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Fibrilação Atrial

O que é a Fibrilação Atrial?

Fibrilação atrial é uma forma de Arritmia cardíaca na qual os átrios se contraem de forma acelerada. Diferentemente do flutter atrial, a fibrilação é um ritmo irregular e desorganizado.

A Fibrilação Atrial é a mais comum das arritmias cardíacas. Ela acomete  0,1% das pessoas com menos de 55 anos, 3,8% em pessoas com 60 anos ou mais e 10% em pessoas com 80 anos ou mais (1).

Pacientes com doenças cardiovasculares conhecidas, diabéticos ou com consumo excessivo de álcool são especialmente suscetíveis à fibrilação atrial. Homens e caucasianos são mais acometidos do que mulheres e negros.

Nem todos os impulsos elétricos da fibrilação atrial passa dos átrios para os ventrículos. Com isso, a frequência de batimentos dos ventrículos é menor do que dos átrios.

A frequência cardíaca  pode variar de 100 a 175 batimentos por minuto, sendo que quanto maior a frequência, maior a probabilidade de repercussão clínica.

O que o paciente sente?

A fibrilação atrial é assintomática na maior parte dos pacientes.

Os sintomas aparecem quando a eficiência em bombear o sangue se torna prejudicada. Isso geralmente acontece quando a frequência cardíaca aumenta para até 140 a 160 batimentos por minuto.

Quando presentes, os sintomas estão relacionados à má perfusão dos tecidos. Os primeiros órgãos a sofrerem com esta má perfusão são o coração e o cérebro. Assim, os sintomas mais comuns da Fibrilação Atrial incluem:

  • Sinais da má perfusão cardíaca: angina, fraqueza, mal-estar geral;
  • Sinais de má perfusão cerebral: tontura, desmaio;

Mesmo no caso de pacientes assintomáticos, o risco para eventos tromboembólicos é elevado. Infelizmente, o Infarto do Miocárdio ou o Acidente Vascular Cerebral pode ser a primeira manifestação da Fibrilação Atrial.

Complicações da Fibrilação Atrial

A complicação mais temida é o Acidente Vascular Cerebral. Isso acontece porque, durante a fibrilação atrial, a eficiência do átrio em bombear o sangue fica prejudicada, facilitando a formação de coágulos.

Estes coágulos podem sair do coração e entupir uma artéria do cérebro. Assim, o risco de AVC é cinco vezes maior em pessoas que têm fibrilação atrial (2).

Tratamento da Fibrilação Atrial

O tratamento da fibrilação atrial tem por objetivo o controle da frequência cardíaca, o controle do ritmo e a prevenção do tromboembolismo.

Controle da frequencia cardíaca

O primeiro passo envolve a restauração da frequência cardíaca.

Pacientes com fibrilação atrial precisam ter a frequência cardíaca controlada, geralmente para menos de 100 batimentos por minuto. Isso permite controlar os sintomas e prevenir a miocardiopatia induzida pela taquicardia.

O controle da frequencia cardíaca pode ser feito com dois grupos de medicamentos:

  • Beta bloqueadores: Atenolol, Bisoprolol, Propranolol, outros;
  • Bloqueadores de canal de cálcio: Diltiazen, Verapramil.

Reestabelecimento do rítmo cardíaco

O controle do ritmo cardíaco pode ser feito por meio da cardioversão elétrica ou medicamentosa. Antes disso, a frequência ventricular deve ser controlada para menos de 120 batimentos cardíacos por minuto.

A escolha do método de cardioversão depende da frequência com que ocorre a Fibrilação Atrial, da doença cardíaca de base, de outras condições médicas, da saúde geral e de outros medicamentos usados pelo paciente.

A cardioversão elétrica é um procedimento hospitalar no qual o médico dá um choque no coração para regular os batimentos cardíacos. Para isso, o paciente recebe medicações sedativas, de forma que ele não estará acordado durante o procedimento.

Já a cardioversão medicamentosa é feita com os bloqueadores dos canais de sódio e bloqueadores dos canais de potássio.

Quando o paciente não responde favoravelmente à conversão farmacológica ou elétrica, a ablação do nó atróventricular pode ser necessária. Ela deve ser seguida da implantação de um marcapasso cardíaco permanente.

Prevenção do tromboembolismo

Pacientes submetidos a cardioversão farmacológica ou elétrica apresentam alto risco de tromboembolismo, por várias semanas. Isso é válido especialmente no caso em que a arritmia estava presente por mais de 48 horas.

Sempre que o quadro clínico permitir, a anticoagulação deve ser iniciada três semanas antes da cardioversão. A seguir, ela deve ser mantida por ao menos mais quatro semanas. Muitos pacientes precisam manter os anticoagulantes de forma contínua.

Pacientes de baixo risco para tromboembolismo e nos quais o episódio atual da fibrilação atrial foi claramente iniciado nas últimas 48 horas podem ser cardiovertidos sem anticoagulação prévia. Entreatanto, a anticoagulação pós conversão ainda deverá ser feita.

O objetivo é minimizar o risco para a formação de coágulos sanguíneos e de Acidente Vascular Cerebral.

Uma vez controlado o rítmo cardíaco, é importante também que o paciente adote um estilo de vida mais saudável. Isso ajuda tanto no controle de outras doenças cardíacas de base como de outros fatores de risco cardiovascular.

Melhora do padrão alimentar, prática regular de exercícios físicos, abandono do tabagismo e controle do peso são algumas das medidas que ajudarão no controle da evolução da doença.