Fluorose Dentária

A fluorose dentária é uma patologia que afeta os dentes de crianças durante a sua formação. Ela é desencadeada pelo excesso de flúor, levando a manchas e defeitos no esmalte dentário.

É um problema que se evidencia no bebê ou em crianças, tanto com dentes decíduos (dente de leite) como com os dentes definitivos. Os adultos não são acometidos pela fluorose. No entanto, eles podem conviver com as consequências da doença durante a infância.

Nos casos em que se verifica fluorose na criança, as manchas características (ver em sinais e sintomas) mantêm-se visíveis com o passar do tempo, caso não seja feito nenhum tratamento.

O Flúor é um importante mineral natural para a prevenção das cáries e é utilizado com regularidade pelos dentistas em crianças e adultos.

Ele previne as cáries por conta de suas propriedades que tornam a superfície externa dos dentes mais resistentes ao desgaste, seja causado por bactérias ou substâncias ácidas presentes na saliva e nos alimentos.

O flúor é geralmente adicionado à água potável para ajudar a reduzir a incidência de cáries nos dentes. Desde a década de 30, estudos têm mostrado repetidamente que quando o flúor é adicionado ao suprimento de água da comunidade, a incidência de cárie diminui.

A Associação Brasileira de Odontologia, a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, dentre muitas outras organizações, endossam o uso de flúor nos suprimentos de água, devido ao seu efeito preventivo contra a cárie.

Assim, para ter seus benefícios potencializados, o flúor também é adicionado a alguns elementos do nosso dia a dia, como cremes dentais e enxaguantes bucais. Ele também é usado em aplicações tópicas — nesse caso, feitas diretamente por dentistas em seus consultórios

A saliva contém ácidos que causam a desmineralização nos dentes. Estes ácidos são liberados após a alimentação. Quando a saliva está menos ácida – ocorre justamente o oposto, a reposição do cálcio e do fósforo mantém seus dentes resistentes. Este processo é chamado de remineralização.

Quando o flúor está presente durante a remineralização, os minerais depositados são mais duros do que seriam sem o flúor, ajudando a fortalecer seus dentes e a prevenir a dissolução durante a próxima fase de desmineralização.

Resumindo: nossa saliva contém ácidos que trabalham na desmineralização dos dentes, tornando-os mais sensíveis e fracos e isso pode contribuir para surgimento de cáries e até do amarelado do dente, conforme envelhecemos. Com a aplicação de flúor, os dentes são remineralizados, ficando mais fortes.

A fluorose dentária é causada pelo excesso de exposição do dente infantil ao flúor. Isso pode acontecer em decorrência do consumo de água excessivamente fluoretada, ou de certos alimentos e produtos industrializados.

No entanto, o problema mais comum é a ingestão excessiva de pasta dentária contendo flúor durante a escovação.

Algumas pastas dentárias infantis têm sabores muito agradáveis. Se por um lado isso ajuda a estimular a prática de higiene oral, por outro lado “convida” a criança a engolir o produto, aumentando assim o risco de fluorose.

O uso de pastas para adultos, no entanto, também não é recomendado. Isso porque elas possuem quantidade mais elevada de flúor em sua composição.

Vale aqui considerar que a escovação diária e frequente dos dentes ao longo do dia não constitui motivo suficiente para o desenvolvimento de fluorose.

No entanto, a pasta deve ser usada em pequena quantidade e a criança deve ser levada para cuspir e lavar a boca após a escovação. Elas também não devem ser acostumadas a fazerem a escovação sem supervisão, já que tendem a abusar na quantidade de pasta.

Um dos sinais mais evidentes e visíveis da fluorose dentária é a presença de manchas nos dentes. Estas manchas normalmente apresentam uma forma irregular e podem ter várias tonalidades.

Nos casos mais leves, são observadas variações na tonalidade do branco dentário.

Nos casos mais graves, as manchas podem apresentar uma tonalidade mais escura, variando de acastanhadas ao marrom. Nestes casos, pode haver também o comprometimento da estrutura dentária. Isso porque a fluorose torna o esmalte hipomineralizado, mais poroso, friável e vulnerável ao desgaste, podendo provocar também sensibilidade dentária e dor de dente.

O tratamento da fluorose dentária geralmente é feito pelo odontopediatra. Diferentes formas de tratamento podem ser consideradas, a depender da gravidade do problema, idade do paciente e número de dentes afetados, entre outros fatores.

Nos casos de fluorose leve, no qual as manchas ou linhas esbranquiçadas ainda são pouco perceptíveis, nenhuma intervenção se faz necessária, além dos cuidados para evitar a continuidade da exposição excessiva ao flúor.

Eventualmente, poderá ser considerada a microabrasão. Neste procecedimento, é produzido um desgaste mínimo da superfície dos dentes, com a remoção apenas a parte superficial do dente.

A microabrasão poderá também ser complementada por procedimentos de clareamento dentário, de forma a homogeneizar a cor, mas sem comprometer a estrutura dentária.

Tanto a microabrasão com o clareamento dentário, nestes casos, têm um objetivo meramente estético.

Nos pacientes com fluorose dentária acentuada, tratamentos mais invasivos poderão ser indicados. Poderá ser feita a confecção e aplicação de facetas dentárias ou coroas dentárias, por exemplo, para substituir a superfície deficiente do dente.