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Psicologia geriátrica

Psicologia geriátrica

A Psicologia Geriátrica, também chamada de psicologia do idoso e psicologia do envelhecimento, consiste em uma área de estudo e atuação dentro da psicologia, que tem como foco desenvolver pesquisas, analisar contextos e criar técnicas de intervenção focados na terceira idade, ou seja, focados em indivíduos com mais de 60 anos.

Neste texto, apresentamos uma série de informações sobre essa área, com o intuito de ajudá-lo a compreender melhor esse assunto. Acompanhe e saiba mais!

O que é a Psicologia geriátrica?

A psicologia geriátrica pode ser compreendida como uma área de estudo e atuação psicológica que foca em indivíduos com mais de 60 anos. Sendo assim, um campo do saber que visa trabalhar diretamente com a saúde mental e a qualidade de vida de indivíduos que vivem na terceira idade.

A psicologia do idoso, assim sendo, pode atuar em forma de pesquisa e levantamento de dados, como por exemplo, por meio da produção de artigos científicos, visando oferecer conhecimentos
cientificamente comprovados para a sociedade no geral, de modo que essas informações e dados contribuam para um aumento na qualidade de vida de indivíduos da terceira idade. Neste caso, podemos listar:

  • Artigos científicos.
  • Desenvolvimento de projetos de intervenção.
  • Estudos de caso para avaliar os fatores que impactam a saúde do indivíduo idoso.
  • Estudos voltados ao desenvolvimento humano no que tange à fase da velhice.

Além da área de estudos, há também a área de acompanhamento psicológico. Neste caso, o profissional psicólogo atua clinicamente ou em instituições para acompanhar, tratar e avaliar a saúde psicológica, emocional, psíquica e mental dos idosos. Dentro desse campo, podemos encontrar atendimentos como:

  • Intervenções em instituições de repouso.
  • Acompanhamento psicológico individual, por meio da psicoterapia.
  • Acompanhamento psicológico em grupo, por meio de grupos terapêuticos.
  • Intervenções e acompanhamento em hospitais, clínicas de atendimento focado na saúde do idoso, etc.

Perceba que são muitas as áreas que o psicólogo do idoso pode atuar, sempre visando a análise e o desenvolvimento de intervenções que contribuam para uma velhice mais saudável e feliz.

Além desses pontos listados, a psicologia geriátrica também pode atuar com foco preventivo. Ou seja, o profissional de saúde mental pode intervir com o propósito de reduzir os riscos de depressão na terceira idade, por exemplo, tendo em vista que alguns problemas de saúde mental, como este citado, podem ser mais comuns a partir dos 60 anos.

Qual o papel do psicólogo do idoso?

O papel do psicólogo do idoso é promover autoconhecimento, acolhimento e escuta aos idosos que buscam esse tipo de suporte profissional, em qualquer fase de suas vidas.

O psicólogo apoia o idoso na hora de lidar com lutos, problemas de sociabilidade, dificuldades para aceitar determinados diagnósticos, desenvolver autonomia, entre outras circunstâncias.

Dessa maneira, o profissional propicia um ambiente terapêutico de escuta ativa, no qual será o ideal para que o idoso possa falar abertamente sobre as questões que têm atravessado a sua vida.
A partir disso, o terapeuta pode desenvolver e planejar uma série de intervenções e ações que possam auxiliar o indivíduo na ressignificação de situações negativas e no estabelecimento de novas perspectivas para o seu futuro.

O psicólogo, neste caso, é um facilitador do autoconhecimento do idoso, sendo que este descobrirá novas faces de si mesmo e poderá usar isso em prol da sua qualidade de vida.

Além disso, o terapeuta também pode atuar como psicoeducador, tirando as dúvidas do idoso com relação aos possíveis diagnósticos e condições específicas dessa faixa etária.

Quais áreas a Psicologia geriátrica estuda, avalia e intervém?

São diversas as áreas nas quais a psicologia geriátrica intervém, além de serem essas áreas que são levantadas nos estudos, pesquisas e análises diversas dessa área da psicologia.

Abaixo, listamos algumas das situações que costumam ser estudadas, para que você possa ter uma visão mais clara do trabalho feito dentro da psicologia do idoso.

