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Convulsão Febril

O que é a Convulsão Febril?

A convulsão febril se refere a uma crise convulsiva que pode acontecer quando uma criança apresenta febre.

Para caracterizar a convulsão febril, a criança não pode ter o histórico de outras crises convulsivas afebris e não deve estar no curso de uma infecção do sistema nervoso central (encefalite).

A febre também pode desencadear convulsões em crianças que apresentaram convulsões afebris anteriormente. Nesses casos, ela não deve ser tratada como “convulsão febril”, uma vez que elas já haviam demonstrado tendências convulsivas anteriores.

Pode acontecer em crianças de até 5 anos de idade. No entanto, é mais comum entre os 12 e os 18 meses de idade. É geralmente inofensiva, sendo que a grande maioria das crianças se recuperam completamente do episódio.

O que acontece durante a crise convulsiva?

Quando a criança está convulsionando, a musculatura dos braços e pernas ficam rígidos e se contraem.

Ela também pode soltar espuma pela boca e os olhos podem rodar para trás.

Após a convulsão, é normal que a criança fique mais sonolenta por até uma hora.

Convulsão Febril Simples x Complexa

A convulsão febril pode ser classificada como simples ou complexa

Simples

Entre 65% e 90% dos casos de convulsão febril são classificados como simples (1).

Ela pode ter duração de até 15 minutos. Mas, na maior parte das vezes, terá duração inferior a 5 minutos.

Uma vez terminado o episódio convulsivo, a criança não volta mais a convulsionar ao longo das 24 horas seguintes.

Complexa

Entre 10% e 35% dos casos são classificados como complexas.

Ela tem duração superior a 15 minutos, podendo ser contínua ou com pausas.

Os sintomas podem afetar apenas uma área do corpo da criança.

Além disso, ela pode recorrer ao longo das 24 horas seguintes.

Diagnóstico

Crianças que apresentam convulsão febril simples devem ser diagnosticadas clinicamente, não sendo necessário nenhum exame além daqueles que seriam normalmente indicados para o diagnóstico da causa da febre.

Nas crianças com a comdição complexa, é indicado a realização de exames para pesquisar condições neurológicas que possam contribuir para a ocorrência da convulsão.

Dependendo do caso, poderão ser solicitados exames de imagem, punção do líquido cefalorraquidiano, eletroneuromiografia ou outros.

O que fazer durante uma convulsão febril?

O primeiro passo durante uma crise convulsiva febril é retirar a criança de uma situação de perigo. Ela deve ser deitada no chão e colocada em uma posição virada de lado, para que não aspire a saliva.

Deve também ser afastada de objetos cortantes ou móveis. Quando possível, colares ou óculos devem ser removidos e a cabeça protegida com uma almofada ou algo macio.

Não se deve tentar abrir a boca a força, colocar a mão na boca da criança ou jogar água em seu rosto.

Quando dura mais do que 5 minutos, é recomendado o uso de medicamentos anticonvulsivantes.

Se a resposta à medicação não é imediata, a convulsão persiste ou se o tratamento anticonvulsivante resulta em uma depressão respiratória significativa, a entubação pode se fazer necessária.

Embora seja improvável que haja algo mais sério, é importante que a criança seja examinada após o episódio, especialmente se tiver durado mais de 5 minutos.

O que esperar após um episódio de convulsão febril?

A convulsão febril simples geralmente é inofensiva, sendo que a grande maioria das crianças se recuperam completamente do episódio e sem sequelas neurológicas.

No entanto, em algumas crianças pode ser a primeira manifestação de um transtorno convulsivo subjacente ou de um distúrbio neurológico previamente desconhecido.

Em geral, aproximadamente 35% das pessoas que tiveram um episódio de convulsão febril voltam a desenvolver o problema no caso de uma nova doença febril.

Já o risco de desenvolver transtorno convulsivo afebril (epilepsia) é de cerca de 2 a 5%.

No caso de crianças com fatores de risco adicionais, como convulsões febris complexas, história familiar de convulsões ou atraso de desenvolvimento, este risco aumenta para cerca de 10%.