Feocromocitoma
O que é feocromocitoma?
Feocromocitoma é um tipo de tumor neuroendócrino que cresce a partir de células chamadas células cromafins.
Células cromafins são células neuroendócrinas produtoras de adrenalina. Elas são encontradas na glândula adrenal (glândula supra-renal, situada acima dos rins) e em outros gânglios do sistema nervoso simpático.
Podemos dizer, desta forma, que o Feocromocitoma é um tipo de Tumor Neuroendócrino – sendo o mais comum deles.
Cerca de 80-85% dos feocromocitomas crescem na camada interna da glândula adrenal, chamada de medula adrenal. Os outros 15-20% crescem fora da glândula adrenal e, por isso, são chamados de feocromocitomas extra-adrenais.
A maioria dos feocromocitomas é benigno, o que significa que não são câncer e não se espalham para outras partes do corpo.
Apenas cerca de 10% dos feocromocitomas se espalham para outras partes do corpo.
Muitas pessoas com feocromocitoma nuca vêm a ser diagnosticadas.
A maioria dos casos ocorre em pessoas com idade entre 30 e 50 anos de idade.
Sinais e sintomas do feocromocitoma
Algumas pessoas não apresentam sintomas e nunca vêm a ser diagnosticadas. Outras Quando presentes, os sinais e sintomas do feocromocitoma estão associados à liberação de adrenalina na corrente sanguínea.
Alguns pacientes podem sentir sintomas intensos e por curta duração, chamados de “ataques paroxísticos”.
Quando isso acontece, a pessoa está normal até que, de repente, ocorre uma liberação súbita de adrenalina pelo tumor.
A pressão arterial pode subir para níveis bastante elevados, de até 25/20mmHg. Este aumento súbito de pressão pode provocar dor de cabeça, mal-estar, sudorese e outros sintomas característicos.
Nestes níveis de pressão arterial, o paciente fica em risco elevado inclusive de complicações como o Acidente Vascular Cerebral ou o Infarto Agudo do Miocárdio.
Ainda que bastante característicos do feocromocitoma, os ataques paroxísticos ocorrem em apenas metade dos pacientes sintomáticos.
Em outros pacientes, o feocromocitoma provoca uma Hipertensão Arterial de difícil controle.
Embora o feocromocitoma esteja longe de ser a principal causa para uma hipertensão arterial descontrolada, é preciso aventar esta possibilidade no caso de pessoas que precisam de dois ou três medicamentos anti-hipertensivos diferentes.
Diagnóstico do feocromocitoma
Em caso de suspeita clínica de feocromocitoma, é feita a dosagem laboratorial da adrenalina, noradrenalina e seus subprodutos. Isso pode ser feito por meio de um exame de urina de 24 horas ou por meio de um exame de sangue.
Exames de imagem como como tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET, para ver onde está o tumor e seu tamanho, bem como para verificar se ele se espalhou para outras partes do corpo.
Tratamento do feocromocitoma
Devido ao potencial para malignização do tumor, o tratamento do feocromocitoma é feito por meio de cirurgia, com a remoção da glândula adrenal (adrenalectomia).
Para isso, o paciente precisa de um acompanhamento multidisciplinar, incluindo o endocrinologista e o urologista.
Além deles, o anestesista e a equipe de terapia intensiva tem um papel muito importante no período perioperatório. Isso porque, ao mexer no tumor, as variações na pressão arterial podem sofrer oscilações significativas que exigem intervenção específica e imediata.
Para realizar a cirurgia, é fundamental que a hipertensão arterial esteja muito bem controlada.
Este controle geralmente leva de duas a seis semanas e envolve uma combinação de medicamentos anti-hipertensivos, especialmente os bloqueadores alfa e os betabloqueadores.
A cirurgia geralmente é feita por laparoscopia. Para isso, são utilizadas pequenas incisões para a introdução de um equipamento que contém uma câmera de vídeo em sua extremidade e também para a introdução dos instrumentos que auxiliarão na remoção do tumor.
Tratamento pós-operatório
Após a cirurgia, é fundamental que o controle rigoroso da pressão arterial seja mantido, o que exige um período de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A preocupação agora é o oposto de antes da cirurgia, ou seja, com uma queda muito rápida da pressão arterial devido à falta da adrenalina.
Isso pode exigir a aplicação de adrenalina por algumas horas ou dias, até que a pressão volte ao normal.
Feocromocitoma maligno
Aproximadamente 10% dos feocromocitomas diagnosticados são malignos. Isso é mais comum nos tumores acima de 3 centímetros.
Alguns casos são caracterizados como malignos antes da cirurgia, devido a presença de tumor metastático. Em outros casos, no entanto, a malignidade só é determinada após a cirurgia e a análise histopatológica do tumor removido.
Uma vez caracterizada a malignidade, outros tratamentos podem ser indicados, incluindo a quimioterapia ou a radioterapia.