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Gestação em mulheres com doenças autoimunes

Doenças autoimunes com impacto na gestação

Entre as principais doenças autoimunes com potencial impacto na gestação, incluem-se:

Especificidades da gestação em mulheres com doença autoimune

A gestação em mulheres com doenças autoimunes apresenta desafios específicos devido à interação entre a resposta imune materna, as alterações fisiológicas da gravidez e os medicamentos utilizados para o controle da doença.

Os riscos podem ser minimizados quando cuidados específicos são adotados ainda antes da concepção, de forma que toda mulher em idade fértil com doença autoimune deve ser orientada e educada quando a esses cuidados.

Fertilidade em mulheres com doença autoimune

Doenças autoimunes podem afetar a fertilidade, tanto em homens quanto em mulheres. Em mulheres, elas podem levar à falência ovariana prematura, redução da reserva ovariana e aumento do risco abortos espontâneos. Em homens, algumas doenças autoimunes podem afetar a produção e qualidade do esperma.

Mulheres e homens com doenças autoimunes e com dificuldade para engravidar devem buscar avaliação médica especializada, já que existem tratamentos e estratégias de reprodução assistida para melhorar as chances de uma gravidez saudável.

Riscos para a gestante

Doenças autoimunes em atividade aumentam o risco de complicações maternas, como pré-eclâmpsia ou trombose arterial ou venosa.

Além disso, algumas doenças, como lúpus ou a artrite reumatoide, tendem a se agravar no puerpério.

Riscos fetais e neonatais

Os riscos fetais e neonatais estão associados principalmente à atividade da doença. Entre as principais complicações, incluem-se:

Cuidados pré-concepção

Os cuidados obstétricos da mulher com doença autoimune precisam ser iniciados ainda antes da concepção, especialmente por conta de certos medicamentos muito usados nessas doenças e que não são seguros na gestação, incluindo Metotrexato, ciclofosfamida e outros.

Pelo mesmo motivo, mulheres com doenças autoimunes em idade fértil e que não estejam querendo engravidar devem ter cuidado redobrado com a anticoncepção.

Idealmente, a paciente deve estar em remissão da doença por pelo menos 6 meses antes de engravidar, particularmente nos casos de LES e doenças renais autoimunes.

Essas mulheres devem também fazer monitoramento cuidadoso da função renal e hepática, hemograma e marcadores inflamatórios, já que eles podem estar alterados pela doença autoimune e isso pode ter impacto na gestação.

Cuidados pré-natais e pós parto

A gestação em mulheres com doenças autoimunes é considerada de alto risco, de forma que elas precisam ser monitoradas com consultas pré-natais, exames laboratoriais, ultrassom e monitoramento da glicemia, da pressão arterial e da função renal com maior frequência do que outras gestantes.

O acompanhamento devem envolver uma equipe multiprofissional, que inclui o obstetra de alto risco, reumatologista, imunologista ou especialista da doença de base.

O fator mais importante para uma gestação saudável é que a doença esteja sob controle.

A Profilaxia trombótica, bem como outros cuidados específicos, podem ser indicadas a depender da doença de base, especialmente nos casos de Síndrome Anti-fosfolípide.

Após o parto, é preciso ficar atento com o risco de exacerbação da doença (lúpus e artrite reumatoide podem reagudizar) bem como com o ajuste de medicamentos compatíveis com a amamentação.