Quedas em Idosos
Risco de quedas em idosos
Qualquer pessoa pode cair. Entretanto, o risco é maior entre os idosos. Além disso, as consequências das quedas em idosos também é maior.
As quedas podem em muitos casos provocar fraturas e os traumatismos cranianos. Essas fraturas, por sua vez, pode levar a um processo de internação hospitalar e eventualmente à necessidade de cirurgias, o que pode desencadear outros problemas secundários de saúde, por vezes fatais.
85% das mortes causadas por quedas ocorrem entre os 13% da população que tem 65 anos ou mais (1).
Cerca de 1 em cada 3 adultos com mais de 65 anos e metade das pessoas com mais de 80 anos terão pelo menos uma queda por ano.
Quando o idoso cai duas ou mais vezes ao ano, ele é então considerado um idoso caidor.
Quais as causas de queda em idosos?
Diferentes fatores fazem com que o risco de quedas aumente à medida em que envelhecemos.
Podemos dividir esses fatores em problemas internos (ligados ao próprio paciente) e problemas externos (ligados ao ambiente).
Problemas internos
Fraqueza muscular e perda de equilíbrio estão associado ao processo de envelhecimento, mas pode se desenvolver de forma mais acelerada em algumas pessoas.
Problemas de visão ou audição podem tirar a atenção do idoso em relação a eventuais obstáculos e propiciar um ambiente propício para as quedas.
A hipotensão postural é um problema comum em idosos. Ela está associada a uma desregulação da pressão sanguínea quando uma pessoa passa da posição deitada ou sentada para a posição em pé, levando a uma redução no fluxo sanguíneo cerebral. Deve ser aventada sempre que um idoso cai poucos segundos após se levantar.
Problemas neurológicos podem levar a um pior controle do movimento dos membros inferiores, facilitando a ocorrência de quedas.
As quedas podem também estar associada ao uso de certas medicações, especialmente aquelas usadas para o tratamento da dor, medicamentos para dormir e outros com ação sobre o Sistema Nervoso Central.
Problemas de saúde mental são muitas vezes ignorados como fator de quedas em idosos. Quadros de depressão, demência e outros podem fazer com que o paciente reduza sua atenção ao ambiente, propiciando as quedas. Isso sem contar no efeitos das medicações utilizadas no tratamento dessas condições.
Problemas externos
Fatores ambientais que favorecem a queda entre idosos incluem:
- Pisos molhados e escorregadios, por exemplo em decorrência do uso de produtos de limpeza;
- Má iluminação do ambiente;
- Tapetes soltos;
- Escadas sem corrimão
Quais as consequências das quedas em idosos?
As principais consequências das quedas entre idosos incluem:
Fraturas
Um dos maiores problemas relacionados às quedas é o risco de fraturas.
Este risco é maior em pacientes com osteoporose, uma doença caracterizada pela redução na densidade da massa óssea.
As fraturas mais comuns após uma queda no paciente com osteoporose incluem o punho, joelho, coluna e quadril. Entretanto, qualquer osso do corpo pode ser quebrado em decorrência de uma queda.
Essas fraturas podem exigir períodos de imobilismo, internação hospitalar e cirurgias. Outros problemas de saúde podem também ser desencadeados por conta disso, levando a uma piora nas condições de saúde do idoso e piora funcional. Eventualmente, pode ser o início de um ciclo de problemas que podem até mesmo levar à risco para a vida do idoso.
Traumatismo craniano
O traumatismo craniano é a consequência mais temida que acontece em decorrência de uma queda.
Alguns dos principais sinais relacionados aos traumatismos cranianos incluem:
- Alteração no nível de consciência.
- Falas desconexas.
- Esquecimentos.
- Perda da orientação temporal.
- Náusea.
- Vômito
- Ferimentos extensos.
- Sangramentos nasais
A presença de qualquer destes sinais ou sintomas que aparecem após uma queda deve levar o paciente a procurar atenção médica imediata.
Entretanto, é preciso considerar que, em alguns casos, os sintomas demoram para aparecer. Quando a pessoa se dá conta, pode ser tarde demais.
Assim, o indicado é que sempre que houver dúvidas quanto à possibilidade de trauma na cabeça após quedas em idosos, que se busque atenção médica imediata.
Isso deve ser feito independentemente da presença de quaisquer sintomas.
Como evitar as quedas em idosos?
Quanto melhor estiverem as condições de saúde do idoso, menor o risco de novas quedas. Assim, o primeiro passo é uma avaliação médica completa, geralmente conduzida pelo Médico Geriatra.
O geriatra poderá identificar e diferentes doenças ou condições que possam contribuir para um maior risco de quedas. Isso pode incluir, por exemplo, a avaliação oftalmológica ou audiológica.
Especialmente naqueles que apresentam baixa pontuação nos testes de desempenho funcional, são partes fundamentais do tratamento os exercícios para fortalecimento e equilíbrio.
O custo benefício dos medicamentos que aumentam o risco para quedas deve ser avaliado caso a caso. Quando possível, eles devem ser retirados, substituídos ou terem suas doses ajustadas.
A Terapia de Reposição Hormonal pós menopausa pode ser considerada como forma de minimizar a perda muscular. Da mesma forma, homens com baixos níveis de testosterona podem ter benefícios associados à sua reposição.
Alguns pacientes se beneficiam do uso de diferentes formas de auxílio para a marcha, como uma bengala ou um andador.
As bengalas podem ser adequadas para pacientes com comprometimento unilateral mínimo de músculos ou articulações.
Já os andadores, especialmente aqueles com rodas, são mais apropriados para pacientes com risco aumentado de quedas atribuíveis à fraqueza de ambas as pernas ou com a coordenação significativamente prejudicada.
Outras medidas importantes incluem:
- Uso de tapetes antiderrapantes no banheiro
- Secar o chão sempre que cair água
- Melhora da iluminação
- Uso de antiderrapantes nos pisos
- Remover objetos largados no chão (especialmente aqueles deixados por crianças)
- Solicitar ajuda para levantar ou mover itens pesados ou grandes, especialmente quando for necessário subir em um banco ou cadeira.
- Uso de calçados adequados
Por fim, os pacientes devem ser ensinados sobre o que fazer no caso de uma nova queda, quando eventualmente eles não consigam se levantar.
Algumas medidas, como deixar um telefone ao alcance de uma pessoa que está no chão, é uma destas medidas preventivas a serem consideradas.