Paralisia de Bell (Paralisia Facial)

O termo paralisia facial se refere à fraqueza dos músculos faciais, que acontece em decorrência de danos temporários ou permanentes ao nervo facial.

Cada pessoa possui dois nervos faciais, um para cada lado da face. Isso significa que, na maior parte das vezes, apenas um dos lados da face é afetado.

O nervo facial tem origem no cérebro e e entra no rosto em frente à orelha, onde se divide em cinco ramos.

Cada um destes ramos supre músculos específicos envolvidos na expressão facial.

Além disso, o nervo facial regula processo fisiológicos como a produção de lágrimas e saliva e é responsável pelo paladar.

Dependendo da causa da paralisia facial, os sintomas podem ter início súbito ou podem aparecer gradualmente ao longo de semanas ou meses.

A Paralisia de Bell se refere à paralisia fácil de origem idiopática. Isso significa que nenhuma causa conclusiva foi estabelecida para a paralisia, embora existam indícios de que ela possa estar relacionada a uma infecção viral.

A paralisia de Bell é a causa mais conhecida de paralisia facial, de forma que ambas as condições são muitas vezes discutidas como se fossem a mesma coisa.

Existem, porém, outras causas possíveis para a paralisia facial e que precisam ser descartadas.

Além da Paralisia de Bell (idiopática), outras possíveis causas para a paralisia facial incluem:

• Paralisia facial iatrogénica: lesão do nervo facial que ocorre em decorrência de um ato cirúrgico. Entre as cirurgias mais relacionadas à paralisia facial incluem-se a remoção de neuroma acústico, o tumor do nervo facial ou cirurgias da glândula parótida.
• Infecções bacterianas, como a doença de Lyme ou a otite média.
• Outras doenças neurológicas, como a Neurofibromatose ou a Síndrome de Guillain-Barré.
• Lesões traumáticas, como fraturas do crânio ou face.
• Traumas obstétricos.
• Malformações congênitas do nervo facial.
• Acidente Vascular Cerebral: embora não afete diretamente o nervo facial, o dano cerebral provocado pelo Acidente Vascular Cerebral pode fazer com que o nervo deixe de receber informações provenientes do cérebro.

A paralisia facial na grande maioria das vezes afeta apenas um lado da face. Ela pode afetar os músculos das sobrancelhas, olhos, bochechas e boca, embora nem todos eles precisem estar comprometidos no mesmo paciente.

Alguns tipos de paralisia facial afetar a sensibilidade, de forma que a pessoa fica com a pele do rosto dormente. Pode também comprometer a produção de lágrimas, saliva e o paladar.

Vale considerar, também, que a dor da paralisia de bell não se irradia para braços ou pernas.

Entre as funções que podem estar comprometidas pela paralisia facial, incluem-se:

• Levantar as sobrancelhas;
• Fechar os olhos;
• Abrir a boca;
• Sorrir;
• Levantar o lábio superior e puxar o lábio inferior para baixo;
• Enrrugar o nariz;
• Movimentar as mandíbulas.

A Paralisia de Bell geralmente é diagnosticada pelo Médico Neurologista, com base na descrição dos sintomas fornecida pelo paciente, histórico clínico detalhado e exame físico e neurológico.

Nenhum exame específico é capaz de confirmar ou descartar a Paralisia de Bell. Entretanto, eles podem ser solicitados com o objetivo de descartar outras condições que possam causar sinais e sintomas semelhantes.

Entre estes exames, incluem-se:

• Exame de sangue, para verificar a presença de uma infecção bacteriana ou viral
• Exames de imagem, para avaliar os nervos do rosto e também para descartar a possibilidade de um Acidente Vascular Cerebral ou de um Tumor Cerebral
• Eletromiografia, para avaliar a função do nervo facial. Ela ajuda também a determinar o prognóstico. Quando a excitabilidade do nrvo está preservada, 90% dos pacientes apresentam recuperação completa, enquanto a excitabilidade está ausente, a recuperação completa ocorre em apenas 20% dos pacientes.
• punção lombar, para descartar infecções com acometimento do sistema nervoso central

Na maioria dos casos, os sintomas da paralisia de Bell melhoram sem tratamento. No entanto, pode levar semanas ou meses para que os músculos do rosto recuperem completamente.

Nenhum tratamento é capaz de modificar o curso da doença. Ainda assim, diferentes medicamentos e medidas podem ser adotadas para minimizar os sintomas.

Entre elas, incluem-se:

• Uso de medicamentos corticoesteroides, para reduzir a inflamação;
• Antibióticos ou antirretrovirais, no caso de infecções;
• Analgésicos, no caso de dor;
• Colírios, para manter o olho lubrificado;
• Toalha quente e úmida sobre o rosto, para aliviar a dor;
• Massagem facial;
• Exercícios de fisioterapia para estimular os músculos faciais.

No paciente com paralisia facial incompleta, o probnóstico costuma ser muito bom. 85% dos pacientes apresentam recuperação completa ao longo das três primeiras semanas e a maioria se recuperará em até 5 meses (1).
No caso do paciente com paralisia completa, o exame de eletroneuromiografia pode ajudar a determinar o prognóstico.
Quando a excitabilidade do nervo está preservada, 90% dos pacientes apresentam recuperação completa, enquanto a excitabilidade está ausente, a recuperação completa ocorre em apenas 20% dos pacientes.