Colesteatoma
O que é o Colesteatoma?
O colesteatoma é um cisto formado por restos de pele que se forma no ouvido médio, junto ao tímpano.
Ele pode ser um defeito de nascença. Entretanto, ele é mais comumente causado por infecções repetidas do ouvido médio.
Complicações
À medida que as células mortas da pele se acumulam, o colesteatoma pode aumentar de tamanho e destruir os ossículos do ouvido médio. Isso pode afetar a audição, o equilíbrio e a função dos músculos faciais.
O colesteatoma serve também como um meio para o crescimento de bactérias. Em alguns casos, a infecção pode não desaparecer até que ele seja removido.
A erosão óssea causada pela infecção pode levar a complicações mais graves, permitindo a disseminação da infecção para fora do ouvido médio. Esta infecção pode:
- Formar um abscesso ósseo (mastoidite)
- Causar labirintite, uma infecção no ouvido interno que causa tontura ou surdez
- Causar paralisia do nervo facial
- Se espalhar para a meninge, causando meningite ou abscesso cerebral
Embora essas complicações sejam raras, elas são muito graves. Elas podem ser evitadas por meio da remoção do colesteatoma o mais rápido possível.
Diagnóstico do Colesteatoma
O diagnóstico é geralmente feito pelo Médico Otorrinolaringologista a partir da visualização direta da membrana timpânica, com o auxílio de um otoscópio.
Na presença de um colesteatoma, uma tomografia poderá ser solicitada para avaliar a eventual extensão da lesão até o osso mastoide.
A ressonância magnética pode ajudar na identificação de uma eventual infecção.
Tratamento
Uma vez encontrado o colesteatoma, a cirurgia é a única opção de tratamento.
Ela geralmente envolve uma mastoidectomia para remover a doença do osso e timpanoplastia para reparar o tímpano.
Mastoidectomia
Quando o colesteatoma cresce na mastoide, é necessário remover a parte do osso que está afetada.
A remoção pode ser parcial ou completa, a depender da extensão do acometimento ósseo.
Timpanoplastia
A timpanoplastia refere-se ao reparo do tímpano e do mecanismo auditivo.
O tímpano é reparado por meio de um enxerto, que irá funcionar como uma ponte para que a membrana timpânica possa “crescer” novamente e assim fechar a perfuração.
Em alguns casos, ainda é necessário restaurar os ossículos do ouvido – martelo, bigorna e estribo – para melhorar a capacidade auditiva do paciente.
A timpanoplastia é realizada sob anestesia geral (em crianças) ou com anestesia local sob sedação (em adultos).
O acesso cirúrgico pode ser retroauricular (por trás da orelha) ou pelo canal do ouvido, a depender de cada caso.
O período de recuperação geralmente é bastante rápido e indolor. O paciente retorna para casa no mesmo dia ou no dia seguinte, devendo permanecer de repouso por uma semana.
Nesse período, o paciente pode apresentar zumbidos, tontura, perda de equilíbrio, além da sensação de boca seca.
Resultado da cirurgia
O resultado da cirurgia varia bastante a depender da quantidade de osso que precisa ser removida e de como estava a audição antes da cirurgia.
A maior parte dos pacientes entra para a cirurgia já com algum grau de deficiência auditiva. Em algumas pessoas, a cirurgia permite recuperar parte desta perda auditiva. Eventualmente, um segundo procedimento no futuro pode ser indicado com foco em recuperar parte da audição.
Em outros pacientes, porém, o procedimento pode levar a alguma perda na audição. Isso acontece especialmente quando uma grande quantidade de osso precisa ser removida.
Para a obtenção de um bom resultado, é fundamental que o colesteatoma seja completamente removido.
De acordo com um estudo realizado com 349 pacientes, a taxa de recorrência em pacientes infantis foi de 25,6% e em adultos foi de 10,5% (1).