Crianças com altas habilidades
Crianças com altas habilidades
Altas habilidades e superdotação são termos usados para descrever pessoas que apresentam capacidades acima da média em uma ou mais áreas de desenvolvimento.
A superdotação é caracterizada por um nível extremamente elevado de habilidade em uma ou mais áreas, enquanto as altas habilidades referem-se a um desempenho acima da média.
Essas áreas podem ser cognitivas, criativas, artísticas, esportivas ou de liderança, por exemplo.
Apesar de não haver um número oficial, estima-se que cerca de 10% da população mundial seja considerada “superdotada” – ou seja, pessoas que têm alta habilidade em pelo menos uma área das inteligências.
No entanto, as crianças com altas habilidades ainda são vistas de forma deturpada pela maioria das pessoas. Isso ocorre porque o termo “altas habilidades” é frequentemente encarado como uma característica “supra-humana”, como se essas crianças possuíssem verdadeiros superpoderes.
A realidade, porém, é diferente e, por vezes, muito desafiadora. Compreender melhor essa temática é fundamental para construir uma educação mais inclusiva e respeitosa para essas crianças.
O que são crianças com altas habilidades?
Uma criança com altas habilidades pode ser caracterizada como um indivíduo que apresenta um desempenho superior em uma ou mais áreas do conhecimento, quando comparada aos seus pares — ou seja, às crianças da mesma idade e contexto social.
Essas habilidades podem se manifestar em diversas áreas, que vão além da matemática e do raciocínio lógico. Elas também podem se evidenciar na criatividade, na capacidade de liderança, na facilidade para desenvolver materiais artísticos, na aptidão psicomotora, na aptidão acadêmica e, é claro, na capacidade intelectual geral.
De acordo com a Teoria de Renzulli, a superdotação não se limita ao QI, mas sim à interação de três fatores:
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Habilidade acima da média
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Envolvimento com a tarefa: o esforço para resolver um problema, mesmo diante de dificuldades
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Criatividade: a capacidade de resolver problemas de maneira inovadora e diferente
Qualquer pessoa pode adquirir conhecimentos acima da média em áreas específicas, desde que se dedique a isso. No entanto, para caracterizar a superdotação, é necessário compreender como a pessoa utiliza essa informação adquirida.
Por fim, é importante entender que altas habilidades estão associadas a uma ou mais áreas da inteligência, o que não significa que a pessoa seja boa em tudo o que faz.
Características e Indícios das altas habilidades
Algumas das características das crianças com altas habilidades incluem:
- Aprende fácil e rapidamente;
- É original, imaginativo, criativo, não convencional;
- Está sempre bem-informado, inclusive em áreas não comuns;
- Pensa de forma incomum para resolver problemas;
- Persuasivo, é capaz de influenciar os outros;
- Mostra senso comum e pode não tolerar tolices;
- Inquisitivo e cético, está sempre curioso sobre o como e o porquê das coisas;
- É esperto ao fazer coisas com materiais comuns;
- Tem bom julgamento, é lógico;
- Versátil, tem múltiplos interesses, alguns deles acima da idade cronológica;
- Mostra sacadas e percepções incomuns;
- Resiste à rotina e à repetição;
- Expressa ideias e reações, frequentemente de forma argumentativa.
Diagnóstico da superdotação e altas habilidades
O diagnóstico de altas habilidades e superdotação é feito por um neuropsicólogo, que avalia o desempenho e comportamento da pessoa em diferentes áreas, como acadêmica, criativa, de liderança, e psicomotora.
O diagnóstico pode ser complexo, pois é preciso diferenciar essas condições de outras, como a Síndrome de Asperger e o TDAH. Por isso, a avaliação de um neurologista ediátrico é também funcamental.
Quociente Intelectual (QI)
O que é Quociente Intelectual (QI)?
O Quociente Intelectual (QI) é uma medida que busca avaliar a inteligência de uma pessoa em relação à média da população. Ele é calculado por meio de testes padronizados que medem habilidades cognitivas, como raciocínio lógico, memória, capacidade de resolver problemas e compreensão verbal.
O QI é uma ferramenta amplamente utilizada em psicologia e educação para identificar o potencial intelectual de um indivíduo, além de auxiliar no diagnóstico de deficiências cognitivas ou talentos excepcionais.
