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Vaginismo

O que é o Vaginismo?

O vaginismo é caracterizado por uma resposta involuntária e persistente dos músculos do assoalho pélvico, especialmente os que circundam a entrada vaginal, que se contraem de forma reflexa diante da tentativa de penetração. Essa resposta é inconsciente, ou seja, não está sob controle voluntário da mulher.

O vaginismo dificulta ou impossibilita a penetração vaginal durante a relação sexual, a realização de exames ginecológicos ou uso de absorventes internos. Por conta disso, ele pode ter grande impacto na saúde física, emocional e nos relacionamentos afetivos.

A avaliação ginecológica é fundamental para diferenciar o vaginismo de outras causas de dor sexual, como infecções, alterações hormonais ou lesões anatômicas. No vaginismo, a contração muscular impede ou dificulta a penetração, mesmo que não haja uma alteração física evidente.

Quem é mais acometida pelo vaginismo?

Estima-se que o vaginismo afete cerca de 0,5% a 1% das mulheres em idade reprodutiva, mas esses números podem estar subestimados, já que muitas mulheres evitam procurar ajuda por vergonha ou desconhecimento sobre a condição.

O vaginismo pode se manifestar em qualquer fase da vida, mas é mais frequentemente identificado no início da vida sexual ou após experiências negativas relacionadas à sexualidade.

Quais as causas do vaginismo?

Vale lembrar que o vaginismo não é uma escolha ou “frescura”. Trata-se de um reflexo neuromuscular condicionado, que não está sob controle da mulher.

O vaginismo pode ter causas psicológicas, relacionais e/ou físicas. Em muitos casos, esses fatores estão combinados.

Mostramos as principais causas na tabela abaixo:

Categoria Causas
Psicológicas – Ansiedade relacionada ao ato sexual
– Medo de sentir dor ou de engravidar
– Experiências traumáticas prévias (ex: abuso sexual, violência)
– Culpa ou vergonha associada à sexualidade
– Transtornos de ansiedade ou depressão
– Educação sexual rígida ou repressiva
– Baixa autoestima ou imagem corporal negativa
– Fobias específicas relacionadas ao corpo ou sexo
Relacionais – Falta de comunicação sexual no casal
– Relacionamento com conflitos ou violência (psicológica ou física)
– Falta de intimidade emocional
– Experiência sexual negativa com o parceiro
– Pressão para desempenho ou para manter relações sexuais
– Falta de excitação e de “preliminares” antes da relação sexual.
Físicas Dor pélvica crônica
– Infecções vaginais recorrentes (ex: candidíase, vaginose)
Endometriose ou outras condições ginecológicas dolorosas
Atrofia vaginal (comum na menopausa)
– Lesões ou cicatrizes vaginais (ex: pós-parto, cirurgias)
– Hipertonia do assoalho pélvico (tensão muscular crônica)
– Condições neurológicas ou musculares

Diagnóstico

O diagnóstico do vaginismo é clínico e deve ser feito por um(a) ginecologista ou profissional da saúde sexual capacitado. Geralmente envolve:

  • Entrevista clínica detalhada, com foco na história sexual, ginecológica e emocional
  • Exame ginecológico cuidadoso (se possível), para avaliar o grau de contração e exclusão de outras causas físicas de dor
  • Avaliação psicológica ou psicoterapêutica, quando necessário

Tratamentos para o vaginismo

O tratamento do vaginismo deve ser escolhido de forma individualizada a partir de possíveis causas identificadas na avaliação ginecológica.

Ele pode envolver:

  1. Psicoterapia: busca lidar com crenças disfuncionais sobre sexualidade, traumas e ansiedade.
  2. Fisioterapia: envolve a realização de exercícios de dessensibilização e reeducação muscular. Poderão ser usadas técnicas como o uso de dilatadores vaginais graduais, exercícios de relaxamento do assoalho pélvico e treinamento da percepção corporal.
  3. Educação sexual e orientação de casal: em muitos casos, a inclusão do(a) parceiro(a) no processo terapêutico ajuda na redução do medo e na construção de uma vivência sexual positiva.
  4. Tratamentos específicos: vaginismo com causas físicas, como a atrofia vaginal ou cicatrizes podem exigir tratamentos específicos. Medicamentos ou outros procedimentos podem ser necessários.