Desde já, ressaltamos que seria inviável listarmos todos os pontos que podem vir a ser estudados com o passar do tempo, pois, acima de tudo, estamos falando de questões humanas, carregadas de subjetividade. Sendo assim, a lista abaixo é um apanhado geral do que pode ser trabalhado na psicologia geriátrica, mas existem outras áreas que também poderiam entrar nessa categoria de estudos psicológicos.

Dito isso, sigamos com a nossa lista:

1. Sociabilidade
A sociabilidade na terceira idade pode mudar significativamente por uma série de motivos. Por exemplo, a sociabilidade com os colegas de trabalho pode reduzir após a aposentadoria; assim como a sociabilidade com familiares pode reduzir a partir do momento em que o idoso desenvolve certas fragilidades e limitações que o impeçam de sair de casa como antes.
Dessa maneira, a psicologia geriátrica visa estudar os aspectos psicológicos envolvidos com a sociabilidade na terceira idade, incluindo casos de isolamento social. O propósito é detectar os efeitos da sociabilidade nessa idade, visando oferecer intervenções e ações que contribuam para a qualidade de vida do sujeito.

2. Relacionamento
O relacionamento, de forma geral, também pode ser impactado na terceira idade. E não estamos falando apenas dos aspectos sociais, mas, sim, da forma como o idoso se sente dentro da relação, da maneira como seus relacionamentos são aceitos ou não pela sociedade no geral, e assim por diante.
Desse modo, a psicologia geriátrica também busca compreender as singularidades do relacionamento na terceira idade, compreendendo as suas dinâmicas, limitações, etc.

3. Sexualidade
A sexualidade humana tem um papel muito importante na saúde mental e física dos indivíduos. Por conta disso, a psicologia geriátrica também visa estudar essa importante área envolvida com aspectos da terceira idade.
Isso porque a sexualidade na terceira idade, infelizmente, ainda é um tabu, mas tem uma função importante na vida dos indivíduos. Logo, trata-se de um fragmento que deve receber atenção em pesquisas psicológicas, bem como em intervenções dentro do consultório.

4. Processos de luto
Os processos de luto do idoso podem ser bastante marcantes e complexos. Enquanto na juventude podemos nos deparar com perdas em nossas vidas, na terceira idade essas perdas podem ser ainda mais significativas: os irmãos mais velhos falecem, o trabalho é “perdido” com a aposentadoria, a morte do cônjuge pode acontecer, e assim por diante.
Partindo disso, é muito importante que a psicologia geriátrica mantenha esse olhar atento para os processos de luto que são vivenciados por pessoas com mais de 60 anos. Afinal, acima de tudo, esse luto coloca o idoso em contato com o fim da própria vida, ou seja, com a sua própria morte, o que pode despertar uma série de questões internas, especialmente aquelas relacionadas com o sentimento de satisfação ou insatisfação para com a vida.

5. Comportamentos nocivos na terceira idade
Comportamentos como dependência química na terceira idade também entram em pauta nos estudos e intervenções da psicologia geriátrica. Devido a uma série de fatores, indivíduos com mais de 60 anos podem se expor a situações de risco, consumindo drogas lícitas e ilícitas, seja com o propósito de “aproveitar a vida” ou como meio de se esquivar da realidade que pode ser dolorosa e difícil de aceitar.
Assim sendo, as pesquisas focadas na psicologia geriátrica também analisam e promovem intervenções com base nos comportamentos que podem ser considerados prejudiciais na terceira idade.

6. Relação com o fim da vida
O fim da vida existe, e isso é inegável. Porém, à medida que os anos passam, a visão do fim da vida pode ficar mais nítida e intensa para o idoso. Nesses casos, o indivíduo pode começar a se questionar sobre a sua própria história de vida, seus problemas que foram vividos, as angústias que ainda existem, os arrependimentos que vêm à tona, e assim por diante.
Além disso, o medo da morte e os mitos por trás da perda da vida também podem se tornar assuntos corriqueiros para os idosos, gerando episódios de medo, angústia, depressão, desesperança, e assim por diante.
Desse modo, a psicologia geriátrica também visa avaliar e intervir na relação que o ser humano tem com o próprio fim de sua vida, visando oferecer uma visão mais equilibrada e que contribua para a satisfação de viver, aumentando a qualidade de vida e a saúde do sujeito.

