Câncer de Pâncreas
O que é o câncer de pâncreas?
Vários tipos de tumores podem ocorrer no pâncreas, incluindo tumores benignos e malignos.
O tipo mais comum de câncer de pâncreas é o Adenocarcinoma ductal, que tem origem nos ductos que transportam as enzimas digestivas do pâncreas até o intestino.
Com menos frequência, o câncer pode se formar nas células produtoras de hormônios ou nas células neuroendócrinas do pâncreas. Esses tipos de câncer são chamados de tumores neuroendócrinos pancreáticos, tumores de células das ilhotas ou câncer endócrino pancreático.
Infelizmente, a maioria dos cânceres de pâncreas é diagnosticada tardiamente, quando as possibilidades de cura são limitadas. Isso acontece porque ele não provoca qualquer sintoma em suas fases iniciais.
A maior parte dos pacientes apresentam mais de 65 anos no momento do diagnóstico (1).
Sintomas do câncer de pâncreas
O câncer de pâncreas raramente provoca sintomas em suas fases iniciais. Os sintomas geralmente se iniciam quando fica muito grande ou quando provoca metástases em outros órgãos, incluindo:
- Dor abdominal irradiada para as costas
- Perda de apetite
- Perda de peso não intencional
- Fezes amareladas
- Olhos amarelados (icterícia)
- Fezes claras
- Urina escura
- Desenvolvimento de diabetes.
Fatores de risco
Entre os fatores de risco para o câncer de pâncreas, incluem-se:
- Certas mutações genéticas hereditárias.
- Histórico familiar de câncer de pâncreas.
- Diabetes
- Tabagismo
- Pancreatite crônica
- Obesidade
Diagnóstico do câncer de pâncreas
Exames de imagem
O principal exames usado na presença de sinais e sintomas característicos do câncer de pânceas é a tomografia computadorizada. Eventualmente, a ultrassonografia e a ressonância magnética também podem mostrar a presença do câncer.
Colangiopancreatografia
A colangiopancreatografia é uma exame usado para a avaliação dos ductos pancreáticos e biliares.
Este exame se inicia com a endoscopia, com a introdução de um tubo fino e flexível através da boca, esôfago, estômago e parte inicial do intestino.
O endoscópio gera imagens instantâneas ao longo deste trajeto, permitindo identificar a entrada dos ductos pancreáticos.
Um cateter é então introduzido neste dutos através do endoscópio, seguido pela injeção de um contraste.
O contraste se espalha através dos ductos pancreáticos e biliares, que se tornam visíveis em uma radiografia.
Assim, o exame permite a identificação de eventuais bloqueios, estreitamentos ou dilatações nestes ductos.
Biópsia
A biópsia é o exame que pode confirmar o diagnóstico do câncer de pâncreas.
Ela é geralmente feita com o auxílio da ultrassonografia endoscópica, mas pode também ser feita introduzindo-se uma agulha no pâncreas através da pele.
Estadiamento do câncer de pâncreas
O estadiamento do câncer de pâncreas é feito pelo sistema TNM. Ele leva em consideração três informações principais:
Tamanho (T)
A letra T do sistema TNM se refere ao tamanho do tumor primário.
Ele é definido da seguinte forma:
- Tis: Carcinoma in situ, o que significa que o tumor está confinado às camadas superiores das células do ducto pancreático.
- T1: o diâmetro do câncer é de até 2 centímetros e não cresceu fora do pâncreas.
- T2: o diâmetro do câncer é maior que 2 centímetros, ma não cresceu fora do pâncreas.
- T3: o câncer se espalhou para fora do pâncreas em estruturas vizinhas próximas; no entanto, não é encontrado nos principais vasos sanguíneos ou nervos.
- T4: o câncer cresceu além do pâncreas e em grandes vasos sanguíneos ou nervos próximos.
Linfonodos (N)
As categorias N indicam se o câncer se espalhou para os linfonodos regionais Ele é definido da seguinte forma:
- N0: o câncer não se espalhou para os linfonodos regionais.
- N1: o câncer se espalhou para até 3 linfonodos regionais.
- N2: o câncer se espalhou para 4 ou mais linfonodos regionais.
Metástases (M)
A categoria M indica se o câncer tem ou não metástases a distância.
Ele é definido da seguinte maneira:
- M0: a doença não se espalhou para órgãos distantes ou linfonodos distantes.
- M1: o câncer se espalhou para órgãos distantes ou linfonodos distantes.
O câncer pancreático se espalha com mais frequência para o fígado, pulmões e peritônio (o revestimento da cavidade abdominal).
Estadiamento do câncer de pâncreas
O estadiamento do câncer de pâncreas é feito com base no sistema TNM, conforme a tabela abaixo
ESTÁGIO | TNM |
0 | TisN0M0 |
1A | T1N0M0 |
1B | T2N0M0 |
2A | T3N0M0 |
2B | T1N1M0, T2N1M0, T3N1M0 |
3 | T1N2M0, T2N2M0, T3N2M0, T4N1/2M0 |
4 | Todos os M1 |
Tratamento do câncer de pâncreas
O tratamento para câncer de pâncreas depende do estágio e localização do câncer, bem como da sua saúde geral e preferências pessoais.
Ele pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação destes tratamentos.
Quando a cirurgia não for capaz de remover todo o tecido cancerígeno, o tratamento passa a se concentrar nos cuidados paliativos. Isso envolve principalmente certas medidas para alívio dos sintomas e para retardar a evolução do câncer.
Tratamento cirúrgico
A cirurgia é a forma principal para o tratamento do câncer.
O procedimento varia conforme o estágio e a localização do câncer. Diferentes porções do pâncreas são removidas a depender de qual a localização, sendo que em alguns casos todo o pâncreas precisa ser removido.
Outros órgãos podem precisar ser parcial ou totalmente removidos, incluindo vesícula biliar, intestino delgado e estômago, além dos linfonodos regionais.
Quando todo o Pâncreas é removido, o paciente passa a ter que repor a insulina para o restante da vida.
Quimioterapia
A quimioterapia envolve o uso de medicamentos para matar as células cancerígenas.
Os medicamentos podem ser usados de forma isolada ou em combinação e podem ser usados por boca ou por injeção.
Em alguns casos, ela pode ser usada antes da cirurgia, com o objetivo de diminuir o tamanho do tumor e facilitar a remoção cirúrgica. Em outros casos, a quimioterapia é feita após a cirurgia, para matar eventuais células cancerígenas que tenham ficado para trás e diminuir a probabilidade de recorrência do câncer.
Alguns pacientes recebem a radioterapia junto com a quimioterapia.
Em pessoas com câncer de pâncreas avançado e câncer que se espalhou para outras partes do corpo, a quimioterapia pode ser usada para controlar o crescimento do câncer, aliviar os sintomas e prolongar a sobrevida.
Radioterapia
A radioterapia envolve o uso de radiação para matar as células cancerígenas.
Ela pode ser usada antes ou depois da cirurgia, geralmente em combinação com a quimioterapia.
Prognóstico do câncer de pâncreas
O câncer de pâncreas na maior parte das vezes é diagnosticado de forma tardia e em um estágio avançado, o que torna o resultado do tratamento mais limitado.
Considerando-se todos os pacientes, a sobrevida em 5 anos para o câncer de pâncreas é de 11% (2).
Considerando-se o estágio do câncer, a sobrevida em 5 anos é de 42% nos casos com câncer localizado, 14% nos casos de câncer localmente avançado e 3% nos casos com metástase a distância.