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Dor Oncológica

Incidência da Dor Oncológica

A Dor Oncológica é sentida por 55% dos pacientes em tratamento contra o câncer e por 66% dos pacientes com doença avançada, metastática ou terminal(1). A incidência de dor é ainda maior nos pacientes mais jovens (2).

Mesmo naqueles pacientes que se curaram do câncer, a dor continua sendo um problema mais comum do que na população em geral, sendo referida por até 33% destes pacientes (3).

Qual a causa da dor oncológica?

Diferentes causas podem contribuir para o desenvolvimento da dor oncológica, sendo que em muitos casos ela tem uma origem multifatorial.

Da mesma forma que com outros tipos de dor crônica, a dor oncológica pode ter origem no tecido doente (dor nociceptiva), nos nervos que transmitem a dor (dor neuropática) ou em ambos.

Alguns dos fatores que podem contribuir para a dor do paciente incluem:

  • Crescimento do tecido cancerígeno, pressionando e destruindo os tecidos ao redor;
  • Liberação de substâncias químicas e mediadores inflamatórios pelo câncer;
  • Dor provocada pelos diferentes tipos de tratamento para o câncer, incluindo cirurgia, radioterapia e quimioterapia;
  • Dor provocada pelas complicações do tratamento, incluindo a mucosite e os problemas de pele, entre outros;
  • Fatores psicológicos e de saúde mental, como ansiedade, estresse, insônia e depressão são comuns em pacientes com câncer e podem potencializar a dor;
  • Fatores não relacionados ao câncer: a dor crônica é um problema comum independentemente do câncer. Assim, condições não relacionadas ao câncer, como a artrose ou a dor pélvica não oncológica, entre outras, também podem estar presentes no paciente com câncer.

Tratamento para a dor oncológica

O tratamento da dor oncológica depende da causa e da intensidade da dor, além do estágio de evolução da doença.

Ele depende também do tratamento do próprio câncer em sí. Quimioterapia, radioterapia e cirurgia podem contribuir como causa para a dor, mas também podem ajudar no alívio dos sintomas.

Em alguns casos de câncer metastático e incurável, estes tratamentos podem ser considerados com o objetivo principal de alívio da dor e de outros sintomas.

O tratamento medicamentoso é feito com os mesmos medicamentos utilizados em outros tipos de dor, incluindo analgésicos, anti-inflamatórios e opioides.

No paciente com dor de origem neuropática, o uso de antidepressivos ou anticonvulsivantes. Estes medicamentos agem sobre a dor de forma independente do tratamento da depressão ou convulsão e pode ser indicado mesmo em pacientes sem histórico de depressão ou convulsão.

O uso de opioides para o alívio da dor oncológica moderada a intensa é considerado necessário para a maioria dos pacientes (4). Em alguns casos, poderão ser indicados os opioides leves, como a codeína ou o tramal, mas em outros pode ser necessário o uso dos opióides mais fortes, como a oxicodona ou a morfina.

Além disso, medicamentos específicos podem ser considerados, como no caso dos bisfosfonatos no paciente com metástases ósseas (5).

Por fim, é preciso considerar os procedimentos intervencionistas, como infiltrações e bloqueios de nervo.

Acupuntura, massagem, fisioterapia e meditação também podem contribuir para o tratamento da dor.

Sedação terminal

Nenhum paciente deve morrer sem o adequado alívio de seus sintomas.

Nos casos raros de pacientes em estado terminal nos quais os sintomas não podem ser adequadamente controlados com analgésicos ou outras medicações, ou quando o sofrimento existencial é intenso, a opção da sedação terminal pode ser oferecida.

O objetivo da sedação é produzir sonolência suficiente para aliviar o sofrimento. Ela nada tem haver com suicídio assistido ou eutanásia e, quando praticada por médicos experientes, não irá encurtar o tempo de vida do paciente.

Além disso, a sedação é potencialmente reversível e o paciente pode ser acordado periodicamente para reconsiderar sua decisão ou para contatos importantes com membros de sua família.

Embora esta intervenção tenha sido aceita pela maioria dos especialistas em Cuidados Paliativos por vários anos, parece ser pouco familiar a muitos oncologistas.