medicina e exercicio
Pesquisar
Pesquisar

Lesões de pele no atleta

Quais os problemas de pele mais comuns no atleta?

Infecções de pele são problemas comuns entre atletas.

Algumas destas infecções, incluindo Herpes Símplex, tinea corporis, impetigo e furunculose são condições transmissíveis e que podem se espalhar facilmente entre os membros de uma equipe.

O uso de roupas molhadas de suor ou após atividade aquática favorece o desenvolvimento de infecções fúngicas na virilha (tínea Cruris) ou nos pés (tínea pedis, também conhecida como “pé do atleta”).

Pressão, tração excessiva e traumas nas mãos e pés podem levar ao desenvolvimento de distrofias ungueais ou de calos e bolhas. A fricção frequente da roupa suada contra o mamilo de mulheres atletas podem provocar uma assadura conhecida como “mamilo da corredora”.

Atletas que se exercitam ao ar livre precisam ter cuidado redobrado com a pele, devido ao risco de câncer de pele.

Infecção fúngica no pé (“pé de atleta”)

A infecção fúngica no pé, tecnicamente chamada de Tínea Pedis, é tão comum em atletas que ela é popularmente conhecida como “pé de Atleta”.

Vários fatores colocam os atletas em risco para o desenvolvimento de tais infecções, incluindo:

  • Sudorese e maceração da pele pelo suor;
  • Permenência prolongada com a meia molhada pelo suor;
  • Oclusão por calçados;
  • Traumas repetitivos;
  • Banho compartilhado com outros atletas

Infecção fúngica da virilha (Tínea Cruris)

A infecção fúngica da virilha também é mais comum entre atletas. Os principais motivos para isso incluem:

  • Pele molhada e macerada pelo suor;
  • Atrito com as roupas íntimas molhadas;
  • Contaminação a partir da infecção fúngica do pé, a qual, como visto acima, também é mais comum no atleta.

As lesões da Tínea Cruris tipicamente se iniciam de um dos lados da virilha. Ela pode evoluir com acometimento bilateral (ambas as virilhas), mas, quando isso acontece, este acometimento é caracteristicamente assimétrico.

Elas podem também se estender para a parte interna da coxa ou para a parte inferior do abdômen e região pubiana.

Tínea gladiatorun

Lutadores de diferentes especialidades são especialmente vulneráveis a infecções fúngicas. Isso acontece devido a uma combinação de dois fatores:

  • Ambiente propício para o crescimento de fungos, devido à pele macerada pela sudorese, abrasões, e oclusão por equipamentos;
  • Contato pele a pele com outros atletas, o que aumenta o risco de transmissão.

Uma vez que um lutador esteja contaminado, é comum que o fungo se espalhe para toda a equipe.

 Estudos transversais mostram que, em média, um a cada quatro lutadores apresenta sinais e sintomas de uma infecção fúngica (1). Esta grande incidência justifica a denominação comum de Tínea Gladiatorun para a Tínea Corporis que acomete o lutador.

A tinea corporis gladiatorum apresenta-se como placas descamativas, eritematosas e bem definidas. Ela afeta predominantemente a cabeça, pescoço e extremidades superiores.

Alguns lutadores desenvolvem a infecção de forma assintomática. Entretanto, eles funcionam como reservatórios para a transmissão.

Infecções virais

vírus Herpes simplex (HSV)

Vesículas avermelhadas agrupadas na cabeça, pescoço e extremidades superiores são características da Herpes Simplex.

Os mesmos fatores de risco que tornam os lutadores suscetíveis a infecções fúngicas também contribuem para um maior risco de infecção pelo HSV.

Quando um lutador se contamina, a infecção é facilmente transmitida para outros atletas. 

Como referência, um estudo  descreveu a infecção pelo Herpes Simplex de forma simultânea em 35% de 175 lutadores que participavam de um programa de treinamento (1).

Distrofias das Unhas

Espessamentos, descolorações e deformidades nas unhas dos pés são comuns em esportes como o futebol, ténis ou corrida. Ela acontece em decorrência do trauma da unha contra o box do calçado. 

A distrofia habitualmente acomete a unha do dedo mais longo, geralmente o segundo dedo.

Manter as unhas curtas e a escolha adequada do calçado são as melhores formas de se prevenção.

A Distrofia da unha precisa ser diferenciada da onicomicose. Isso pode ser feito por meio do exame de hidróxido de potássio ou por meio da cultura de um fragmento da unha.

Calos e bolhas

Calos

Calos são camadas espessas e endurecidas de pele. Eles se desenvolvem como resultado de fricção ou pressão excessiva e frequente.

Os calos estão geralmente localizados nos pés ou nas mãos, por serem as áreas mais expostas à pressão e fricção.

O calo é uma proteção natural que se forma na pele, reforçando as áreas submetidas a pressão e tração excessiva.

Sem os calos, bailarinos, montanhistas, tenistas, velejadores, corredores e praticantes de academia rapidamente formariam bolhas, que se romperiam e deixaria a pele em carne viva.

Bolhas

Da mesma forma como os calos, as bolhas se formam especialmente nas mãos e pés como resultado da pressão e fricção excessiva.

Inicialmente, a pele fica sensível ao toque, avermelhada e irritada. Se o atrito continuar, as camadas da pele se separam, preenchendo a área com fluido, o que caracteriza a bolha. 

Este líquido pode ser claro ou, em alguns casos, sanguinolento.

A pressão do fluido estimula os nervos sob a pele, o que causa a dor característica da bolha.

Com a persistência do atrito, a bolha pode se estourar, expondo as camadas mais profundas da pele. A ferida pode sangrar e se torna extremamente sensível. O risco de infecções secundárias aumenta.

Discutimos os cuidados a serem adotados no tratamento de Bolhas e Calos no esporte em um artigo específico.