Retinopatia Diabética
O que é a Retinopatia Diabética?
A retinopatia diabética é uma condição caracterizada pela destruição progressiva da parte posterior do olho (retina) que acontece em decorrência do diabetes.
Quando não tratada, ela pode evoluir para a cegueira. Este processo geralmente é lento, podendo levar vários anos.
Como o diabetes pode afetar os olhos?
O excesso de glicose no sangue tem efeito deletério sobre os pequenos vasos sanguíneos do nosso corpo, chamados de capilares.
Rins, olhos, cérebro, coração e nervos periféricos são estruturas ricas nestes capilares. São assim os locais mais predispostos a desenvolverem lesões graves em decorrência do diabetes.
No olho, a retina é a parte mais afetada, o que caracteriza a retinopatia diabética.
A retina é uma camada de células sensíveis à luz, localizada na parte de trás do olho. Ela converte a luz em sinais elétricos. Estes sinais são então enviados ao cérebro, onde são interpretados, levando à percepção da imagem.
Fatores de risco
Qualquer pessoa com diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2 está potencialmente em risco de desenvolver retinopatia diabética.
Entretanto, o risco é maior na presença de algumas condições, incluindo:
- Diabetes de longa data;
- Nível persistentemente alto de glicose no sangue;
- Hipertensão Arterial Sistêmica;
- Colesterol alto;
- Gestantes;
- Pessoas de origem asiática ou negros.
Prevenção da Retinopatia Diabética
Ainda que o risco de Retinopatia Diabética não possa ser eliminado, ele é drasticamente reduzido por meio do controle da glicemia, da pressão arterial e do colesterol.
Isso pode ser feito por diferentes mecanismos, incluindo:
- Melhora do padrão alimentar;
- Prática regular de atividade física;
- Medicamentos específicos.
Estas medidas devem ser adotadas por todos os pacientes diabéticos. Para aqueles sem Retinopatia Diabética, elas ajudam a evitar o problema. Para aqueles que já apresentam sinais da Retinopatia, o objetivo é de retardar a evolução da doença.
Sintomas da retinopatia diabética
Os principais sinais e sintomas da Retinopatia Diabética incluem:
- Piora gradativa ou súbita da visão;
- Visão turva ou irregular;
- Dor ou vermelhidão nos olhos;
- Dificuldade para enxergar no escuro.
Por outro lado, esses sintomas não necessariamente significam que o paciente tenha retinopatia diabética. Mesmo no paciente diabético, podem haver outras formas de acometimento da visão que não necessariamente são causados pela diabetes.
Entretanto, é importante que o diabético procure avaliação médica especializada tão logo perceba qualquer um destes sintomas. Assim, não se deve ficar aguardando até uma próxima consulta de rotina.
Diagnóstico da Retinopatia Diabética
A Retinopatia Diabética é uma doença silenciosa, que pode se desenvolver por um longo período sem que o paciente apresente quaisquer sinais ou sintomas que possam ser atribuídos a ela.
Deixar para fazer uma avaliação apenas na presença de sintomas característicos, desta forma, pode fazer com que o paciente perca a oportunidade de realizar o tratamento em uma fase mais precoce, quando os resultados são muito mais consistentes.
Ainda nas fases iniciais, os sinais sugestivos da retinopatia Diabética podem ser detectados por meio de fotografias dos olhos realizadas pelo oftalmologista durante a triagem de rotina.
Esta avaliação deve idealmente ser feita com frequência anual para todo paciente diabético.
Tratamento da Retinopatia Diabética
Durante os estágios iniciais da Retinopatia Diabética, o tratamento envolve basicamente o gerenciamento dos fatores de risco, discutidos acima na sessão sobre a Prevenção da Retinopatia Diabética.
O tratamento específico deve ser considerado nos estágios mais avançados.
Ele pode incluir:
- Tratamento com laser;
- Injeções de medicação nos olhos;
- Cirurgia para remover o sangue ou o tecido cicatricial dos olhos;
Tratamento com laser
O tratamento com laser é usado nos estágios avançados da retinopatia diabética.
