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Aleitamento Materno

Qual a importância do aleitamento materno?

Do ponto de vista nutricional, nenhuma outra forma de alimentação é capaz de substituir todos os benefícios providos pelo leite materno, especialmente nos primeiros meses de vida.

Já do ponto de vista emocional, o aleitamento é a melhor forma de promover interação mãe-bebê, com efeitos psicológicos positivos para ambos. Para a mãe, a amamentação reduz o tempo de resposta ao estresse.

Existem ainda diversos outros benefícios que foram comprovadamente associadas ao aleitamento, incluindo:

Benefícios para a criança
Vantagens nutricional e cognitiva, proteção contra infecções, menor risco de alergias ou doenças como obesidade, doença de Crohn e diabetes.

Benefícios para a mãe
Redução da fertilidade durante a lactação, retorno mais rápido para as condições normais de antes do parto (incluindo a involução uterina e a perda de peso) e proteção contra osteoporose, obesidade e câncer de ovário e mamário câncer de mama.

Composição do leite materno

O primeiro leite a ser produzido pela mãe é denominado de colostro. Este leite tem aspecto líquido fino e amarelado. Do ponto de vista nutricional, ele é rico em calorias e proteínas.

O colostro é também rico em anticorpos, de forma que ele ajuda a proteger a criança contra infecções.

Por fim, ele estimula a eliminação do mecônio, um material fecal estéril de coloração verde escura que é produzida pelos intestinos antes do nascimento.

Mulheres primíparas (primeiro parto) têm a produção de leite completamente estabelecida em até 72 a 96 horas – sendo este tempo menor no caso de multíparas (mulheres com partos anteriores).

Este leite tem as seguintes características:

  • Alto conteúdo de lactose, que é o tipo de açúcar presente no leite, servido como fonte energética para o bebê.
  • Grandes quantidades de vitamina E, um importante antioxidante que aumenta a meia vida das células sanguíneas, sendo assim importante para a prevenção da anemia.
  • Altera o pH fecal e a flora intestinal, protegendo contra infecções bacterianas.
  • Anticorpos maternos que são passados através do leite, gerando proteção para o bebê.
  • Contém colesterol e taurina, substâncias importantes para o desenvolvimento cerebral.
  • Fonte natural dos ácidos graxos ricos em ômega-3 e ômega-6, que ajudam a aumentar o desempenho visual e cognitivo dos lactentes.

Em princípio, o leite materno é suficiente para suprir as necessidades do bebê nos primeiros meses de vida.
Ainda assim, poderá ser recomendo em alguns casos a suplementação de vitamina D (para prevenção contra o raquitismo).

Técnica de amamentação

A amamentação deve idealmente ser feita com a mãe em posição confortável.

Para iniciar a amamentação, ela deve segurar a mama e ajudar para que ela fique centralizada na boca do bebê.

O centro do lábio inferior do lactente deve ser estimulado com o mamilo, para que ele se vire e a boca se abra amplamente. O lactente deve ser encorajado a envolver a mama e a aréola tanto quanto possível, de forma que a língua do lactente comprime o mamilo contra o céu da boca.

Nas primeiras vezes em for amamentar, levará ao menos dois minutos até que ocorra o reflexo da descida do leite.

O volume do leite aumenta enquanto a criança cresce e aumenta o estímulo pela sucção. A duração da amamentação deve ser determinada pelo lactente.

Algumas mulheres precisam de uma bomba de sucção para que a mama aumente ou mantenha a produção do leite.

O lactente deve amamentar em um dos seios até que ele fique amolecido e a sucção diminua ou pare. A mãe pode, então, interromper a sucção com um dedo antes de remover o lactente de um seio e oferecer o outro. Nos primeiros dias após o nascimento, os lactentes podem mamar apenas em um lado. Depois disso, a mãe deve alternar os lados a cada mamada.

Especialmente no início, o bebê deve mamar conforme a demanda. No entanto, ele deve ser encorajado a mamar a cada 1½ a 3 horas, caso tenha uma demanda menor. Isso equivale a aproximadamente 8 a 12 mamadas diárias. Esta frequência diminui gradualmente com o tempo.

Lactentes pequenos para a idade gestacional ou prematuros tardios não devem dormir longos períodos à noite sem serem amamentados. Já os nascidos de termo e que se alimentam bem podem dormir mais tempo sem serem acordados.

Bomba de sucção e congelamento do leite materno

Mães que trabalham fora de casa podem bombear o leite do peito para manter a produção láctea enquanto elas estiverem separadas dos lactentes.

A frequência varia, mas pode aproximar-se do esquema de amamentação do lactente.

Para que este leite seja usado para amamentar o bebê, ele deve ser colocado em um engradado próprio, previamente fervido para que seja esterilizado. Este engradado deve então ser levado à geladeira (desde que consumido em até 48 horas) ou congelado (podendo ser consumido em até 15 dias).

