Pericardite

A pericardite é uma inflamação do pericárdio, a membrana que envolve o coração. Ela pode ter diferentes causas e pode ter início insidioso ou repentino.

A maioria dos pacientes se recupera completamente do problema, ainda que isso possa levar semanas ou meses.

A pericardite pode levar ao acúmulo de líquido inflamatório entre as camadas do pericárdio, condição esta denominada de Derrame Pericárdico.

Pericardite aguda
Inflamação do pericárdio que se desenvolve repentinamente, com início súbito dos sintomas.

Pericardite crônica
Inflamação do pericárdio com duração de três meses ou mais após as primeiras manifestações da doença.

Pericardite constritiva
Uma forma grave de pericardite na qual a inflamação leva à formação de tecido cicatricial no pericárdio, fazendo com que a membrana fique endurecida e também com a formação de aderências.
Ela geralmente se desenvolve após episódios repetitivos de pericardite ao longo do tempo.

A pericardite pode se desenvolver por diferentes causas, incluindo:

Pericardite idiopática
A causa em até 80% dos casos de pericardite permanece desconhecida mesmo depois de uma avaliação completa (1). Estes casos são classificados como pericardite Idiopática.

Pericardite infeciosa
A pericardite infeciosa se desenvolve em decorrência de uma infecção viral, bacteriana, fúngica ou parasitária.

Pericardite traumática
Desenvolve-se como resultado de um trauma no tórax, como após um acidente de carro.

Pericardite urémica
Desenvolve-se como resultado de insuficiência renal.

Pericardite maligna
Desenvolve-se como resultado de um câncer que cresce em seu corpo. Eventualmente, a radioterapia utilizada no tratamento para o câncer também pode causar a pericardite.

Pericardite Autoimune
Algumas doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide e esclerodermia, podem causar pericardite

O principal sintoma da pericardite é a dor no tórax.

Ela tende a piorar ao tossir, engolir, respirar fundo ou se deitar.

Por outro lado, ela melhora ao se sentar e inclinar o corpo para a frente.

e se inclina para a frente.

A dor eventualmente pode se irradiar para as costas, pescoço ou ombro esquerdo.

Outros sinais e sintomas que podem estar presentes incluem:

• Tosse seca.
• Palpitação
• Fadiga.
• Febre.
• Inchaço das pernas, pés e tornozelos em casos graves.

O diagnóstico da pericardite deve ser considerado pelo Médico Cardiologista a partir de uma história clínica compatível.

A auscuta cardíaca pode mostrar um rangido chamado “esfregar do pericárdio”. Ele acontece devido à fricção entre as duas camadas inflamadas do pericárdio. Este rangido é melhor percebido ao inclinar o corpo para frente, prender a respiração e depois soltar o ar.

Além disso, alguns exames específicos podem ser considerados:

• Radiografia de tórax: permite avaliar o tamanho do seu coração e a presença de fluidos nos pulmões.
• Eletrocardiograma: permite a avaliação de eventuais arritmias, presentes em aproximadamente 50% dos pacientes com pericardite.
• Ecocardiograma: permite avaliar o funcionamento do coração, além da presença de derrame pericárdico ao redor do coração.
• Ressonância magnética com contraste: permite avaliar a presença de líquidos, inflamação ou espessamento no pericárdio.
• Exames de sangue: diferentes tipos de testes podem ser solicitados de acordo com as possíveis causas para a pericardite.

O tratamento da pericardite depende da causa específica do problema.

Em alguns casos, pode ser considerado o uso de medicamentos como os anti-inflamatórios, corticoesteroides, imunossupressores ou antibióticos.

Na presença de acúmulo de líquido no pericárdio, poderá ser indicada a drenagem do líquido.

A cirurgia poderá ser considerada no caso de uma pericardite construtiva.