Gripe (Influenza)

A gripe é uma infecção do sistema respiratório causada pelo vírus Influenza. Ela acomete nariz, garganta e pulmões.

Ainda que muitas vezes confundidas, gripe e resfriado são doenças diferentes.

O resfriado é causado pelo Rinovírus, enquanto a gripe é causada por diferentes subtipos do vírus Influenza.

A gripe é uma doença mais grave e costuma evoluir com febre alta e dor no corpo, enquanto o resfriado tende a ter febre baixa e sintomas menos incapacitantes.

Outra diferença da gripe e do resfriado é que, ainda que ambas as condições sejam relativamente frequentes, o resfriado é bem mais comum.

É esperado que adultos saudáveis ​​tenham dois ou três episódios de resfriado por ano (1), ao passo que a gripe acomete aproximadamente 8% dos adultos a cada ano (2).

Entretanto, estes números podem variar bastante de ano para ano. 

Como referência, o Center for Disease Control (CDC) estima que entre 3.000 e 49.000 pessoas nos Estados Unidos morrem por gripe a cada ano. 

A temporada de gripe 2017-2018, porém, teve um número incomumente alto de aproximadamente 49 milhões de pessoas infectadas e 79.000 mortes nos Estados Unidos (3).

Os sinais e sintomas comuns da gripe incluem:

• Nariz escorrendo ou entupido
• Lacrimejamento, dor nos olhos
• Dor de garganta, tosse seca e persistente
• Febre, Calafrio e sudorese
• Dor muscular generalizada
• Dor de cabeça
• Vômitos e diarreia (especialmente em crianças)

Para a maioria das pessoas, a gripe se resolve sozinha. Mas, especialmente em pessoas com algum grau de fragilidade física, a infecção e suas complicações podem ser mortais. 

São fatores de risco para as complicações relacionadas à gripe:

• Crianças menores de 5 anos, especialmente aquelas com menos de 6 meses;
• Adultos com mais de 65 anos (responsáveis por 71 a 85% das mortes relacionadas à gripe)(4);
• Residentes de asilos e lares para idosos;
• Mulheres grávidas ou com até duas semanas após o parto;
• Pessoas com sistema imunológico debilitado;
• Pessoas que têm doenças crônicas, como asma, doenças cardíacas, doenças renais, doenças hepáticas e diabetes;
• Pessoas muito obesas, especialmente aquelas com índice de massa corporal (IMC) de 40 ou superior.

Para a grande maioria dos pacientes jovens e saudáveis, a infecção por influenza evolui para a cura completa após poucos dias, sem a necessidade de qualquer tratamento específico.

No paciente de risco, as complicações são uma preocupação muito maior. Elas podem incluir, entre outras:

Pneumonia

A Pneumonia é uma das complicações mais graves. Para idosos e pessoas com doenças crônicas, a pneumonia pode ser mortal.

A combinação de gripe seguida por pneumonia causada por Influenza foi a oitava causa mais comum de morte nos Estados Unidos em 2016 (5).

São sinais que podem sugerir uma possível pneumonia e que requerem atenção médica imediata:

• Tosse grave com grande quantidade de muco;
• Dor no peito, falta de ar e dificuldade para respirar;
• Febre superior a 39ºC, calafrios ou sudorese graves.

Bronquite

A Bronquite decorre da expansão da infecção até os brônquios.

Os principais sintomas da bronquite incluem:

• Tosse (geralmente com muco)
• Febre baixa, calafrios
• Fadiga

O período de transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias, enquanto nos adultos é de até sete dias.

A doença pode começar a ser transmitida até um dia antes do início do surgimento dos sintomas. O período de maior risco de contágio é quando há sintomas, sobretudo febre.

A contaminação ocorre pela boca, olhos ou nariz

O vírus pode se espalhar através de gotículas no ar, quando alguém doente tosse, espirra ou fala.

Além disso, a transmissão pode acontecer pelo contato com objetos contaminados por estas gotículas. Isso inclui talheres, toalhas, brinquedos, telefones ou mesmo a maçaneta da porta.

Para pessoas que já estão com gripe e para aquelas que estão em contato direto com pessoas com gripadas, é recomendado redobrar os cuidados com a limpeza das mãos com água e sabão, não compartilhar objetos de uso pessoal e usar máscara.

Ao tossir, deve-se cobrir a boca com a parte interna do antebraço, não com a mão. Isso porque a mão contaminada é uma fonte importante de contaminação de objetos.

Existem ao todo quatro tipos de vírus da gripe: Influenza A, B, C e D.

Entretanto, apenas os vírus A e B causam as epidemias típicas da “estação da gripe”.

A infecção pelo vírus influenza C geralmente causa uma doença leve e ocasional e o Vírus Influenza D afeta principalmente o gado, não causando doença em humanos.

Os vírus da gripe A são divididos em subtipos com base em duas proteínas na superfície do vírus: hemaglutinina (H) e neuraminidase (N).

Existem 18 subtipos diferentes de hemaglutinina e 11 subtipos diferentes de neuraminidase (H1 a H18 e N1 a N11, respectivamente).

O potencial de causar doença varia conforme o subtipo do vírus. Embora o número possível de combinações de hemaglutininas e neuraminidases, a maior parte das infecções são causadas por um número limitado de subtipos, o que também varia de ano para ano.

A vacina contra Influenza é desenvolvida anualmente com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde, que avalia as principais cepas circulantes do Influenza.

Trata-se de vacina inativada, de forma que ela não é capaz de causar a doença.

Existem duas formulações para a vacina:

• Trivalente: proteção contra 2 cepas da influenza A e 1 cepa da influenza B
• Tetravalente: proteção contra 2 cepas da influenza A e 2 cepa2 da influenza B

No Brasil, a vacina trivalente está disponível pelo SUS para pessoas de grupo de risco, enquanto a vacina tetravalente está disponível na rede privada.

Vale considerar que nenhuma delas oferece uma proteção completa contra a influenza. A proteção é apenas contra as cepas mais circulantes e mais perigosas da influenza. 

Isso significa que a vacina diminui o risco de infecção, mas não impede. De acordo com estudos do CDC, a eficácia da vacina varia entre 30 e 60% a maior parte dos anos (6).

Para quem é indicada a vacina da gripe?

A vacina contra o vírus influenza é a principal forma de prevenção da gripe.

Ela é indicada para qualquer pessoa acima dos seis meses de idade. No Brasil, ela está disponível pelo SUS apenas para públicos considerados de risco. Nas clínicas privadas, está disponível para todos.

Gestantes não apenas podem se vacinar como são consideradas prioridade para a vacinação.

Mesmo para quem não é grupo de risco, a vacinação deve ser feita sempre que possível. Ainda que o risco de complicações no caso da gripe seja baixo, é preciso considerar que a gripe é uma doença transmitida pelo ar.

Assim, ao se vacinar, não apenas a pessoa vacinada está sendo protegida, mas também seus entes e outras pessoas próximas de maior risco para a doença.

Porque tomar a vacina todo ano?

A revacinação anual contra a gripe é fundamental por dois motivos:

• A proteção conferida pela vacina cai progressivamente seis meses depois da aplicação. 
• Os subtipos de influenza circulantes variam a cada ano. Assim, mesmo que o efeito da vacina durasse mais tempo, ela poderia não proteger contra os vírus do inverno seguinte.