7. Autoestima
A autoestima na terceira idade também tem as suas particularidades. O corpo muda, a disposição muda, os relacionamentos se transformam, e assim por diante. Por conta disso, estudar essa área também é papel da psicologia geriátrica, que visa oferecer suporte psicológico para que os idosos possam trabalhar a autoestima de modo positivo, aumentando a qualidade de vida, melhorando os relacionamentos, e assim por diante.
A autoestima tem um papel importante na vida de qualquer ser humano, pois ela se associa com a forma como nós lidamos com as outras pessoas, bem como também se relaciona com a nossa crença de que somos capazes de atingir objetivos e resultados.
Pensando na terceira idade, há ainda as questões relacionadas à autonomia, que pode ser prejudicada com o passar do tempo. Ou seja, a autoestima na terceira idade é bastante complexa e merece essa atenção dos profissionais de saúde mental.

8. Transtornos mentais na terceira idade
Os transtornos mentais na terceira idade existem e possuem interação direta com a idade do indivíduo. Ou seja, quando pensamos em transtornos mentais – e isso vale para todas as idades -, a faixa etária do sujeito pode impactar diretamente na sua forma de lidar com os sintomas.
Por conta disso, a psicologia geriátrica também visa estudar os transtornos mentais e suas nuances na terceira idade, com o intuito de compreender os impactos e os efeitos nos idosos desse tipo de questão.
Na clínica, é papel do psicólogo do idoso oferecer psicoeducação e acolhimento para as demandas advindas dos transtornos mentais na terceira idade.

9. Outros quadros singulares
Como mencionado anteriormente, a psicologia geriátrica também atua em diversas outras circunstâncias singulares, de acordo com a subjetividade de cada indivíduo.
Assim sendo, existem muitos caminhos de estudo e intervenção dentro da psicologia do idoso. Afinal, cada caso é único e exige um olhar clínico singular.

Quando procurar um psicólogo do idoso?

É possível procurar um psicólogo do idoso em diversas situações diferentes. Caso o indivíduo perceba que está passando por questões e conflitos que têm perturbado a sua vida e reduzido o seu bem-estar, o acompanhamento psicológico será bem-vindo.

Além disso, é válido destacarmos que não é necessário ter apenas um motivo único e central para buscar a terapia. Isto é, o idoso também pode procurar o psicólogo para compreender melhor a si mesmo, desenvolvendo autoconhecimento e autocompreensão. Dessa maneira, é possível aumentar a qualidade de vida, sempre se baseando nas questões íntimas de cada um.

De todo modo, também citamos alguns cenários que podem requerer o atendimento psicológico na terceira idade. Veja:

1. Sofrimento psicológico
Se o idoso está vivenciando alguma situação de sofrimento psicológico, independentemente do motivo, pode procurar apoio de um psicólogo da terceira idade para atravessar a situação com mais equilíbrio e saúde.
Como vimos, são diversas as situações que podem trazer sofrimento e impactos na vida do sujeito, por isso, o acompanhamento psicológico é válido para minimizar o sofrimento.

2. Problemas de relacionamento
Problemas de relacionamento, seja ele amoroso ou não, devido às circunstâncias da terceira idade, é outro caso que pode ser solucionado e refletido por meio da psicoterapia para a terceira idade.
Se você está enfrentando limitações no relacionamento, está com dificuldades para construir relacionamentos saudáveis ou outras questões nesse sentido, o psicólogo do idoso possui amparo para lidar com essas questões.

3. Dificuldades para lidar com alguma questão limitante
A vida é feita de desafios, e isso vale para qualquer fase do desenvolvimento humano. Na terceira idade, especificamente, muitos desafios podem estar associados à perda da autonomia, como no caso de dificuldades para sair de casa, necessidade de apoio para tomar banho, e assim por diante.
Essas situações podem impactar o psicológico e a saúde mental do idoso, sendo fatores que podem requerer o acompanhamento terapêutico.

4. Diagnósticos na terceira idade
Os diagnósticos de doenças físicas e mentais, de maneira geral, podem gerar uma série de questionamentos, angústias e medos em qualquer indivíduo, independentemente da faixa etária que ele possui.
Porém, na terceira idade, especificamente, alguns diagnósticos podem ser difíceis de serem assimilados, o que exige o acompanhamento psicológico para o enfrentamento do luto e das angústias.

