medicina e exercicio
Pesquisar
Pesquisar

Gastrite

O que é a gastrite?

Gastrite é um termo que se refere à inflamação do revestimento do estômago.

A gastrite pode ocorrer subitamente (gastrite aguda) ou aparecer lentamente ao longo do tempo (gastrite crônica).

Em alguns casos, a gastrite pode provocar a formação de úlceras. Além disso, ela aumenta o risco para câncer de estômago.

Para a maioria das pessoas, no entanto, a gastrite não é grave e melhora rapidamente com o tratamento.

Quais os sintomas da gastrite?

A gastrite nem sempre causa sinais e sintomas. Quando presentes, os sinais e sintomas mais comuns incluem:

  • Dor ou dor em queimação na parte superior do abdômen, que pode piorar ou melhorar com a alimentação;
  • Náusea ou Vômito;
  • Sensação de plenitude depois de comer.

Quais as causas da Gastrite?

As principais causas para a gastrite incluem:

Infecção pela bactéria H. Pilori

A infecção por Helicobacter pylori acomete aproximadamente 50% da população mundial (1). 

A bactéria acomete a mucosa gástrica, uma membrana que reveste o estômago. Esta mucosa é responsável pela produção de um muco protetor, que impede os efeitos nocivos do ácido clorídrico presentes no suco gástrico.

O ácido clorídrico presente no suco gástrico tem um potencial bastante nocivo para a parede do estômago. Na ausência de uma mucosa gástrica eficiente, ele pode levar à inflamação característica da gastrite. 

Uso de certos medicamentos anti-inflamatórios

Os anti-inflamatórios geralmente exercem sua função ao agir sobre três tipos de enzimas, denominadas de COX-1, COX-2 e COX-3.

Além da ação anti-inflamatória, os medicamentos que agem sobre a enzima COX-1 também inibem a produção do muco gástrico. Com isso, há o risco de o paciente desenvolver ulceração, perfuração ou hemorragia. 

Os inibidores seletivos da COX-2, assim como os inibidores da COX-3 (paracetamol) preservam a proteção mediada por prostaglandinas gástricas, ao não inibirem as enzimas COX-1.

Úlceras gastrointestinais, sangramentos e perfurações ocorrem em 1% a 2% dos pacientes que usam antiinflamatórios por três meses e 2% a 5% dos pacientes após um ano de uso (1). 

Além disso, cerca de 30 a40% das pessoas que tomam anti-inflamatório regularmente podem apresentar alterações da mucosa gástrica (1).

Bebidas alcoólicas

O álcool pode irritar e corroer o revestimento do estômago, o qual se torna mais vulnerável aos efeitos dos sucos digestivos. 

Tratamento do câncer

Medicamentos quimioterápicos ou radioterapia podem aumentar o risco de gastrite.

Doença auto-imune

Nas doenças autoimunes, as células de defesa do organismo passam a atacar as células normais do corpo, incluindo o estômago

Outras doenças

A gastrite pode também estar associada a outras doenças, incluindo HIV/AIDS, doença de Crohn, doença celíaca, sarcoidose e infecções parasitárias.

Complicações

Se não for tratada, a gastrite pode levar a úlceras estomacais e sangramento estomacal. Raramente, algumas formas de gastrite crônica podem aumentar o risco de câncer de estômago.

Como a gastrite é diagnosticada?

O diagnóstico deve ser considerado pelo Médico gastrologista a partir das queixas características pelo paciente.

Todas as possíveis causas para a gastrite devem ser investigadas, incluindo histórico de consumo de medicações anti-inflamatórias, histórico de alcoolismo, eventuais tratamentos para câncer e outras doenças coexistentes.

Junto com isso, diferentes testes poderão ser solicitados para a confirmação diagnóstica, incluindo:

Teste respiratório para H. Pylori

O teste respiratório para o H. Pylori é um teste indireto.

O que ele identifica de fato é a transformação de uréia em amônia, um dos efeitos da infecção pelo H. Pylori.

O H. Pylori possui uma enzima denominada de urease, capaz de degradar a ureia para formar amônia. Este é, inclusive, um dos mecanismos pelo qual o H. Pylori é capaz de resistir ao efeito do suco gástrico. 

Inicialmente, o paciente ingere uma solução contendo uréia marcada com carbono 13.

Na presençado H. Pylori, a uréia é transformada em amônia, em uma reação que libera também o carbono 13 marcado. Este carbono 13 será então exalado na forma de gás carbônico.

O ar exalado é então coletado em uma bolsa plástica e testado em um aparelho específico capaz de detectar o carbono marcado.

