma articulação que possui grande mobilidade às custas de uma baixa estabilidade.
Os tendões do manguito rotador são fundamentais para a estabilidade e mobilidade da articulação. Na presença de uma lesão extensa destes tendões, o paciente desenvolve uma “pseudoparalisia”, caracterizada por dor e incapacidade de movimentar normalmente o ombro.
A prótese reversa do ombro foi uma solução desenvolvida para prover a estabilidade necessária para o mesmo realizar os movimentos. O tradicional formato em “bola e soquete” da articulação é invertido, com a “bola” no componente da glenóide e o “soquete” posicionado no úmero.
Ainda que a prótese reversa proporcione melhora significativa para o paciente com artrose e insuficiência do manguito rotador, a função do ombro não será normal após a cirurgia. O estresse no componente da glenóide também é maior comparado com a prótese total, aumentando o risco de soltura do componente.
Assim, ela não é um procedimento indicado para aqueles que pretendem continuar realizando trabalhos pesados ou esportes exigentes para o ombro.
Pós-operatório
Ainda que a reabilitação após uma Prótese de Ombro varie conforme o tipo de prótese utilizada e condições individuais de cada paciente, podemos considerar as diretrizes abaixo como o padrão para a reabilitação, a ser adaptado caso a caso.
Após a cirurgia , o paciente deve fazer uso de tipoia 24 horas por dia nas seis primeiras semanas. Ela deve ser mantida inclusive para dormir. A tipoia poderá ser retirada apenas no banho ou para realização de exercícios passivos. Os exercícios devem ser feitos conforme orientação do médico ou do fisioterapeuta.
Após seis semanas, a tipoia é retirada e os exercícios ativos são iniciados. A mobilidade e a carga suportada pela articulação são gradativamente aumentadas. A recuperação completa leva ao menos seis meses, sendo que a fisioterapia deve idealmente ser mantida ao longo de todo este período.