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Sono do bebê

Como é a rotina normal de sono do bebê?

Em média, o bebê dorme 16 horas por dia ao longo do primeiro mês de vida. No entanto, a rotina de sono é bastante variável, de forma que não faz sentido estabelecer um padrão único de normalidade.

Embora bebês e crianças pequenas precisem de mais tempo total de sono do que crianças mais velhas e adultos, esse sono não é consolidado e se espalha de forma irregular ao longo das 24 horas do dia.

Ao mesmo tempo em que as crianças precisam de cochilos ao longo de todo o dia, também é esperado que elas acordem mais durante à noite.

É normal que bebês e crianças pequenas tirem sonecas durante o dia, acordem à noite e precisem de apoio para voltar a dormir à noite.

Para algumas crianças, as sonecas diurnas se limitam a não mais do que 20 ou 30 minutos contínuos. Em outros casos, elas se estendem por períodos muito maiores.

Da mesma forma, é esperado que com o crescimento as crianças acordem menos durante à noite. No entanto, enquanto algumas podem começar a consolidar a rotina de sono em algum momento ao longo do primeiro ano de vida, outras permanecem com o sono fragmentado até os 3 anos de idade ou mais, sem que isso signifique qualquer problema.

Tempo de sono do bebê

O tempo de sono do bebê varia conforme a idade. Embora nem todos os bebês durmam da mesma forma, a tabela abaixo mostra um padrão daquilo que é feito pela maior parte deles.

Tempo de sono do bebê
Idade Sono diurno Sono noturno Total
Recém-nascido 8h (várias sonecas) 8h15mi 16h15min
3 meses 7h (três sonecas) 8h40min 15h40min
6 meses 5h (três sonecas) 10h 15h
9 meses 4h15min (duas sonecas) 11h 15h15min
1 ano 3 – 4h (duas sonecas) 11h 15h
18 meses 3- 4 h (duas sonecas) 11h15min 15h
2 anos 2h15min (uma soneca) 11hmin 13h30min
3 anos 2h (uma soneca) 11hmin 13h

Adaptado de https://www.nestlebabyandme.com.br/artigos/tabela-de-horas-de-sonon

Despertar noturno do bebê

A rotina de sono durante o período noturno é bastante variável de bebê para bebê. Alguns podem acordar apenas uma ou duas vezes durante à noite, enquanto outras podem acordar de hora em hora sem que isso signifique qualquer problema ou erro de rotina.

Esse sono fragmentado não causa no bebê uma privação de sono da mesma forma como ocorre com crianças mais velhas e adultos.

Embora o despertar noturno possa ser cansativo para os pais, ele promove a alimentação regular, o que é importante para estabelecer a produção de leite pela mãe e otimiza o crescimento e o desenvolvimento.

A capacidade estomacal do bebê é pequena, o que limita quanto um bebê é capaz de ingerir em uma mamada. Além disso, o leite materno (ou fórmula infantil, se for o caso) é rapidamente digerido, de forma que muitos bebês precisam estar se alimentando com maior frequência.

Esta frequência, no entanto, é variável e depende das necessidades específicas de cada bebê.

Infelizmente existem muitos mitos sobre o sono do bebê que não se sustentam do ponto de vista médico ou fisiológico, mas que podem causar ansiedade nos pais e levar a condutas muitas vezes prejudiciais.

Alguns destes mitos incluem:

  • Bebês acima de uma certa idade ou peso não precisam de mamadas noturnas;
  • Os bebês precisam apenas de 1 a 2 mamadas por noite do ponto de vista nutricional;
  • Os bebês devem dormir a noite toda após três a seis meses de vida;
  • Os bebês devem ter mamadas programadas para que possam assumir uma rotina;
  • Bebês precisam de longas sonecas no escuro;
  • Todos os bebês precisam dormir às 18h ou 19h;
  • Os cérebros infantis não se desenvolverão se tiverem sono interrompido

Como melhorar a qualidade do sono do bebê?

Algumas medidas ao longo da rotina diária do bebê podem ajudar a melhorar sua qualidade de sono, incluindo:

  • Evitar ao máximo a exposição de um bebê menor de dois anos ao uso de telas, incluindo telefones celulares, tablets ou televisão. Mas, pensando na rotina de sono, isso é válido especialmente antes de dormir.
  • Certificar de que o bebê esteja sendo exposta à luz solar durante o dia, para ajudar a regular o ciclo circadiano (ciclo sono/vigília). Esta exposição deve se concentrar no início da manhã ou final da tarde, devido aos efeitos indesejados da radiação ultravioleta.
  • Use iluminação fraca para cuidados noturnos para minimizar a interferência com o ritmo circadiano.
  • Certifique-se de que a roupa de dormir, a roupa de cama e o quarto do seu filho não estejam muito quentes ou muito frios.

