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Ponte de Safena

O que é a Ponte de Safena?

A cirurgia de ponte de safena, também conhecida por bypass cardíaco, é um procedimento no qual um pedaço da veia safena é retirada da perna e colocada no coração, para transportar sangue desde a aorta até ao músculo cardíaco.

Ela produz uma “via paralela” por onde o sangue pode passar para ultrapassar uma parte da artéria seriamente comprometida pela Aterosclerose.

Após a Ponte de Safena, o sangue passa a nutrir o coração por dois caminhos: o original, que possui a lesão, e a ponte. Caso a coronária lesada venha a apresentar uma obstrução total, a ponte mantém o coração irrigado.

Qual a indicação da Ponte de Safena?

A revascularização cardíaca é indicada quando as coronárias não são capazes de transportar quantidade suficiente de sangue para fornecer nutrientes e oxigênio para que o músculo cardíaco se mantenha em atividade. 

Existem dois tipos de cirurgia para a revascularização do miocárdio:

  • Angioplastia: geralmente indicada no caso de obstruções únicas e eventualmente duplas;
  • Ponte de Safena: indicada quando as obstruções são difusas ou múltiplas.

A Ponte de Safena pode ser indicada também para o paciente que já fez uma angioplastia, mas que voltou a apresentar obstrução da artéria.

Eventualmente, ela poderá ser indicada em situações de emergência, especialmente após um Infarto Agudo do Miocárdio que não esteja respondendo satisfatoriamente a outros tratamentos.

Como é feita a cirurgia?

A Ponte de Safena geralmente leva de três a seis horas e requer anestesia geral. O número de pontes necessárias depende da localização e da gravidade dos bloqueios.

30% das cirurgias são feitas com o coração funcionando, enquanto 70% são realizadas com o coração parado.

Quando a cirurgia é feita com o coração funcionando, um instrumento específico é usado para estabilizar a área em que o cirurgião está trabalhando. Isso torna o procedimento tecnicamente mais exigente, mas reduz o risco de algumas complicações.

Quando a cirurgia é feita com o coração parado, medicações específicas são usadas para inibir a contração do músculo cardíaco.

Enquanto isso, o sangue é mantido em circulação por uma máquina, ao que se denomina de circulação extra-corpórea.

Ainda que a cirurgia inteira leve de 3 a 6 horas para ser realizada, o coração é mantido parado apenas durante 30 a 90 minutos, enquanto é feita a sutura do enxerto de coronária.

Terminada a cirurgia, o cirurgião e o perfusionista “reiniciam” o coração.

Pós-operatório

Após a cirurgia, o paciente fica um ou dois dias na unidade de terapia intensiva. Ele permanecerá entubado até que seja capaz de respirar sozinho. A reabilitação cardíaca geralmente começa ainda no hospital, com um programa de exercícios para cada fase do tratamento.

A alta hospitalar é feita após aproximadamente sete dias. Neste momento, ainda é esperado que se tenha dificuldade para fazer as tarefas diárias. As caminhadas também são limitadas a pequenas distâncias.

Em um primeiro momento, os exercícios são feitos de forma supervisionada em um Centro de Reabilitação cardíaca. Isso deve ser mantido até que possa seguir com segurança um programa domiciliar.

Até 4 semanas após a cirurgia, não se deve dirigir, nem carregar peso com mais de 10 kg. Certos tipos de trabalho serão liberados após aproximadamente um mês. Atividades físicas não supervisionadas são iniciadas de forma gradual geralmente após 6 a 8 semanas, com um tempo de recuperação completo de aproximadamente três meses.

Resultado da cirurgia

O resultado no longo prazo da Ponte de Safena costuma ser satisfatório. As taxas de sobrevida são de aproximadamente 92% em 5 anos, 77% em 10 anos, 57% em 15 anos e 40% em 20 anos (1).

Entretanto, é preciso que se entenda que Ponte de Safena pode ajudar a controlar os sintomas, mas não deve ser vista como uma cura para a Doença Arterial Coronariana.

A melhora no longo prazo só será conseguida por meio de mudanças no estilo de vida, incluindo:

  • Prática regular de atividade física;
  • Melhora do padrão alimentar;
  • Abandono do tabagismo;
  • Perda de peso;
  • Eventualmente, medicações.

Quais os riscos da cirurgia de Ponte de Safena?

A Ponte de Safena é um procedimento em que é preciso abrir o tórax e acessar diretamente o coração.

Assim, existe um risco real de complicações como sangramentos, arritmias, infecção da ferida operatória, trombose, embolia pulmonar e Infarta Agudo do Miocárdio.

Para a maior parte dos pacientes, este risco não é elevado. Cirurgias feitas na emergência ou em pacientes muito debilitados apresentam maior risco.