Como funciona o atendimento na Psicologia geriátrica?

A psicologia geriátrica pode atender o idoso tanto em terapias em grupo, quanto individualmente. Cada caso poderá ser avaliado de uma forma, visando oferecer ao indivíduo o método que for mais coerente com o seu perfil.

Assim sendo, o atendimento, em ambos os casos, funcionará como um espaço neutro de escuta, acolhimento e intervenção focados no desenvolvimento da autonomia, do bem-estar e da qualidade de vida do idoso.

O psicólogo conversa com o paciente para que este fale de suas questões pessoais. À medida que o diálogo avança, o psicólogo faz questionamentos e “provocações” que levam o idoso a reflexões que possam ajudá-lo a ter mais consciência de si mesmo, aumentando a sua autoestima, seu autoconhecimento e assim por diante.

Basicamente, podemos dizer que uma sessão de psicologia geriátrica funciona como em outros atendimentos feitos com indivíduos adultos.

Quais os benefícios da Psicologia geriátrica?

Os benefícios da psicologia geriátrica podem variar de caso a caso. Tudo depende da experiência do profissional e do engajamento do indivíduo que está em tratamento. Além disso, as
circunstâncias também impactam. Por exemplo, um indivíduo com depressão pode atingir o resultado X, enquanto um indivíduo sem esse diagnóstico pode atingir o resultado Y.

De todo modo, abaixo listamos alguns dos possíveis benefícios alcançados na psicoterapia para idoso:

1. Contribui para o aumento da qualidade de vida
Sem dúvidas, o acompanhamento psicológico pode contribuir significativamente para o aumento da qualidade de vida do idoso.
Por meio das sessões de terapia, o idoso compreende seus limites, encontra suas forças internas e aprende a lidar, emocionalmente, com tudo isso.
Esse equilíbrio emocional reduz os sentimentos de baixa autoestima e impotência, muito comuns na terceira idade.

2. Psicoeducação frente aos diagnósticos
Se o idoso recebe algum tipo de diagnóstico, seja de alguma doença física ou mental, a psicoterapia o ajuda a compreender melhor a situação.
O conhecimento do caso, com respaldo científico, pode ajudar o idoso a minimizar a ansiedade frente ao diagnóstico, bem como pode promover perspectivas para o futuro com base no conhecimento do prognóstico.

3. Desenvolvimento de planos e perspectivas
Desenvolver planos e perspectivas para o futuro pode ser um grande desafio na terceira idade, e isso acontece por muitos motivos. Há a questão da família impedir a autonomia do idoso ou este imaginar que está “no fim da vida” e não há mais tempo para nada.
Sendo assim, a psicoterapia pode ajudar o idoso a enxergar novas opções para o seu futuro, seja no curto, médio ou longo prazo.

4. Ressignificação do fim da vida
A ressignificação do fim da vida é outro benefício que a psicoterapia pode promover para os idosos. Afinal, querendo ou não, a velhice nos coloca diante do fim da vida. Assim sendo, aprender a lidar melhor com a visão da morte, ressignificando tabus e criando novas visões, pode ser uma das formas de lidar com os sentimentos relacionados com essa situação.

5. Minimização dos efeitos psicológicos de doenças
Transtornos e doenças na terceira idade podem ocasionar uma série de efeitos psicológicos, como medo, angústia, sentimento de descontrole, e assim por diante.
Dessa maneira, a psicoterapia contribui para um maior equilíbrio emocional frente aos diagnósticos, oferecendo suporte para uma maior qualidade de vida do sujeito.

6. Melhora no relacionamento interpessoal
Por fim, a psicoterapia também pode contribuir para o desenvolvimento de relacionamentos interpessoais mais saudáveis.
Afinal, à medida que a autoestima e as questões íntimas do idoso são trabalhadas, os efeitos podem ser sentidos em sua forma de interagir com os demais à sua volta, resultando em benefícios interessantes.

Em suma, a psicologia geriátrica tem um papel importantíssimo em nossa sociedade, uma vez que é fato que a população mundial está envelhecendo. Por isso, procurar um profissional da área pode ser bem relevante.