Ele promove a destruição de novos vasos que se formam de forma excessiva na retina do paciente diabético. Com isso, o procedimento diminui o risco de hemorragia vítrea ou distorção da retina.
De alguma forma, o procedimento acaba comprometendo a parte periférica da retina, onde estes vasos se formam, para preservar a parte central, que é a parte mais importante e nobre, responsável pelo foco da visão.
Como efeito colateral, é esperado que o paciente perca parte da visão periférica. Entretanto, os novos aparelhos de laser tendem a deixar queimaduras menos agressivas, preservando um pouco mais o campo visual.
O tratamento pode ajudar a estabilizar as alterações nos olhos causadas pelo diabetes e retardar a piora da visão. Entretanto, não se deve esperar uma melhora na visão já comprometida do paciente.
Como é feito o procedimento?
O tratamento com laser para a Retinopatia Diabética normalmente leva cerca de 20 a 40 minutos.
O procedimento se inicia com a aplicação de um anestésico local. Um colírio é usado para alargar as pupilas e lentes de contato especiais são usadas para manter as pálpebras abertas durante o procedimento.
A aplicação do laser não é dolorosa. Entretanto, pode haver uma sensação de picada quando certas áreas do olho estão sendo tratadas.
Após o término do procedimento a visão do paciente fica embaçada durante 2 ou 3 horas. Isso significa que o paciente não deve retornar para casa dirigindo.
Neste período inicial, o paciente também fica mais sensível à luz. O uso de óculos de sol pode ajudar a reduzir esta sensibilidade.
Injeções intraoculares
As injeções intraoculares de medicamentos anti-angiogênicos são indicados especialmente na presença de uma condição frequentemente associada à retinopatia Diabética, chamada de edema macular.
O edema macular diabético se refere a um inchaço da parte central da retina, sendo esta a principal causa de perda de visão no diabético.
Um indivíduo pode ter a retinopatia diabética sem edema macular, pode ter edema macular sem retinopatia diabética ou pode ter o edema macular associado às outras alterações características da retinopatia diabética.
Os medicamentos anti-angiogênicos agem impedindo a formação de novos vasos sanguíneos na parte de trás dos olhos.
Em alguns casos, pode haver inclusive uma regressão do estadiamento da doença, o que não acontece com o laser.
Por outro lado, o uso das injeções requer tratamento mensal vitalício, já que a medicação dura apenas um mês dentro do olho. Caso o tratamento seja interrompido, a retinopatia tende a voltar a progredir.
Como regra geral, o laser continua sendo mais adequado para a maior parte dos pacientes com Retinopatia Diabética. Entretanto, na presença concomitante de máculas, as injeções de anti-angiogênicos deve ser considerada.
Como é feito o procedimento?
Inicialmente, a pele ao redor dos olhos é limpa e coberta com um lençol. Pequenos clipes são usados para manter os olhos abertos.
A seguir, um anestésico local é aplicado no olho e uma agulha muito fina é cuidadosamente guiada até o globo ocular para realizar a injeção do medicamento.
Inicialmente as injeções são geralmente administradas uma vez por mês. Quando a visão começar a se estabilizar, elas serão interrompidas ou administradas com menos frequência.
Em alguns casos, injeções de corticoesteroides podem ser usadas no lugar dos anti-angiogênicos. Isso é feito especialmente na falha do tratamento com os anti-angiogênicos.
Cirurgia ocular
A cirurgia pode ser realizada para remover parte do humor vítreo do olho. Esta é a substância transparente e gelatinosa que preenche o espaço atrás da lente ocular.
A operação, conhecida como cirurgia vitreorretiniana, pode ser necessária na presença de hemorragia extensa ou na presença de tecido cicatricial extenso, causando o descolamento de retina.
A cirurgia vitreorretiniana geralmente é realizada sob anestesia local e sedação.