Aneurisma Cerebral
O que é o Aneurisma Cerebral?
O Aneurisma Cerebral é uma protuberância que se forma na parede de um vaso sanguíneo cerebral.
Em muitos casos, o aneurisma cerebral é assintomático, podendo ser identificado por acaso em um exame feito por motivos não diretamente relacionados a ele.
Eventualmente, o aneurisma pode se romper e provocar um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico.
O aneurisma rompido rapidamente se torna uma ameaça à vida e requer tratamento médico imediato. Quando o paciente sobrevive, as sequelas neurológicas são comuns.
Fatores de risco
O aneurisma cerebral é mais comum em pessoas mais velhas e é mais comum em mulheres do que em homens.
O risco também é maior em familiares próximos de pessoas que tiveram um aneurisma cerebral.
Diferentes condições presentes ao nascimento também aumentam o risco de uma pessoa desenvolver aneurisma cerebral, incluindo:
- Doenças do colágeno, como a Síndrome de Ehlers-Danlos;
- Doença Renal Policística;
- Coarctação da aorta.
Além disso, algumas doenças adquiridas e comportamentos também aumentam o risco de uma pessoa desenvolver um aneurisma cerebral, incluindo:
- Tabagismo;
- Hipertensão Arterial;
- Diabetes;
- Abuso de drogas recreativas, especialmente a Dependência à cocaína;
- Alcoolismo.
Sinais e sintomas do aneurisma não roto
Um aneurisma não roto pode não provocar qualquer sintoma, especialmente naqueles de menor tamanho.
Eventualmente, sintomas podem estar presentes em decorrência da compressão de estruturas próximas.
Estes sintomas dependem da localização e de qual a estrutura que está sendo comprimida, podendo incluir:
- Dor atrás do olho;
- Pupila dilatada;
- Piora da acuidade visual ou visão dupla;
- Dormência de um lado do rosto.
Qual o risco de rompimento do aneurisma cerebral?
O risco médio de rompimento do aneurisma é de 1,25% a cada ano. Entretanto, este risco pode variar bastante a depender de fatores como:
- Tamanho e localização do aneurisma;
- Aparência geral do aneurisma;
- Idade do paciente;
- Presença de outras condições de saúde, especialmente a Hipertensão Arterial;
- Tabagismo, alcoolismo ou abuso de drogas recreativas.
O que acontece quando o aneurisma cerebral se rompe?
O rompimento de um aneurisma cerebral caracteriza o Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico.
Uma vez que o aneurisma cerebral se rompe, o corpo desenvolve uma resposta para estancar o sangramento, da mesma forma como ocorre com a lesão de outras artérias pelo corpo.
Habitualmente, o sangramento é interrompido em alguns segundos.
Ainda assim, o sangramento pode provocar um dano cerebral definitivo, por diferentes mecanismos:
- Danos diretos às células vizinhas pelo sangue;
- Aumento da pressão intracraniana devido ao acúmulo de sangue, o que pode interromper o fluxo sanguíneo. Sem um suprimento adequado de nutrientes e oxigênio para o cérebro, pode haver dano cerebral adicional, além de perda de consciência ou até mesmo a morte;
- O sangramento provoca um vasoespasmo. Isso impede a chegada de sangue a parte do tecido cerebral, podendo causar um acidente vascular cerebral isquêmico.
Sintomas aneurisma cerebral rompido
O principal sintoma do aneurisma rompido é a dor de cabeça intensa, às vezes referida como a pior dor de cabeça da vida”.
Outros sinais e sintomas que podem estar presentes incluem:
- Náusea e vomito;
- Torcicolo;
- Sensibilidade à luz;
- Pálpebra caída, visão turva ou dupla;
- Perda de consciência;
- Confusão.
Diagnóstico do Aneurisma Cerebral
Grande parte dos casos são descobertos apenas no momento do rompimento, devido à falta de sintomas característicos de muitos pacientes com aneurisma não roto.
A investigação geralmente se inicia em decorrência de uma dor de cabeça intensa, que deve ser feito em caráter de urgência.
Os principais exames solicitados para isso incluem:
Tomografia computadorizada
A tomografia geralmente é o primeiro exame a ser feito no paciente com suepeita de aneurisma cerebral rompido.
Angiotomografia
A angiotomografia é um exame de tomografia feito após a injeção de um contraste na veia. Este contraste se espalha ao longo dos vasos sanguíneos cerebrais, facilitando a identificação do aneurisma e do ponto de sangramento.
Angiografia por ressonância Magnética
A Angiografia por ressonância busca identificar o ponto de sangramento da artéria, da mesma forma que com a angiotomografia.
Punção de líquor
A punção do líquor (líquido cefalorraquidiano) pode mostrar a presença de sangue, no caso de uma hemorragia subaracnoide.
Ela geralmente é feita no paciente com suspeita clínica de aneurisma cerebral roto, quando a tomografia não for capaz de mostrar sinais de sangramento.
Tratamento do aneurisma cerebral não roto
Algumas medidas gerais que devem ser adotadas por todos os pacientes com aneurisma cerebral incluem o controle da pressão arterial, abandono do tabagismo, adoção de uma dieta mais saudável.
Recomendações em relação a atividades físicas devem ser discutidas individualmente com o médico assistente.
Tratamento cirúrgico
Existem diferentes métodos de se tratar um aneurisma cirurgicamente. Entretanto, o objetivo de todos eles é o mesmo: excluir o aneurisma da circulação sanguínea normal do cérebro, evitando-se assim que o sangue continue enchendo o mesmo.
Entre as opções cirúrgicas, incluem-se:
- Embolização por cateter: um cateter é introduzido através de uma artéria na virilha e levado até o aneurisma. Uma mola metálica é então introduzida através do cateter para bloquear a entrada do aneurisma;
- Clipagem microcirúrgica: consiste na colocação de um clip metálico na base do aneurisma, mantendo o mesmo fechado para a circulação.
Todos estes procedimentos, no entanto, envolvem risco para o paciente, que em alguns casos podem superar os riscos envolvidos em não tratar o aneurisma.
Desta forma, a decisão em tratar ou não tratar e de qual o procedimento a ser realizado deve considerar sempre os potenciais benefícios e os eventuais riscos de cada procedimento.
Esta avaliação deve ser feita pelo neurologista, em colaboração com um neurocirurgião ou neurorradiologista intervencionista.
Tratamento do aneurisma cerebral roto
As mesmas técnicas cirúrgicas utilizadas para o aneurisma cerebral não roto podem ser consideradas para o aneurisma roto.
Entretanto, no caso de rompimento é necessário que o paciente seja tratado com a maior breviedade possível, para minimizar o dano cerebral secundário, o vasoespasmo e o risco de novos sangramentos.