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Escoliose Juvenil

O que é a Escoliose Juvenil?


Embora a Escoliose seja mais comumente diagnosticada em adolescentes, ela pode se desenvolver em qualquer fase da vida, incluindo a fase infantil e juvenil. A Escoliose é classificada como juvenil quando o paciente apresenta entre 3 e 10 anos de idade no momento do diagnóstico e uma curvatura anormal da coluna vertebral que mede mais de 10 graus. A forma juvenil é responsável por 12% a 21% de todos os casos de Escoliose Idiopática (1).

A maior parte dos casos de Escoliose Juvenil é classificada como idiopática. Isso significa que ela não tem uma causa reconhecida. Ainda assim, quanto mais jovem é o paciente e quanto maior sua curvatura, maior a probabilidade de que haja outro fator subjacente causando o desenvolvimento da escoliose juvenil.


Diagnóstico da Escoliose Juvenil?

A escoliose juvenil só deve ser classificada como idiopática uma vez que outras causas para o problema tenham sido descartadas. Isso inclui principalmente as malformações das vértebras e as doenças neuromusculares.

Alguns sinais devem ser pesquisados nestes pacientes, uma vez que são indicativos de que existe alguma patologia específica por trás da escoliose:

  • Dor: o principal sinal de que uma Escoliose não é idiopática, mas causada por outro motivo, é a dor. Crianças, jovens e adolescentes não devem sentir dor como parte de sua escoliose;
  • Curva Atípica: se o raio-X de um paciente jovem apresentar curvatura para a esquerda, isso é indicativo da presença de outra patologia. Curvas para a esquerda são consideradas “atípicas”, uma vez que habitualmente a escoliose se curva para a direita, longe do coração;
  • Reflexos Neurológicos Anormais: se houver qualquer tipo de reflexo neurológico anormal ou redução dos reflexos no exame físico feito pelo médico, incluindo o reflexo abdominal, isso será um sinal de uma escoliose neuropática;
  • Marcas de pele anormais: lesões, manchas marrons e manchas café com leite podem ser indicativos de algum tipo de síndrome neuromuscular subjacente.


Tratamento da Escoliose Juvenil


O tratamento da Escoliose Juvenil depende da gravidade da curvatura e da probabilidade de esta curvatura piorar no futuro.

Quanto mais jovem é o paciente, maior o risco de progressão. Por este motivo, sete em cada dez crianças com escoliose idiopática juvenil irão piorar e exigir tratamento ativo.

Curvas leves (10-25 graus) são inicialmente tratadas apenas com observação. Isso implica simplesmente que a criança seja novamente examinada dentro de 6 a 8 meses por seu cirurgião ortopédico. Ele irá monitorar a progressão da curva por meio do exame físico e de radiografias de acompanhamento.

Crianças com curvatura superior a 25 graus e com alta probabilidade de progressão são tratadas com colete.

O colete precisa ser usado de forma contínua, preferivelmente por 23 horas ao longo do dia. Eles são retirados apenas para o banho e para a realização de exercícios. Gerenciar as demandas de tratamento com colete para Escoliose pode ser uma tarefa desafiadora para crianças e seus pais, mas esta é a única forma de minimizar a progressão da curva, além da cirurgia.

Ocasionalmente, na Escoliose Juvenil, a órtese pode ser descontinuada por um ou mais anos, e retomada quando a criança entra no estirão de crescimento na adolescência. Em alguns casos, porém, as curvas pioram significativamente após a remoção da órtese. Quando isso acontece, há duas possíveis condutas a serem adotadas:

  • O tratamento com colete em tempo integral pode ser retomado;
  • O paciente é indicado para cirurgia.


tratamento cirúrgico

A cirurgia é indicada no caso de curvas que continuam progredindo durante o tratamento com colete, ou em curvaturas superiores a 40 graus. A intervenção precoce, nestes casos, é indicada para evitar a progressão da deformidade da parede torácica e permitir o desenvolvimento normal do pulmão.

A cirurgia em uma idade tão jovem, se necessária, também pode parecer um tanto assustadora. No entanto, pesquisas mostram que os tratamentos para a escoliose idiopática juvenil geralmente são extremamente bem-sucedidos.

A maioria das crianças cresce sem qualquer limitação nas suas rotinas diárias. Isso inclui as atividades do dia a dia e até esportes competitivos. Portanto, apesar de alguns obstáculos desafiadores na primeira infância, com o tratamento pode-se esperar uma vida normal, saudável e ativa.


Técnica cirúrgica

A cirurgia mais comum para a Escoliose Juvenil é a artrodese da coluna. Este procedimento consiste em fundir um conjunto de vértebras que está determinando o desalinhamento, transformando-o em um bloco único de osso.

Hastes de metal são presas com parafusos, ganchos e arames para manter a coluna alinhada enquanto ocorre o processo de consolidação da artrodese.
O procedimento pode ser dividido em quatro etapas:

  • Acesso cirúrgico: o acesso para a coluna pode ser feito pelas costas ou pela frente, a depender da localização e do tamanho da correção a ser feita;
  • Instrumentação: inicialmente, inserem-se implantes vertebrais, que serão utilizados como pontos de apoio para correção da curva. Os implantes mais utilizados são parafusos pediculares e ganchos ósseos;
  • Correção: as vértebras deformadas são conectadas a duas hastes metálicas longas. Nesse momento, aplicam-se manobras de correção. Existem diferentes manobras para alinhar a coluna, buscando-se a correção por meio da distração entre as vértebras;
  • Enxertia óssea: enxerto ósseo é adicionado em toda extensão da artrodese. Ele servirá para preencher o espaço entre as vértebras e com o passar do tempo solidificará, de forma que as vértebras passam a funcionar como um bloco único de osso. O enxerto ósseo pode ser do próprio paciente, sintético ou ambos.


Pós-operatório

Os primeiros dias após a cirurgia de Escoliose são os mais desconfortáveis. Entretanto, a maioria dos pacientes relata melhora da dor com o uso de medicamentos analgésicos, sendo capaz de se levantar da cama no terceiro dia após a cirurgia. O tempo médio de internação é de 5 dias, sendo para isso necessário que se tenha conforto suficiente para se levantar da cama e caminhar com um mínimo de independência.

Geralmente, o paciente é capaz de reassumir grande parte de sua rotina, incluindo a escola, um mês após a cirurgia. Espera-se também que neste prazo ele não precise mais de medicações fortes para o controle da dor.