No entanto, o QI não é uma medida perfeita. Existem diferentes tipos de inteligência, e o QI foca principalmente em habilidades cognitivas específicas. Além disso, o QI pode ser influenciado por fatores como motivação, ansiedade, experiência prévia com testes e outros aspectos externos. Portanto, é importante interpretar os resultados do QI com cautela e considerar outras formas de inteligência, como a emocional e a criativa.
Como o QI é medido?
Existem diferentes tipos de testes de QI, mas a maioria deles é baseada em perguntas de múltipla escolha que avaliam habilidades cognitivas específicas. Essas perguntas são projetadas para desafiar o pensamento lógico, a capacidade de resolver problemas, a memória e a compreensão verbal. Os resultados dos testes são comparados com uma amostra representativa da população para determinar o quociente intelectual de uma pessoa.
O Teste de QI deve ser sempre aplicado por um psicólogo ou neuropsicólogo. Infelizmente, a internet tem sido inundada por “testes rápidos de QI”, para o diagnóstico de superdotação. Esses testes não são adequados para aquilo que se propõem.
Como interpretar o resultado do QI?
O resultado do QI é apresentado como um número, que representa a pontuação obtida no teste em relação à média da população. A média é definida como 100, e a maioria das pessoas tem um QI entre 85 e 115. Valores abaixo de 70 são geralmente considerados indicativos de deficiência intelectual, enquanto valores acima de 130 são considerados indicativos de alta habilidade intelectual.
Inteligências Múltiplas
Hoje, um dos conceitos mais difundidos entre a comunidade científica é a teoria das inteligências múltiplas, proposta pelo psicólogo americano Howard Gardner em 1983.
Gardner classificou a inteligência em oito tipos:
Espacial – Capacidade de conceituar e mapear objetos e espaços de larga escala. Exemplo de profissionais: pilotos de avião, marinheiros e arquitetos;
Musical – Envolve sensibilidade à música e a habilidade de cantar, tocar instrumentos e compor músicas. Exemplo: regente musical e cantor;
Corporal – Capacidade de usar todo o corpo ou partes dele para resolver problemas ou criar produtos. Exemplo: dançarinos;
Linguística – Sensibilidade ao significado e ao uso, tanto verbal como oral, das palavras. Exemplos: poetas e escritores;
Lógico-matemático – Aptidão para analisar problemas com a lógica. Exemplos: matemáticos e cientistas;
Interpessoal – Chamada também de inteligência social, é a habilidade de interagir efetivamente com os outros. Exemplos: psicólogos e professores;
Naturalista – Habilidade de perceber, manipular e classificar a fauna e a flora. Exemplo: biólogos;
Intrapessoal – Sensibilidade aos próprios sentimentos, objetivos e ansiedades. De acordo com Howard, esse é um tipo de inteligência global necessária em uma “sociedade moderna complexa, em que cada um tem que tomar decisões consequentes para si mesmo”.
Inteligência Emocional
Na década de 1990, na linha da capacidade intrapessoal, a ideia de Inteligência emocional, do psicólogo Daniel Goleman, também começou a ganhar espaço. Goleman se refere à inteligência emocional como sendo a capacidade do indivíduo identificar e lidar com as emoções e os sentimentos.
Ele argumenta que as emoções de uma pessoa desempenham um papel essencial no seu pensamento, na tomada de decisões e, portanto, no futuro.
A inteligência “acadêmica” não é suficiente para alcançar o sucesso profissional. O QI não é capaz de avaliar o equilíbrio emocional e os melhores profissionais não são necessariamente os “mais inteligentes” de acordo com testes de QI.
Aqueles que conseguem e permanecem em qualquer ambiente social são aqueles que conhecem suas emoções e sabem como lidar com elas.
Para Goleman, este novo conceito de inteligência “real” das pessoas, que ele define como um conjunto de habilidades que incluem controle de impulsos, motivação, empatia e capacidade de se relacionar com os outros, é de grande importância.
Desafios das crianças com altas habilidades
Apesar da ideia comum de que as crianças com altas habilidades são superdesenvolvidas e possuem uma capacidade ilimitada de lidar com adversidades, a realidade pode ser bem diferente.
