Pólipo Intestinal
O que é um pólipo intestinal?
O pólipo intestinal se caracteriza por um aglomerado de células que se forma no revestimento do cólon.
A maior parte dos pólipos intestinais não causam sintomas. Assim, o diagnóstico é geralmente feito a partir de um exame de colonoscopia de rotina.
A maioria deles são inofensivos. Entretanto, em certos tipos histológicos há o risco, com o tempo, de evolução para câncer de cólon.
Isso justifica a procura ativa por estas lesões e sua remoção, uma vez que identificadas.
Além disso, em alguns poucos casos, o câncer pode já estar presente. Isso somente poderá ser determinado por meio da biópsia seguida pelo exame histológico.
Fatores de risco
Qualquer pessoa pode desenvolver pólipos no cólon. Entretanto, o risco é maior em determinadas condições:
- Pessoas acima dos 50 anos;
- Obesos;
- Fumantes;
- Sedentários;
- Consumo excessivo de álcool;
- Dieta pobre em Fibras alimentares;
- Pessoas com histórico pessoal ou familiar de pólipos ou câncer de cólon;
Portadores de doenças inflamatórias intestinais, como a Colite ulcerativa ou a Doença de Crohn.
Sintomas
Os pólipos intestinais geralmente não causam sintomas. Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem:
- Sangramento retal;
- Sangue nas fezes: pode ser identificado com a presença de sangue vivo ou fezes pretas;
- Mudança nos hábitos intestinais, incluindo constipação ou diarreia;
- Dor e cólicas, decorrentes da obstrução intestinal;
- Anemia, que se desenvolve em decorrência do sangramento visível ou oculto.
Diagnóstico
O principal exame para o diagnóstico do pólipo intestinal e do câncer de cólon é a colonoscopia. O exame pode ser solicitado em duas condições:
- Para a avaliação de sintomas, especialmente o sangramento anal.
- Como exame de rotina, em todas as pessoas a partir dos 45 anos de idade. O exame deve ser repetido a cada 10 anos, mas poderá ser indicado em uma frequência menor a depender de outros fatores de risco para o câncer de cólon.
Para realizar a colonoscopia, um tubo flexível com uma câmera em sua extremidade é introduzido pelo ânus, gerando imagem em tempo real através de seu trajeto pelo intestino.
Na presença de uma lesão suspeita, é feita uma biópsia para diferenciar o pólipo intestinal do câncer de intestino.
O câncer de cólon continua sendo um problema clínico significativo em todo o mundo. Ele é o terceiro câncer mais comum diagnosticado tanto em homens quanto em mulheres (1).
A avaliação de rotina por meio da colonoscopia, porém, é uma excelente oportunidade de se evitar o problema. Isso porque esta transformação de um adenoma em câncer costuma ser um processo lento, que leva anos (2).
Quais os diferentes tipos de pólipos?
Existem duas categorias principais de pólipos:
- Pólipos neoplásicos: adenomas e tipos serrilhados;
- Pólipos não neoplásicos: incluem pólipos hiperplásicos, inflamatórios ou hamartomatosos.
Os pólipos não neoplásicos geralmente não se tornam cancerosos. Já os pólipos neoplásicos têm o potencial de se tornarem câncer, caso tenham tempo suficiente para crescer.
Em um estudo feito com pacientes submetidos a polipectomia, foram observados os seguintes achados (3):
Tipo histológico | % |
Hiperplásico | 19,4% |
Inflamatório | 1,9% |
adenoma | 75,1% |
câncer | 2,1% |
Pólipo adenomatoso
O pólipo adenomatoso representa 70% de todos os pólipos intestinais (4). Eles são bastante comuns, sendo que cerca de um terço de todas as pessoas desenvolverão um ou mais pólipos adenomatosos ao longo da vida (5).
O pólipo adenomatoso é considerado uma lesão pré-cancerígena. Ainda assim, apenas 5% deles são considerados de maior risco de se tornarem malignos (6).
Por outro lado, quase todos os cânceres de colon se originam a partir de um pólipo adenomatoso.
Os seguintes aspectos são considerados de maior risco para evolução para câncer (7):
- Tamanho maior do que 1,5cm
- Maior profundidade de acometimento
- Presença de três ou mais pólipos
- Idade ao diagnóstico de 60 anos ou mais
- Histologia mostrando maior displasia e os tipos histológicos com padrão viloso ou tubuloviloso;
- Remoção incompleta do pólipo e ausência de margem livre de lesão na polipectomia.
Tratamento
Uma vez localizado um pólipo durante a colonoscopia, ele deve ser removido. A técnica para remoção, entretanto, depende de fatores como o tamanho e a localização do pólipo.
Ela pode ser feita no próprio ato da colonoscopia. Quando isso não for tecnicamente possível, poderá ser feita por meio da laparoscopia. Este é um procedimento minimamente invasivo guiado por vídeo, feito através do abdome.
Em casos raros, um seguimento do intestino poderá ter que ser removido por cirurgia aberta.
Uma vez feita a retirada do pólipo, ele será então analisado no laboratório. Esta análise permitirá determinar o tipo histológico e a presença ou não de margem livre de lesão.
Seguimento pós polipectomia
Um exemplo de cronograma de rastreamento de acompanhamento após a descoberta de um ou mais pólipos adenomatosos pode ser (8):
- Um a dois pólipos pequenos: colonoscopia repetida em cinco a 10 anos;
- Mais de dois pólipos pequenos ou pólipos grandes: colonoscopia repetida em três a cinco anos;
- Mais de 10 pólipos: colonoscopia repetida em três anos;
- Pólipos grandes com remoção complicada: uma colonoscopia repetida em seis meses;
- Colonoscopia incompleta devido à má preparação ou outros motivos: o médico fará uma recomendação personalizada.