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Câncer de bexiga

O que é o câncer de bexiga?

O câncer de bexiga é um tumor maligno que se origina a partir de mutações nas células da bexiga, de forma que estas células anormais passam a se multiplicar fora de controle.

Ele geralmente começa nas células uroteliais, que são as células do revestimento interno da bexiga. As células uroteliais são também encontradas nos rins e nos ureteres, que são os tubos que conectam os rins à bexiga.

O câncer urotelial também pode ocorrer nos rins e ureteres, mas é muito mais comum na bexiga.

A maior parte dos cânceres de bexiga é diagnosticada em um estágio inicial, quando o câncer é altamente tratável. No entanto mesmo os cânceres de bexiga em estágio inicial podem reaparecer após um tratamento bem-sucedido. Por esse motivo, as pessoas com câncer de bexiga geralmente precisam de exames de acompanhamento por anos após o tratamento para que o câncer de bexiga recorrente possa ser diagnosticado de forma precoce.

Quais os sinais e sintomas do câncer de bexiga?

Os principais sinais e sintomas do câncer de bexiga podem incluir:

  • Sangue na urina (hematúria): alguns casos, isso pode ser facilmente percebido como uma coloração avermelhada ou preta da urina. No entanto, alguns pacientes podem ter a urina com coloração normal, sendo a
  • presença de células sanguíneas percebida apenas no exame de urina.
  • micção frequente
  • Dor ao urinar
  • Dor nas costas

Tipos de câncer de bexiga

Os tipos de câncer de bexiga estão relacionados com qual a célula que deu origem ao câncer.
Eles incluem:

Carcinoma urotelial
O carcinoma urotelial tem origem nas células que revestem o interior da bexiga, sendo o tipo mais comum de câncer de bexiga.
Essas mesmas células revestem o interior dos ureteres e da uretra. Assim, embora menos comum, o câncer também pode se desenvolver nesses locais.

Carcinoma de células escamosas
O carcinoma de células escamosas está associado à irritação crônica da bexiga, o que pode acontecer devido a Infecções urinárias crônicas ou repetidas (cistite), ou ao uso prolongado de um cateter urinário.
Este é um tipo pouco comum de câncer de bexiga.

Adenocarcinoma
O adenocarcinoma tem origem nas glândulas secretoras de muco na bexiga. É um tipo muito raro de câncer.

Fatores de risco

Fatores que podem aumentar o risco de câncer de bexiga incluem:

  • Tabagismo: parte dos produtos químicos presentes em cigarros, charutos ou cachimbos são eliminados através da urina. Estes produtos podem danificar o revestimento da bexiga, o que pode aumentar o risco de
  • câncer.
  • Idade: embora possa ocorrer em qualquer idade, cerca de 90% das pessoas diagnosticadas com câncer de bexiga tem mais de 55 anos.
  • Ser masculino.
  • Exposição a certos produtos químicos usados ​​na fabricação de corantes, borracha, couro, têxteis e tintas.
  • Quimioterapia prévia.
  • Infecções urinárias crônicas ou repetidas (cistite).
  • Infecção crônica da bexiga por esquitosomose.
  • Histórico familiar de câncer de bexiga – embora este histórico não esteja presente na maior parte dos pacientes diagnosticados com câncer de bexiga.

Diagnóstico

No paciente com quadro clínico sugestivo de câncer de bexiga, o exame físico do reto ou vagina pelo urologista poderá detectar um nódulo palpável pressionando estas estruturas.

Exames de imagem como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética poderão identificar massas tumorais sugestivas de um câncer de bexiga. Estes exames poderão ser feitos com o uso de contraste.

A cistoscopia é um exame que permite visualizar o interior da bexiga com um tubo fino com uma câmera e uma luz na extremidade (cistoscópio).

Quando uma lesão suspeita é encontrada durante a cistoscopia, uma biópsia é realizada no mesmo procedimento.

O tecido removido é então enviado ao laboratório para a análise histológica.

Eventualmente, uma dose de quimioterapia é dada logo após a biópsia, que ajudará a evitar que o câncer retorne, caso o resultado da biópsia venha a confirmar o diagnóstico do câncer.

Estágios do câncer de bexiga

Os tumores da bexiga podem ser divididos entre superficiais, invasivos e metastáticos. Eles são classificados de acordo com o sistema TNM, da União Internacional Contra o Câncer, que prevê mais de dez tipos de neoplasias.

Grau 0
Inclui o carcinoma papilífero não invasivo (Ta) e o carcinoma plano não invasivo (Tis). Ele está restrito à camada interna do órgão.

