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Incontinência Urinária Relacionada ao Exercício

Incontinência urinária relacionada ao exercício

A incontinência urinária é uma condição caracterizada pela perda involuntária de urina.

É um problema comum, especialmente entre idosos, mulheres pós-menopausa, gestantes, mulheres com filhos e também em atletas.

Ainda que seja mais comum entre as mulheres, os homens também podem ser acometidos.

Estima-se que aproximadamente 50% das mulheres atletas desenvolvam Incontinência Urinária relacionada ao Exercício. A incidência é três vezes maior do que na população não atlética.

Entretanto, isso varia bastante de acordo com a modalidade. Incidências de até 80% foram descritas para certas modalidades (1).

A tabela abaixo mostra a incidência de Incontinência urinária em diferentes modalidades esportivas, de acordo com um estudo com 291 atletas de elite (1).

MODALIDADE INCONTINÊNCIA
Ginástica 56%
Ballet 43%
Badminton 31%
Voleibol 30%
Atletismo 25%
Handebol 21%
Basquetebol 17%

Discutir a incontinência urinária é um assunto embaraçoso para muitas atletas.

Como não conversam sobre a isso com suas colegas de time ou mesmo com a equipe médica do clube, não têm a noção do quão frequente ela é.

Muitas sofrem em silêncio, sem saber que muitas de suas parceiras também sofrem com o mesmo problema.

A incontinência urinária, desta forma, acaba sendo subnotificada, subdiagnosticada e subtratada.

Ainda assim, nos casos mais graves, ela pode ser incomoda o suficiente para que muitas mulheres deixem de se exercitar ou de praticar o esporte que tanto gostam.

Qual a causa da incontinência urinária em atletas?

A Incontinência urinária pode estar associada a uma produção excessiva de urina, a uma capacidade limitada de armazenamento pela bexiga ou a uma capacidade limitada de “segurar” a urina dentro da bexiga.

Esta última condição, chamada de Incontinência urinária de esforço, é a causa mais comum no atleta. Discutimos a respeito de outras formas de incontinência (que também podem acometer os atletas) em um artigo mais geral sobre Incontinência urinária.

Problemas no assoalho pélvico são a causa mais comum de incontinência urinária de esforço. É um problema bastante comum tanto entre atletas como não atletas e não parece haver uma maior incidência entre os atletas (1).

A diferença é que grande parte dos não atletas são capazes de “segurar” a urina apesar de algum grau de disfunção pélvica, enquanto os atletas tendem a perder a urina mesmo com um problema relativamente mais leve.

Uma mostra disso é um estudo feito com 291 atletas de elite de diferentes modalidades. 9,6% deles referiram perda frequente de urina durante a prática esportiva, mas apenas 0,8% referiram esta perda frequente fora da atividade esportiva (1).

Isso acontece pelo fato de que muitas formas de exercício levam a um aumento significativo na pressão abdominal.

Esportes de força, como o Levantamento de Peso, envolvem maior risco, bem como modalidades em que é comum o trauma contra a barriga, como é o caso do futebol.

Tratamento da incontinência urinária no esporte

Medidas comportamentais, como urinar antes do treino ou competição, ainda que importantes, já são regularmente adotadas pela maior parte das atletas.

Uma consequência comum é a desidratação, uma vez que muitas atletas deixam de se hidratar adequadamente antes de um treino, para evitar a incontinência urinária.

A Hidratação do atleta é importante para o funcionamento de todo o corpo e tem impacto direto na saúde e no rendimento esportivo.

A desidratação faz com que a urina fique extremamente concentrada, o que irrita a bexiga e leva a um aumento da micção.

A desidratação também aumenta o risco de constipação, o que também contribui para uma maior perda urinária.

O treinamento da musculatura do assoalho pélvico por meio dos Exercícios de Kegel tem sido recomendado como tratamento de primeira linha na população em geral e também mostra bons resultados entre atletas (3).

O uso de tampões vaginais pode evitar vazamentos durante atividades físicas de alto impacto com melhora dos sintomas em até 100% dos casos (1).

Medicamentos específicos, ainda que bastante usados na população em geral, costumam ter pouco benefício especificamente nos atletas jovens.