Assim como as crianças com deficiências e transtornos de aprendizagem, as crianças com altas habilidades também enfrentam desafios significativos. Aqui estão alguns dos principais obstáculos:
1. Dificuldade de Detecção
Há uma grande dificuldade nas escolas para identificar crianças com altas habilidades, que muitas vezes são confundidas com crianças hiperativas, com déficit de atenção, distúrbio comportamental, distúrbio desafiador opositor, bipolaridade e até autismo. Essa falha na identificação pode resultar em falta de apoio adequado para o seu desenvolvimento.
2. Precariedade ou Inexistência de Educação Especializada
Infelizmente, a falta de serviços especializados é um dos maiores desafios enfrentados pelas famílias de crianças com altas habilidades. Muitas vezes, essas crianças acabam sendo deixadas à margem do sistema educacional, não recebendo a atenção necessária que leva em conta suas condições específicas.
A escola geralmente se preocupa apenas com as crianças que apresentam problemas evidentes. Quando uma criança se desenvolve rapidamente, não há uma preocupação imediata, com a ideia de que, como ela aprende rapidamente, não há necessidade de intervenção.
Contudo, assim como as crianças com deficiências intelectuais precisam de educação inclusiva adaptada às suas necessidades, as crianças com altas habilidades também requerem um ensino adequado. Sem isso, essas crianças podem se tornar desinteressadas e desmotivadas, gerando sofrimento emocional.
3. Desinformação e Despreparo das Pessoas ao Redor
A falta de conhecimento sobre o assunto pode levar a comportamentos inadequados por parte dos outros. Os colegas podem discriminar a criança com altas habilidades, rotulando-a como “metida” ou “sabichona”. Além disso, os professores podem criar expectativas exageradas em relação ao desempenho do aluno, o que pode resultar em uma pressão desnecessária.
4. Comparações Excessivas
As crianças com altas habilidades podem sofrer com comparações constantes feitas por outros. Por exemplo, um professor pode compará-las com seus colegas ou com crianças mais velhas. Esse tipo de comparação pode reduzir a criança a um conjunto de características comparáveis, em vez de reconhecê-la como um ser humano completo, com suas emoções, desejos, medos e individualidade.
5. Expectativas e Responsabilidades Inadequadas
Quando uma criança é diagnosticada com altas habilidades, a falta de informações adequadas pode gerar expectativas irreais por parte dos pais e educadores. A pressão para que a criança seja “perfeita” em todas as áreas pode levar a cobranças inadequadas, como a necessidade de avançar rapidamente na escola em detrimento de sua vida social e emocional. Embora o “avanço” seja apropriado em alguns casos, ele pode ser prejudicial ao desenvolvimento social e emocional de muitas crianças. O desenvolvimento humano não está apenas relacionado à inteligência, mas também a aspectos emocionais, sociais e psicológicos.
6. Esconder a Informação sobre a Superdotação
Alguns pais podem optar por esconder o diagnóstico de superdotação, com medo de que isso sirva como um “rótulo”. No entanto, essa atitude pode gerar mais sofrimento do que proteção. A criança percebe que é diferente dos outros, mas não entende o motivo. A falta do diagnóstico pode prejudicar sua autoestima, pois ela pode se sentir “esquisita” sem compreender a razão. Além disso, esconder o diagnóstico pode ferir os direitos da criança, que tem o direito de entender e conhecer sua própria condição.
7. Pressão para a Perfeição
Uma das dificuldades mais comuns para crianças com altas habilidades é a pressão para que sejam perfeitas em tudo. Essa “pressão para ser perfeita” pode resultar em uma sobrecarga excessiva, com a criança se sentindo sufocada pelas expectativas.
Embora a criança seja talentosa em algumas áreas, ela ainda está em processo de desenvolvimento social, emocional e psicológico. Nenhuma criança está “pronta” ou “completa”, e as expectativas excessivas podem prejudicar o crescimento saudável dela.
8. Desinteresse por Tarefas Rotineiras e Repetitivas
A falta de estímulos pode levar a um desinteresse por tarefas rotineiras e repetitivas, tanto em casa quanto na escola. Atividades consideradas superficiais podem ser vistas como desinteressantes para as crianças com altas habilidades, já que elas não oferecem grandes benefícios intelectuais ou emocionais. Embora nem todas as atividades sejam vistas dessa forma, as que estão abaixo do nível de desenvolvimento cognitivo da criança podem gerar tédio.