Endoscopia alta

A Endoscopia Digestiva Alta é indicada no caso de dúvida diagnóstica ou se os sintomas não desaparecerem com tratamento.

Um tubo fino e flexível, contendo uma pequena câmera, é inserido pela boca. Ele é direcionado até o estômago, para observar o revestimento do estômago. 

Ao observar sinais de inflamação, uma biópsia poderá ser realizada. A biópsia também pode identificar a presença de H. pylori no revestimento do estômago.

Exames de sangue

A gastrite pode levar ao sangramento da mucosa gástrica, que por sua vez pode levar à anemia. A anemia pode ser diagnosticada por meio do exame de sangue.

Exame de sangue oculto nas fezes 

Este teste verifica a presença de sangue nas fezes, um possível sinal de gastrite. Este sangue, muitas vezes, não pode ser visto a olho nú.

Tratamento

Independentemente da causa de gastrite, algumas medidas ajudarão no alívio dos sintomas e da inflamação gástrica, incluindo:

  • Uso de medicamentos antiácidos e inibidores da produção de ácidos;
  • Interrupção no uso de medicamentos que causam sintomas, especialmente os anti-inflamatórios;
  • Redução no consumo de álcool;
  • Adoção de hábitos alimentares apropriados ao paciente com gastrite;
  • Tratamento da causa específica, especialmente a Infecção pelo H. Pylori.

Antiácidos

Os remédios antiácidos agem neutralizando o ácido do estômago.

Eles normalmente contêm hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, carbonato de cálcio ou bicarbonato de sódio, por exemplo.  

Alguns exemplos de remédios antiácidos são o Estomazil, Pepsamar ou Maalox, por exemplo.

Inibidores da produção de ácido

Os remédios inibidores da produção de ácido agem diminuindo a quantidade de ácido clorídrico que é produzido no estômago.

Alguns exemplos deste tipo de medicamento são o omeprazol, esomeprazol, lansoprazol ou pantoprazol, também chamados de Inibidores da bomba de protons.

Alimentação para o paciente com gastrite

O paciente com gastrite deve buscar uma alimentação rica em frutas e hortaliças com propriedades antioxidantes e carotenoides.

A maçã é uma das frutas mais indicadas, por conta de seu efeito antiácido.

As frutas vermelhas também são uma boa opção. Isso porque elas contêm flavonoides, compostos antioxidantes conhecidos pelo seu poder anti-inflamatório e cicatrizante.

Por outro lado, é preciso que se evite as frutas ácidas, incluindo o limão, laranja e abacaxi.

O paciente com gastrite deve dar preferência por vegetais e verduras cozidas, uma vez que eles são mais fáceis de digerir.

A batata é uma boa opção, uma vez que ela ajuda a reduzir a acidez do estômago.

Deve-se também dar preferência para carnes magras e com pouca gordura, como frango e peixes. Eles devem idealmente ser consumidos assados, grelhados ou cozidos.

Os peixes, especialmente os de água fria, são uma ótima uma ótima opção, já que eles possuem ômega-3, o que ajuda a reduzir a inflamação do estômago.

Outros alimentos indicados para quem tem gastrite incluem:

  • Leite desnatado;
  • Iogurte natural integral;
  • Grãos integrais, como pão integral (absorve parte do suco gástrico que ajuda a agravar os sintomas da gastrite), arroz integral e macarrão integral;
  • Chás tipo camomila;
  • Café descafeinado;
  • Queijos brancos, como ricota, minas frescal ou coalho light;
  • Temperos naturais, como ervas finas, alho, cebola, salsinha, coentro, mostarda e gengibre.

Os alimentos devem ser ingeridos em pequenas quantidades, evitando-se os exageros nas refeições.

Períodos prolongados de jejum também devem ser evitados.

Pior fim, o paciente com gastrite deve buscar consumir ao menos dois litros de água por dia.

Alimentos a serem evitados

Já a lista daqueles alimentos que devem ser evitados na dieta para gastrite inclui:

  • Carnes processadas: salsicha, linguiça, bacon, presunto, peito de peru, salame, mortadela;
  • Queijos amarelos e processados;
  • Molhos prontos;
  • Temperos prontos, caldos de carne e macarrão instantâneo;
  • Comida pronta congelada e fast food;
  • Refrigerantes, sucos prontos, café, chá verde, chá mate, chá preto;
  • Bebidas alcoólicas;
  • Açúcar e doces em geral;
  • Sal em excesso;
  • Farinha branca, incluindo bolos, bolachas e pães brancos;
  • Frituras
  • Alimentos ricos em gordura, como carnes gordas e pele de frango.