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Zumbido

O que é o Zumbido?

Zumbido é uma condição na qual a pessoa escuta um ruído que não é produzido por um som externo. Outras pessoas não conseguem ouví-lo.

Aproximadamente 30% das pessoas convive com zumbidos eventuais, sendo que em aproximadamente 13% o zumpido é persistente (1).

Entre 15% e 20% dos adultos apresentam queixas de zumbido, sendo a incidência ainda maior entre idosos. 

O zumbido é muitas vezes causado por uma condição subjacente, como perda auditiva relacionada à idade, lesão no ouvido ou problema circulatório. 

Para muitas pessoas, ele se resolve com o tratamento da causa subjacente ou com outros tratamentos que reduzem ou mascaram o ruído, tornando o zumbido menos perceptível.

Os ruídos do zumbido podem variar em tom de um rugido baixo a um guincho alto, e você pode ouvi-lo em um ou ambos os ouvidos. 

Em alguns casos, o som pode ser tão alto que interfere na sua capacidade de se concentrar ou ouvir o som externo. 

O zumbido pode estar presente o tempo todo ou pode ir e vir de forma intermitente.

Causas de Zumbido

O zumbido pode ser classificado em três tipos: primário, secundário ou misto (combinação de causas primárias e secundárias).

Zumbido primário

Casos nos quais a origem do zumbido está no próprio ouvido. Ele pode ou não estar associado à perda auditiva.

Alguns dos problemas do ouvido que podem estar associados ao zumbido incluem:

  • Orelha Externa: cerume, otite externa, corpo estranho
  • Orelha Média: otoesclerose, otite média, colesteatoma, perfuração da membrana timpânica, disfunção auditiva
  • Orelha interna: presbiacusia, schwanoma vestibular, Doença de Meniere, ototoxicidade, meningite.

Ainda assim, é muito comum também que mesmo com uma pesquisa extensiva nenhuma causa específica seja encontrada. Nesses casos, o zumbindo é considerado de causa idiopática.

Muitos dos casos de zumbido estão associados à perda auditiva.

Considerando que o zumbido é uma percepção aumentada de sons produzidos pelo próprio corpo, é mais fácil que se perceba esses sons em casos de deficiência auditiva, quando a competição de sons externos torna-se menor.

Zumbido secundário

O zumbido secundário é aquele que está relacionado a causas orgânicas, incluindo:

  • Migrania, esclerose múltipla, hipertensão intracraniana
  • Tumor da nasofaringe
  • Disfunção Temporo mandibular (DTM)
  • Dor miofacial
  • Infecções: sífilis, Lyme, virais, fungos
  • Problemas metabólicos: diabetes, hipovitaminoses, dislipidemia
  • Certos medicamentos

Fatores de risco

Fatores que aumentam o risco para uma pessoa experimentar ruídos incluem:

Problemas de saúde como obesidade, hipertensão arterial ou problemas neurológicos

Diagnóstico

O diagnóstico de zumbido é feito com base nas queixas do paciente. Entretanto, uma avaliação mais completa ajudará na identificação da causa do problema, o que será importante para o tratamento.

Em muitos casos, nenhuma causa é encontrada.

Avaliação clínica

Diferentes aspectos da história clínica ajudam na identificação da causa do zumbido, incluindo:

  • Tempo de início;
  • Característica do zumbido: pulsátil (coração batendo), panela de pressão, apito, grilo;
  • Acometimento unilateral ou bilateral;
  • Outros sintomas: perda auditiva, tontura,
  • Exposição a ruído;
  • Uso de medicamentos;
  • Associação com ansiedade, depressão ou insônia.
Exame audiológico

O exame é indicado para identificar eventuais deficiências auditivas.

O paciente utiliza um fone de ouvido, que transmitem sons específicos em um ouvido de cada vez. Ele é orientado a indicar sempre que ouvir um som.

Testes de imagem

A Tomografia Computadorizada ajuda na identificação de alterações anatômicas que possam justificar o zumbido.

Testes de laboratório

Solicitado para a identificação de anemia, problemas de tireóide, doenças cardíacas ou deficiências de vitaminas.

Tratamento do Zumbido

Quando se identifica uma possível causa para o zumbido, o tratamento sempre que possível deve ser direcionado para a causa.

No caso da deficiência auditiva, tratamentos específicos devem ser considerados.

Outras medidas devem ser adotadas no sentido de gerenciar os sintomas e minimizar os efeitos decorrentes do zumbido, o que pode incluir ruídos brancos ou o uso de aparelhos auditivos.

Tratamento da deficiência auditiva

Muitos pacientes descobrem durante a avaliação de uma queixa de zumbido, que elas apresentam uma deficiência auditiva, mesmo que nunca tenham se dado conta disso.

A falta ou a menor percepção de sons externos, nesses casos, torna mais fácil a percepção de sons provenientes do próprio ouvido.

A utilização de um aparelho auditivo ou outras medidas de tratamento para a deficiência auditiva poderá ajudar, dessa forma, a aliviar o zumbido.

Ruído branco

Da mesma forma que uma lâmpada de uma casa é muito perceptível durante à noite, não sendo percebida durante o dia, o zumbido é muito mais perceptível em um ambiente silencioso do que em um local com outros ruídos.

Assim, muitos pacientes percebem uma melhora significativa com o uso de um som de fundo, que pode ser uma música baixa, um ventilador ou mesmo um som de chuva, reproduzido por aparelhos específicos.

Isso é válido especialmente no momento de dormir, para aqueles que sofrem com insônia devido ao zumbido.

Terapia de Retreinamento do Zumbido (TRT)

Tinnitus Retraining Therapy (TRT), ou Terapia de Retreinamento do Zumbido, em sua tradução para o português, é um método de tratamento para zumbido e hipersensibilidade ao som que combina o aconselhamento terapêutico ao enriquecimento sonoro com ruído branco.

O objetivo é promover a habituação do paciente ao zumbido. Com isso, o som deixa de ser percebido, a não ser que o paciente preste atenção nele.

Considerando que o nosso objetivo não é mascarar o sintoma, mas sim promover uma habituação, é importante que o volume dos dispositivos seja mais baixo do que o do zumbido.

O TRT requer intervenção contínua e, por isso, é geralmente conduzida por meio de aparelhos auditivos que emitem o estímulo sonoro. No caso de deficiência auditiva, o estímulo sonoro pode acompanhar a amplificação sonora no mesmo aparelho.

Embora o tratamento mostre resultados positivos, ele exige que o paciente seja exposto à estimulação sonora e ruído branco continuamente por um período de 6 a 24 meses.

Muitos pacientes relataram desconforto ou outros problemas nos condutos auditivos por conta dos fones de ouvido usados para produzir o ruído. Muitos pacientes acabam optando por interromper o tratamento antes que ele tenha tido tempo de fazer qualquer efeito.