9. Exploração Inadequada das Altas Habilidades
Alguns pais, em um esforço para destacar as habilidades excepcionais de seus filhos, podem pressioná-los para que se destaquem ainda mais, tratando as altas habilidades como um “troféu”. Essa pressão pode resultar em frustração e sobrecarga, prejudicando o bem-estar emocional da criança.
Mitos sobre crianças com altas habilidades
Além de considerarmos os desafios vividos por crianças com altas habilidades, é importante desconstruirmos alguns paradigmas e ideias errôneas sobre esses indivíduos, que apresentam um desenvolvimento intelectual, em uma ou mais áreas do conhecimento, acima da média.
Abaixo, descreveremos com mais detalhes os principais mitos e os motivos pelos quais eles não passam de ideias deturpadas:
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Possuem baixa sociabilidade
Muitas pessoas acreditam que indivíduos com superdotação são desprovidos de habilidades sociais adequadas, o que não é necessariamente verdade.
Obviamente, existem crianças que, devido às suas condições, podem se isolar dos demais na sala de aula, mas isso não é a regra; é apenas uma possibilidade.
As crianças superdotadas, quando não possuem habilidades específicas na área social, costumam apresentar as mesmas características de desenvolvimento social que os seus pares. Ou seja, se uma criança de 10 anos apresenta superdotação linguística, ela ainda assim poderá ter as mesmas capacidades sociais de outra criança de 10 anos sem o diagnóstico. -
Crença de que serão boas em tudo
Como vimos anteriormente, muitas vezes pais e educadores depositam grandes expectativas sobre as crianças com altas habilidades, o que pode ser prejudicial para a saúde mental.
Isso parte deste mito de que elas são boas em tudo, mas, na verdade, uma criança superdotada pode apresentar aptidão e habilidades em apenas uma área do conhecimento, e não necessariamente em várias ou todas. -
Ideia de que tudo é fácil para as crianças com altas habilidades
Assim como para nós nem tudo é fácil, mesmo que tenhamos algumas habilidades e conhecimentos, para as crianças com altas habilidades não é diferente.
Elas realmente terão algumas facilidades, especialmente dentro das áreas de conhecimento que dominam, mas isso jamais significará que serão habilidosas em tudo que se propuserem a fazer. -
As crianças com altas habilidades são autodidatas
Este é outro mito que pode, inclusive, prejudicar o desenvolvimento da criança. Afinal, imagine a seguinte situação: lembre-se de uma matéria escolar que você aprendia com mais facilidade, seja porque gostava ou porque tinha mais facilidade de aprender.
Agora, imagine uma situação na qual você não tivesse um professor e tivesse que aprender tudo sozinho. Imaginou?
Provavelmente você pensou que, talvez, não seria possível aprender tudo sozinho, certo? Pois é!
No caso das crianças com altas habilidades, não é diferente. O fato de serem superdotadas não as torna necessariamente autodidatas. -
A aceleração escolar é a melhor solução
Muitos pais e educadores ainda acreditam que a aceleração escolar é a melhor ou a única solução.
Com isso, tentam acelerar crianças do 6º para o 9º ano, por exemplo.
Embora academicamente isso até possa ser possível, quando pensamos na dimensão do ser humano, com seu lado emocional e social, isso pode se tornar um grande problema.
Não é porque a criança “vai muito bem” nas matérias da escola que ela está pronta para pular etapas da sua maturação psíquica, emocional e social.
Estar em um contexto com crianças de idades diferentes, sem preparo mental e cerebral para isso, pode resultar em problemas de sociabilidade, baixa autoestima, bullying, etc.
Embora a aceleração escolar possa ser positiva para algumas crianças com altas habilidades, ela certamente será prejudicial para muitas outras.
Como os pais podem auxiliar as crianças com altas habilidades?
O primeiro ponto a se considerar é que não existe uma fórmula única que funcione para todas as crianças com altas habilidades.
Assim como ocorre em outras situações e diagnósticos médicos, não há uma fórmula ou método para “criar” um “indivíduo com diagnóstico X”. E neste caso, não seria diferente.