Grau 1
O câncer acomete o tecido conjuntivo da bexiga, mas sem atingir o músculo.

Grau 2
O tumor invade a camada muscular da bexiga, podendo ser superficiais ou profundos.

Grau 3
O tumor atinge a parte externa da bexiga. Ele pode também ter invadido tecidos adjacentes e linfonodos.

Grau 4
O tumor invade outros órgãos, como próstata, útero, vagina ou a parede abdominal, além dos linfonodos próximos. Ele pode também já ter se espalhado para outras partes do corpo, ao que se chama de metástases a distância.

Tratamento

Grau 0
O câncer Grau 0 pode ser diagnosticado, estadiado e tratado por meio da ressecção transuretral.
O tecido removido é enviado para análise laboratorial. Dependendo do resultado, o procedimento poderá ser repetido depois de 3 a 6 semanas.
Tumores papilares não invasivos podem ser de baixo ou alto grau. Quando o câncer é de baixo grau, pode ser indicada a realização de quimioterapia intravesical após a ressecção transuretral, com excelente prognóstico para o paciente.
A quimioterapia intravesical é usada para esses cânceres em estágio inicial (graus 0 ou 1), uma vez que os medicamentos administrados dessa forma atuam principalmente as células que revestem o interior da bexiga. Eles têm pouco ou nenhum efeito nos casos mais avançados.
Já os tumores de alto grau e tumores planos não invasivos são mais propensos a recidivar após a cirurgia. Desta forma, pode ser indicado, também, realizar aplicação da vacina BCG intravesical.
A vacina BCG, desenvolvida para a prevenção da tuberculose, atua como uma forma de imunoterapia no paciente com câncer de bexiga em estágio inicial.
As células do sistema imunológico são atraídas para a bexiga e ativadas pela BCG, que por sua vez passam a produzir uma resposta contra as células do câncer de bexiga.

Grau 1
O tumor de bexiga Grau 1 pode eventualmente ser tratado por meio da ressecção transuretral. Mas, na maioria das vezes, se faz necessário realizar uma cistectomia parcial ou total (retirada parcial ou total da bexiga).
Uma vez optado pela ressecção transuretral, a terapia intravesical com a vacina BCG ou com quimioterapia intravesical também poderão ser indicadas.

Grau 2
O tratamento no câncer de bexiga Grau 2 geralmente envolve a retirada completa da bexiga, bem como dos linfonodos próximos.
Em alguns pacientes, a quimioterapia pré-cirúrgica poderá ser considerada.

Grau 3
No câncer de bexiga grau 3, a cistectomia radical associada a retirada dos linfonodos e ressecção tumor nos órgãos próximos que estejam acometidos.
A quimioterapia pode também ser utilizada, tanto antes quanto após a cirurgia. A cirurgia pré-operatória tem o objetivo de diminuir o tamanho do tumor, facilitando sua retirada posterior. Já a quimioterapia pós-cirúrgica tem por objetivo destruir as células cancerígenas que porventura não tenham sido removidas com a cirurgia.

Grau 4
No câncer de bexiga Grau 4, a cistectomia radical geralmente não é suficiente para remover toda a doença, uma vez que as células cancerígenas já se espalharam por outras estruturas.
Por isso, pode ser necessário remover, também, outros órgãos afetados, além de realizar quimioterapia ou radioterapia após a cirurgia.
A cura nem sempre é possível. Nestes casos, o tratamento tem como objetivo desacelerar o crescimento do tumor e a disseminação da doença, com o objetivo aumentar a sobrevida e a qualidade de vida do paciente, o que chamamos de cuidados paliativos.

Prognóstico

Cerca de metade dos pacientes são diagnosticados nas fases iniciais (grau 0 ou 1), quando o tumor ainda está situado na camada interna do órgão. Nestes casos, a sobrevida média em 5 anos é de 77% (1).

Em cerca de 35% dos pacientes, o tumor já invadiu as camadas mais profundas, mas sem se espalhar para tecidos próximos ou distantes.

Já as metástases a distância estão presentes em aproximadamente 4% dos casos no momento do diagnóstico.

A sobrevida média em 5 anos de pacientes com câncer in situ (grau 0) é de 96%. Nos casos com câncer restrito à bexiga (graus 1 ou 2), a sobrevida é de 77%. Casos com disseminação para órgãos próximos tem sobrevida de 39% e casos com metástase a distância têm sobrevida de 8% no mesmo período(1).