Para utilizar o leite congelado, o pote com o leite deve ser colocado em uma vasilha com água quente. O leite não deve ser levado ao micro-ondas.

Como saber se a amamentação está sendo suficiente?

A principal complicação relacionada a desidratação decorrente de um consumo insuficiente do leite materno.

Isso é mais provável de acontecer no caso de incluem lactentes pequenos ou prematuros ou mães de primeira viagem, que adoeceram ou que tiveram partos complicados.

A melhor forma de saber se a amamentação está sendo suficiente é avaliando as fraldas do bebê.

Aos 5 dias de vida, um recém-nascido normal deve molhar pelo menos 6 fraldas com urina/dia e pelo menos 4 fraldas com fezes/dia. Números menores podem ser sinais de desidratação, desnutrição ou outro problema, que devem ser avaliados pelo médico.

Outros sinais que podem indicar a desidratação e amamentação insuficiente incluem:

  • Demora para mudar o aspecto das fezes do mecônio verde escuro ao nascimento para o marrom claro e depois para o amarelo.
  • Dificuldade para ganho de peso.
  • Queda na curva de crescimento.
  • Bebê mais letárgico, com choro fraco.
  • Inquietação constante antes da 6a semana.
  • Sonolência excessiva.

Vale considerar que a avaliação médica é fundamental, já que diversos outros problemas também poderiam justificar os sintomas acima.

Produção insuficiente de leite

A produção insuficiente de leite materno é um dos motivos mais comuns para o abandono precoce da amamentação.

No entanto, a hipogalactia (produção insuficiente de leite) é um fenômeno bastante raro. Ele pode estar associado a anomalias mamárias, tecido glandular insuficiente ou cirurgias mamárias prévias.

Na maior parte das vezes, a impressão de um problema com a produção de leite está relacionada a rotinas de amamentação inadequadas ou ao uso de suplementos, o que resulta numa reduzida síntese do leite e, possivelmente, em produção insuficiente.

Até que idade a criança deve ser amamentada?

A amamentação exclusiva, sem a adição de água, chás, sucos ou fórmulas lácteas.
Após essa idade, deverá ser introduzida uma alimentação complementar apropriada. No entanto, a amamentação deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais.

Problemas maternos relacionados à amamentação

Complicações maternas comuns incluem ingurgitamento mamário, mamilos doloridos, ductos obstruídos, mastite e ansiedade.

Leite empedrado (Ingurgitamento mamário)
O leite empedrado, cientificamente chamado de ingurgitamento mamário, consiste no acúmulo de leite nas mamas, fazendo com que fique mais viscoso e com maior dificuldade para sair.
Ele também deixanda as mamas doloridas e tensas, o que dificulta o aleitamento.
Este problema pode sere evitado através de uma amamentação mais precoce e frequente, ou com a retirada de leite por meio de uma bomba.
O uso de um sutiã confortável, próprio para amamentação, 24 horas/dia, pode ajudar, assim como a aplicação de compressas frias após a amamentação. Em alguns casos, pode ser indicado o uso de um analgésico leve.
A extração excessiva de leite entre as mamadas facilita o empedramento do leite. Desta forma, é indicado que a extração seja suficiente apenas para aliviar o desconforto.
Massagem, compressa morna e tirar o leite manualmente pouco antes de amamentar pode facilitar a mamada.
Após a amamentação, compressas frias reduzem o ingurgitamento e proporcionam certo alívio do desconforto.

Rachaduras (fissuras) nos mamilos
A principal causa para dor nos mamilos é a presença de fissuras ou rachaduras que se formam em decorrência de uma posição inadequada da pega do bebê durante a mamada. Em alguns casos, o lactente puxa no lábio e suga, irritando o mamilo.
A mãe pode tirar o lábio com o polegar e ajudar o bebê a melhora a pega, conforme descrito mais acima. Além disso, o uso de compressas frias pode proporcionar algum alívio.

Ductos mamários obstruídos
Quando os ductos mamários são obstruídos, a mama fica com saliências sensíveis na mama, mas sem qualquer outro sinal ou sintoma fora da mama.
A amamentação continuada garante esvaziamento adequado da mama. Compressas mornas e massagens da área afetada antes da amamentação podem auxiliar o esvaziamento posterior.
Uma outra dica é tentar alternar as posições na amamentação, uma vez que diferentes áreas da mama podem drenar melhor a depender da posição do bebê.

Mastite
A mastite é a inflamação aguda do tecido mamário, que pode vir ou não acompanhada de uma infecção bacteriana.
No caso de infecção, a mãe pode apresentar febre, tremores e calafrio.
Se os sintomas forem leves e presentes por menos de 24 horas, medidas como a remoção do leite, compressas, analgésicos e uso de sutiã de suporte pode ser suficientes.
Quando os sintomas não melhoram dentro destas 24 horas ou se os sintomas tiverem rápida piora, o uso de antibióticos poderá ser indicado pelo médico.
No entanto, a amamentação pode continuar durante o tratamento.