Algumas atitudes que podem ajudar essas crianças incluem:
Fomentar a educação especial na escola
Mantenha-se próximo da escola do seu filho, sempre instigando a necessidade de uma educação especial, com atividades adequadas para o desenvolvimento da criança com superdotação. Às vezes, a comunidade escolar pode estar despreparada para isso, e a participação dos pais pode auxiliar na implementação de mudanças importantes.
Esteja presente!
Deixar isso claro à criança
Jamais esconda a realidade da criança. Ela tem o direito de saber mais sobre si mesma, pois isso poderá ajudá-la a compreender as diferenças que possui em relação aos seus pares, bem como as melhores formas de lidar com a situação.
Afinal, imagine o contrário: se você tivesse um diagnóstico importante e todos escondessem isso de você, como se sentiria? Pois é! Não cometa uma injustiça.
Incentivar Atendimento Educacional Especializado (AEE) no contraturno
Converse com a direção da escola sobre a possibilidade de desenvolver o AEE no contraturno. Assim, as crianças com altas habilidades terão um espaço para ocupar o tempo de forma positiva e desenvolver suas aptidões, com conteúdos e estratégias alinhadas às necessidades dos pequenos superdotados.
Incentivar a sociabilidade ideal para a faixa etária
Evite “forçar a barra” para que o seu filho interaja apenas com crianças mais velhas. Foque em incentivar uma sociabilidade saudável, ideal para a faixa etária do pequeno. Esse tipo de cuidado pode fazer toda a diferença no desenvolvimento da criança.
Afinal, como vimos ao longo deste conteúdo, embora o indivíduo possa apresentar superdotação em determinadas áreas do conhecimento, isso não significa, necessariamente, que será acima da média em socialização. Em outras palavras, ele precisa de crianças com a mesma maturação social para desenvolver sua sociabilidade de maneira equilibrada.
Buscar aprender mais sobre as condições da criança
Buscar informações pode ser um caminho muito relevante, pois você poderá compreender melhor a realidade do seu filho, sem compará-lo com as histórias “heróicas” de “crianças prodígio”. Respeite as características pessoais do seu filho, entenda a realidade que ele vive, conheça um pouco mais sobre a superdotação e busque fontes sérias e relevantes sobre essa temática.
Buscar o apoio psicológico para pais e filhos
Buscar orientação psicológica pode ser um bom caminho tanto para os pais quanto para as crianças com altas habilidades. Você pode investir na psicoterapia infantil para que a criança pratique o autoconhecimento, seja ouvida, respeitada e aprenda a lidar com as adversidades advindas da sua própria condição.
Ao mesmo tempo, os pais podem recorrer à psicoterapia para lidar com o “baque” do diagnóstico, com as dúvidas dessa nova fase, com as emoções envolvidas no processo, etc.
Cuidado com as expectativas
Por fim, e igualmente importante, cuide bem das expectativas que você deposita sobre o seu filho. Muitos pais podem ver o diagnóstico como algo maravilhoso, que pode tornar o seu filho um verdadeiro “super-herói”. No entanto, essa visão exagerada das crianças com altas habilidades pode resultar em uma sobrecarga para os pequenos, uma vez que os pais podem enxergá-los como perfeitos e impecáveis. Quando um “defeito” aparece, a frustração é grande, e o emocional de ambos os lados pode se abalar.
Portanto, respeite os limites do seu filho e nunca o compare. Entenda que ele é um ser humano como qualquer outro, apenas com uma característica diferente. Afinal, quem não tem características únicas?
Considerar esse ponto de vista é uma forma de respeitar a singularidade do seu filho, sem tentar rotulá-lo como o ser humano mais perfeito do mundo.
Referências
PÉREZ, S. G. P. B. Mitos e Crenças sobre as Pessoas com Altas Habilidades: alguns aspectos que dificultam o seu atendimento. Revista Educação Especial, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 45–59, 2012
Fleith, Denise de Souza (org) A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: volume 1: orientação a professores / organização: Denise de Souza Fleith. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007.
https://escolasexponenciais.com.br/tendencias-e-metricas/alunos-com-altas-habilidades-e-superdotacao-qual-e-o-papel-da-escola/