Rotina pré-sono

Um problema comum dos pais quando as crianças acordam é fazê-las voltar a dormir.

Algumas pessoas acreditam que precisam simplesmente colocar o bebê no berço, para que ele aprenda a dormir sozinho.

Isso pode gerar um estresse que mais atrapalha do que ajuda com a rotina de sono. Segurar, balançar, alimentar ou pular para adormecer não devem ser considerados maus hábitos.

Com o tempo, o suporte para o sono deve diminuir. Especialmente após os 4 meses de idade (quando hábitos bons ou ruins estão estabelecidos para o bebê), o ideal é que ele seja colocado. no berço quando estiver sonolento, mas ainda acordado.

No entanto, isso deve ser feito de forma gradual e de acordo com a resposta individual de cada criança.

Até que seu filho esteja pronto para adormecer de forma independente, estratégias calmantes ativas podem ajudar, incluindo:

  • Contato físico: os bebês preferem ficar perto de sua família à noite – especialmente de sua mãe biológica ou cuidador principal, pois seu cheiro, paladar e batimentos cardíacos são familiares
  • Mamada: diferentes hormônios são liberados durante a sucção no peito ou na mamadeira, deixando o bebê mais sonolento. A saciedade e o contato físico com a mãe, pai ou cuidador também contribui para isso.
  • Balançar ou saltar suavemente ajuda a desencadear os ritmos naturais do sono.
  • Carregar o bebê ajuda a trazer segurança e deixar o bebê mais calmo.
  • Tocar o bebê e massageá-lo suavemente também ajuda o bebê a relaxar, se acalmar e entrar no sono.
  • Tomar banho com água morna ajuda o bebê a relaxar. Um dos motivos para isso é que a água imita o ambiente intrauterino.

Como aumentar a segurança do bebê durante o sono?

A morte súbita na infância é a principal causa de óbito em bebês com até um ano de idade.

Existem diferentes teorias para explicar o problema, ainda que nenhuma delas com maiores níveis de evidência.

Ainda assim, diversas rotinas mostraram-se eficazes em se prevenir a morte súbita.

Primeiramente, o bebê deve ser colocado para dormir em seu próprio berço, evitando-se a cama dos pais.

O hábito de dormir com os pais aumenta os riscos de sufocamento, porque os pais se mexem e o bebê fica indefeso.

Eventualmente, os pais podem empurrar travesseiros ou roupa de cama sobre o bebê, levando ao seu sufocamento.

Além disso, a temperatura do bebê e do ambiente ao seu redor aumenta na cama compartilhada, o que é considerado um fator de risco para a morte súbita.

Pelo mesmo motivo, os bebês devem ser vestidos adequadamente para o ambiente, com não mais que uma camada a mais do que seria usado por um adulto para estar confortável nesse ambiente. A cobertura do rosto deve ser evitada.

Outra medida para evitar a morte súbita é não colocar o bebê para dormir de bruços (com a barriga para baixo). Isso é recomendável ao logo de todo o primeiro ano do bebê, sendo ainda mais importante nos seis primeiros meses.

Idealmente, o bebê deve dormir em um berço no mesmo quarto dos pais por um período de 12 meses ou, ao menos, nos seis primeiros meses de vida.

Os cuidados com o berço também são importantes. Escolha sempre um berço certificado pelo INMETRO, que determina uma série de parâmetros para garantir a segurança do bebê. Como exemplo, as grades devem ter um espaçamento mínimo para evitar que o bebê fique preso e se enforque.

O colchão deve ser coberto com roupa de cama firme e bem presa, sem nenhum outro objeto decorativo e sem cobertor e manta macios.

Prevenção da plagiocefalia

Como visto acima, a recomendação é que o bebê seja colocado para dormir sempre com a cabeça voltada para cima, com o objetivo de se evitar a morte súbita na infância.

No entanto, isso coloca o bebê sob risco para uma condição denominada de plagiocefalia.

A plagiocefalia se refere ao achatamento de uma área específica da cabeça de um bebê.

Ela geralmente se desenvolve na parte de trás da cabeça (plagiocefalia occipital), quando o bebê fica muito tempo deitado sobre esta área da cabeça.

Eventualmente, a plagiocefalia pode estar presente já ao nascimento. Isso pode acontecer em decorrência da posição intra-útero ou pelo contato com a cabeça do irmão, no caso de uma gestação múltipla.

Para evitar a plagiocefalia, é importante que o bebê seja colocado em alguns momentos – principalmente nas sonecas diurnas – em uma posição lateral (alternando-se os lados) ou de bruços. Para isso, no entanto, ela deve estar sempre sob supervisão próxima.