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Lúpus

O que é o lúpus?

O lúpus é uma doença autoimune crônica que pode afetar articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, coração e pulmões.

O sinal mais característico do lúpus é uma erupção facial, que se assemelha às asas de uma borboleta e que se desdobra em ambas as bochechas. Entretanto, isso não é visto em todos os casos de lúpus.

O lúpus acometa pessoas de todos os gêneros e idades. Entretanto, ele é mais comum entre as idades de 15 e 45 anos, sendo as mulheres acometidas em 90% casos (1).

Quais os tipos de lúpus?

Existem quatro tipos principais de lúpus:

Lúpus Eritematoso Discoide
O lúpus eritematoso discoide ou cutâneo é uma doença restrita à pele. O paciente apresenta lesões arredondadas, vermelhas e descamativas. Elas são notadas especialmente no rosto, couro cabeludo, pescoço e tronco.
As lesões se tornam mais evidentes após uma exposição ao sol.

Lúpus Eritematoso Sistêmico
Doença sistêmica que acomete, além da pele, diversos órgãos, incluindo articulações, rins, pulmões, sistema nervoso e pleura.

Lúpus induzido por drogas
Ocorre quando há desenvolvimento de sintomas semelhantes aos do lúpus eritematoso sistêmico, que podem se desenvolver após a exposição a certos medicamentos. Geralmente, a resolução do quadro se dá após a suspensão do medicamento desencadeante. A associação mais clássica é feita com a procainamida e a hidralazina.

Lúpus Neonatal
O Lúpus Neonatal é uma doença autoimune adquirida que acomete recém-nascidos. Ele é causado pela passagem de anticorpos pela placenta, quando a mãe apresenta certos tipos de doenças autoimunes.
O recém-nascido pode apresentar lesões cutâneas fotossensíveis, alterações hepáticas, hematológicas ou, até mesmo, cardíacas.

Sintomas

Os sinais e sintomas do Lúpus podem surgir repentinamente ou desenvolver-se lentamente.

A maioria das pessoas tem doença leve que se desenvolve em surtos intercalados com períodos de remissão da doença. Em alguns casos, porém, os sintomas podem ser graves e permanentes.

Os sintomas variam a depender do tipo de lúpus e da gravidade da doença.

Lesões de pele
As lesões de pele estão presentes em até 80% dos pacientes com lúpus, sendo a primeira manifestação da doença em 25% dos casos (1, 2).
A principal característica clínica é uma erupção avermelhada característica no nariz e bochechas, em forma de borboleta.
Podem ocorrer também lesões discoides, vasculite ou alopecia (queda de cabelo).
Além disso, há surgimento de aftas e úlceras orais, geralmente indolores.
Lupus

Manifestações articulares
O paciente pode desenvolver dor, com ou sem inchaço, envolvendo as mãos, punhos, joelhos e pés.

Manifestações cardiopulmonares
A inflamação das membranas que recobrem o pulmão (pleurite) e coração (pericardite) pode provocar dor ao respirar, tosse seca, falta de ar e dor no peito.

Acometimento renal (nefrite)
O acometimento renal é uma das manifestações mais preocupantes do Lúpus. A nefrite acomete cerca de 50% dos pacientes com a doença (2).
Nas formas mais graves, a nefrite pode evoluir com Hipertensão Arterial, inchaço nas pernas e sangue na urina.
Quando não tratada rapidamente e adequadamente, pode haver evolução para insuficiência renal, o que pode levar à necessidade de diálise ou transplante renal.

Alterações neuro-psiquiátricas
O paciente pode apresentar Convulsões, Acidente Vascular Cerebral, alterações de humor ou comportamento, Depressão e alterações dos nervos periféricos.

Manifestações hematológicas
O Lúpus pode provocar a destruição de células sanguíneas.
Quando os anticorpos atacam as células vermelhas, o paciente apresenta anemia, podendo desenvolver hipóxia e falta de ar;
Quando eles atacam as células brancas, o paciente apresenta leucopenia, com maior susceptibilidade a infecções;
Quando atacam as plaquetas, o paciente desenvolve plaquetopenia e fica mais susceptível a sangramentos.

Qual a causa do Lúpus?

O lúpus é uma doença autoimune de causa descolhecida.

Entretanto, ela pode ser desencadeada por certos gatilhos, incluindo:

  • Luz solar: a exposição solar pode causar lesões na pele ou desencadear uma resposta dos órgãos internos em pessoas suscetíveis.
  • Infecções: a infecção pode dar início ao quadro de lúpus ou pode desencadear um novo surto.
  • Medicamentos: O lúpus pode ser desencadeado por certos medicamentos, incluindo antihipertensivos, anticonvulsivantes e antibióticos. As lesões geralmente melhoram quando o paciente para de tomar a medicação.

Diagnóstico

O diagnóstico do Lúpus é feito com base no quadro clínico, já que não existe nenhum teste específico para a confirmação da doença.

Diferentes exames de sangue, radiografia, eletrocardiograma ou biópsia podem ser considerados para avaliar o acometimento de órgãos internos.

Fator antinúcleo
O Fator Antinúcleo (FAN) é um exame baseado no padrão de fluorescência dos anticorpos.
Pequenas elevações no FAN podem ser visto em pessoas saudáveis (1). Entretanto, quando bastante elevado, ele é indicativo de uma doença autoimune.
Além do Lúpus, outras condições a serem consideradas incluem a Síndrome de Sjögren, Artrite Reumatoide, Dermatomiosite e Esclerodermia.

Tratamento

O tratamento para o lúpus é habitualmente feito pelo Médico Reumatologista. Ele depende de quais são os sinais e sintomas apresentados pelo paciente e da gravidade destes sintomas.
Os medicamentos mais comumente usados ​​para controlar o lúpus incluem:

Anti-inflamatórios
Os anti-inflamatórios não esteroides podem ser usados ​​para tratar dor, inchaço e febre associados ao lúpus.
Apesar de serem medicações amplamente utilizadas pela população por diferentes motivos, os anti-inflamatórios carregam com sigo risco considerável de efeitos colaterais. Entre eles, incluem-se sangramento no estômago, problemas renais e aumento do risco de problemas cardíacos.
Drogas antimaláricas
Medicamentos comumente usados ​​para tratar a malária, como a hidroxicloroquina atuam sobre o sistema imunológico e podem reduzir o risco de crises de lúpus.
Os efeitos colaterais podem incluir dores de estômago e, muito raramente, danos à retina do olho. Ainda assim, exames oftalmológicos regulares são recomendados ao tomar esses medicamentos.
Corticosteróides
Os corticosteroides são medicamentos com potente ação anti-inflamatória e que podem ser usadas nas crises do lúpus.
Os efeitos colaterais incluem ganho de peso, osteoporose, aumento no risco de infecções e aumento no risco de doenças como Hipertensão Arterial ou Diabetes.
Imunossupressores
Drogas que suprimem o funcionamento do sistema imunológico. Eles podem ser úteis em casos graves de lúpus, mas isso às custas de um aumento no potencial para complicações graves, como infecções de difícil tratamento, danos no fígado, diminuição da fertilidade e aumento do risco de câncer.