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Dispositivo Intrauterino (DIU)

O que é o Dispositivo Intrauterino (DIU)?

O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um pequeno dispositivo de plástico flexível em forma de T que é colocado dentro do útero como método anticoncepcional.

Um número cada vez maior de mulheres está utilizando o DIU, devido às suas vantagens em relação às Pílulas anticoncepcionais:

  • Os Dispositivos Intrauterinos são tão eficazes quanto a pílula em evitar a gravidez;
  • Eles não têm efeitos gerais sobre todo o corpo;
  • É um método prático para quem busca a contracepção de longo prazo, com duração de três a doze anos. Isso também torna o método mais eficaz para aquelas mulheres que tendem a se esquecer de tomar a pílula diariamente.

Nos Estados Unidos, aproximadamente 12% das mulheres que usam um método contraceptivo optam pelo DIU (1). No Brasil, o DIU é a escolha de 2% das mulheres, segundo o Ministério da Saúde.

A colocação leva apenas alguns minutos. A remoção também é rápida e costuma causar desconforto mínimo.

Quais os tipos de Dispositivo Intrauterino?

Existem dois tipos diferentes de dispositivo Intrauterino utilizados no Brasil:

  1. DIUs com Cobre (TCu 380A);
  2. DIU Hormonal: dispositivos que liberam lentamente o hormônio levonorgestrel. Existem duas marcas disponíveis no Brasil, o Mirena e o Kyleena.

DIU de Cobre

O DIU de cobre é um dispositivo em forma de “T”, feito de plástico, contendo um arame de cobre fino enrolado na sua haste vertical, além de manguitos de cobre nos seus braços horizontais.

Ele age matando ou imobilizando os espermatozoides dentro do útero, o que impede a fecundação. Sua ação anticoncepcional tem duração de 12 anos, sendo um bom método para mulheres que têm contraindicação para o uso de Anticoncepcionais hormonais.

A taxa de falha do DIU de cobre (risco de gravidez) é de aproximadamente 0,5% no primeiro ano e 2% ao longo de 12 anos de uso (2).

Como ponto negativo, ele frequentemente leva ao aumento da Cólica menstrual e do fluxo menstrual. Estes efeitos colaterais geralmente são leves e bem tolerados pelas mulheres, mas em alguns casos podem ser intensos a ponto de exigir a remoção do DIU.

 

DIU Hormonal (Mirena, Kyleena)

DIUs com hormônio levonorgestrel são dispositivos de plástico flexível, com o formato de uma letra “T”. Sua haste vertical tem um cilindro sólido que contém o hormônio levonorgestrel. Este cilindro é recoberto por uma membrana que regula a liberação lenta do hormônio dentro da cavidade uterina. A diferença entre o Mirena e o Kyleena é o tamanho e a quantidade de hormônio liberado.

Estes dispositivos alteram o meio interno da cavidade uterina, matando ou imobilizando os espermatozoides dentro do útero. Eles também alteram o muco cervical, o que dificulta a entrada dos espermatozoides na cavidade uterina. Em alguns casos também inibem a ovulação.

Além da sua ação como método anticoncepcional, o DIU hormonal também é um método eficaz de tratamento para mulheres com menstruação abundante (Hipermenorreia).

A taxa de falha do DIU hormonal (risco de gravidez) é de aproximadamente 0,5% no primeiro ano e 2% ao longo de 5 anos de uso. Tanto o Mirena quanto o Kyleena têm durabilidade de 5 anos.

Os efeitos colaterais mais comuns são as alterações menstruais, que em geral incluem diminuição da quantidade e do número de dias de sangramento. Eles reduzem a quantidade de sangramento menstrual por completo em aproximadamente 6% das mulheres que usam o DIU de três anos e em 20% das que usam o DIU de cinco anos. Essas alterações menstruais são geralmente bem toleradas pelas mulheres e não significam nenhum risco para sua saúde.

Quem não deve usar o DIU?

A maioria das mulheres, inclusive as que nunca tiveram filhos e as adolescentes, podem usar o Dispositivo Intrauterino. Entretanto, eles não devem ser usados em algumas situações, incluindo:

  • Doença inflamatória pélvica
  • Presença de anomalia estrutural do útero
  • Sangramento vaginal inexplicado
  • Câncer de colo do útero ou do endométrio
  • Gravidez
  • No caso de DIUs com liberação de levonorgestrel: câncer de mama ou alergia a levonorgestrel
  • No caso de DIUs de cobre: alergia a cobre

Como o DIU é colocado?

A colocação do DIU é feita no consultório médico e dura em média cinco minutos. Alguns médicos prescrevem um medicamento para ajudar a abrir e/ou anestesiar o colo do útero antes da inserção.

O médico coloca então um espéculo na vagina para a visualização do colo do útero e, em seguida, usa um aplicador especial para colocar o DIU através da abertura do colo do útero para dentro da cavidade uterina. Vale lembrar que o DIU pode ser colocado em qualquer fase do ciclo menstrual ou mesmo logo após o parto ou um aborto.

Após a colocação do DIU, um fio de cerca de 2,5 a 5 centímetros de comprimento sairá do colo do útero e entrará no topo da vagina, facilitando a remoção posterior.

Muitas mulheres se sentem perfeitamente bem depois de colocar o DIU, enquanto outras precisam repousar por um tempo. Certo desconforto, Cólica Menstrual e dor nas costas são é considerado normal, de forma que a recomendação é ficar em casa após o procedimento. Bolsa de água quente e medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios podem ser considerados para o alívio sintomático.

Retirada do DIU e retorno da fertilidade

O dispositivo Intrauterino só impede a gravidez enquanto está sendo utilizado. Ao retirá-lo, a paciente poderá engravidar normalmente já no próximo ciclo menstrual. Um ano após a remoção de um DIU, 80% a 90% das mulheres que tentam engravidar conseguem (3).

Entretanto, existe o risco pouco frequente de que a mulher sofra alguma infecção genital que não seja tratada, como veremos abaixo. O problema é que a presença do DIU pode facilitar a entrada destas bactérias para o útero e as trompas e, a partir disso, levar a problemas que possam aumentar o risco de infertilidade.

Complicações do Dispositivo Intrauterino

Complicações decorrentes do uso do DIU são infrequentes, mas é importante estar atenta a eventuais sintomas anormais e consultar o Médico ginecologista em caso de dúvidas.

Infecção

A presença do DIU dentro do útero pode agir como facilitador para uma infecção. Se uma bactéria da vagina conseguir colonizar o DIU, ele ficará protegido do sistema imune e é capaz de subir para o útero e para as trompas e ovários, causando uma infecção chamada de Doença inflamatória pélvica.

O primeiro sintoma da Doença Inflamatória Pélvica é a Cólica Menstrual constante, mesmo fora do ciclo menstrual, ainda que ela piore após a menstruação. Febre e Corrimento vaginal também podem estar presentes, mas em alguns casos a infecção pode ser completamente assintomática. 

Assim, a paciente em uso de DIU deve ser orientada a visitar o Médico ginecologista a cada 6 meses, ter atenção com a higiene pessoal, manter relações sexuais com preservativo e, ao sinal de qualquer dor, consultar o médico.

Deslocamento do Dispositivo Intrauterino

A posição correta do DIU pode ser sentida pela própria mulher, ao tocar o colo do útero. O correto é sentir apenas as pontas dos fios. Caso não consiga senti-las, isso pode significar algumas coisas diferentes. Na maior parte das vezes, os fios estão apenas escondidos no interior do colo do útero. Um raio-X ou ultrassom pode localizá-los e permitir que o médico remova e/ou substitua o DIU. 

Entretanto, a ausência do fio pode eventualmente ser um sinal de problemas mais graves, como a expulsão do dispositivo ou a perfuração. 

Os dispositivos intrauterinos são expelidos em menos de 5% das mulheres durante o primeiro ano após sua colocação, em geral durante as primeiras semanas. Quando isso acontece, a mulher costuma ter sangramento ou dor. Caso haja suspeita de que o DIU saiu do lugar, será preciso usar outro método contraceptivo até que o problema seja resolvido

Perfuração

A perfuração é uma complicação na qual o Dispositivo Intrauterino é empurrado para dentro ou através do músculo do útero. Esta é uma complicação incomum, que ocorre em uma ou duas de cada 1.000 inserções de DIU. 

A perfuração normalmente ocorre durante o processo de inserção. Se o profissional que insere o DIU perceber na hora a perfuração, ele interromperá o procedimento e removerá o DIU. Caso a perfuração passe desapercebida, a eficácia do DIU diminui. Além disso, é possível que o processo de remoção seja mais complicado e demore mais.

Sangramento abundante e Cólica menstrual

O DIU de cobre frequentemente leva ao aumento da cólica e do fluxo menstrual. Estes efeitos colaterais geralmente são relativamente leves e bem tolerados pelas mulheres, mas em alguns casos podem ser bastante significativos a ponto de exigir a remoção do Dispositivo Intrauterino.