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Bullying

Bullying

Sem dúvidas, o bullying é um tema que merece muita atenção, tanto dos pais, quanto dos educadores, cuidadores e da sociedade em geral.

Afinal, as consequências psicológicas podem ser bastante intensas, especialmente quando a situação começa a se agravar e nenhuma medida é colocada em prática.

Por isso, reunimos uma série de informações relevantes sobre o bullying para que você possa compreender esse comportamento e aprender algumas ações que podem contribuir para a redução do problema. Acompanhe este texto e saiba mais!

O que é bullying?

Para que possamos compreender o real significado de bullying, devemos nos ater à palavra de origem inglesa bully que, na tradução literal, significa “valentão”.

A partir dessa visão, o bullying pode ser compreendido como um comportamento de agressão física, verbal, psicológica, etc., provocada por um indivíduo ou grupo de indivíduos, com o intuito de humilhar, agredir e diminuir a vítima.

Para ser caracterizado como bullying, a situação deve ser intencional e repetitiva. Isto é, o agressor precisa ter o objetivo de humilhar e diminuir a pessoa, ao mesmo tempo em que provoca essas agressões de forma repetida e frequente.

Segundo a Lei 18.185 de 6 de novembro de 2015, tais comportamentos caracterizam a prática do bullying:

“Art. 2º Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying) quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:
I – ataques físicos;
II – insultos pessoais;
III – comentários sistemáticos e apelidos pejorativos;
IV – ameaças por quaisquer meios;
V – grafites depreciativos;
VI – expressões preconceituosas;
VII – isolamento social consciente e premeditado;
VIII – pilhérias”.

Quais as causas do bullying?

As causas do bullying podem ser compreendidas como multifatoriais. Dito de outro modo, o bullying não é um comportamento ocasionado pela premissa da causa e efeito. Ele pode surgir e se manter por uma série de questões, que envolve tanto a vítima, quanto o próprio agressor.
A seguir, elencamos algumas das potenciais causas desse comportamento agressivo na escola:

  • O agressor pode sofrer violência em casa, respondendo a esses atos com posturas agressivas na escola.
  • Falta de valores na família. Isto é, crianças e adolescentes desassistidos e que não recebem orientações com relação aos seus comportamentos e condutas.
  • Negligência emocional familiar.
  • Falta de limites em casa ou na escola.
  • Modelo de educação recebido em casa e nas comunidades nas quais o agressor está inserido.
  • O agressor pode ter dificuldade de se relacionar com outras pessoas.
  • Desejo de se sentir superior.
  • O medo e a vergonha da vítima podem agravar o problema, uma vez que o indivíduo não busca auxílio com a direção da escola e com os seus pais, por exemplo.
  • Entre outras situações relacionadas às questões psicológicas do agressor e da vítima.

Obviamente, a culpa nunca é da vítima. No entanto, a falta de detecção da situação e a ausência da busca por ajuda pode agravar ainda mais o problema. Por isso, os pais e educadores precisam ficar atentos aos sinais do bullying, considerando algumas recomendações, como as apresentadas a seguir.

Como identificar o alvo do bullying?

Alguns sinais podem ser considerados pelos pais na hora de verificar se o filho pode ser vítima de bullying na escola. Acompanhe:

  • Resistência ao fato de ter que frequentar a escola.
  • Pedido para mudar de instituição de ensino.
  • Diminuição do rendimento escolar.
  • Apresentar hematomas sem explicação, especialmente quando retorna da escola.
  • Materiais escolares que somem ou são “rasurados”.
  • Comportamento introvertido diferente do habitual.
  • Comportamentos agressivos.
  • Isolamento.
  • Esquiva ao ser questionado sobre o dia na escola.
  • Sintomas psicossomáticos que podem surgir especialmente pouco antes de ir à escola, como dor de cabeça, tontura, etc.
  • Humor deprimido que piora quando é preciso ir à escola.
  • Ideação suicida ou tentativa de suicídio.

Vale ressaltar que nem sempre a criança ou o adolescente mostrará os mesmos sinais, uma vez que se trata de uma situação subjetiva. Portanto, é imprescindível manter um diálogo próximo com o seu filho, a fim de facilitar na hora de detectar situações fora do comum.

Como auxiliar um filho que está sofrendo bullying?

Desde 2015 temos a Lei 18.185 de 6 de novembro de 2015, que instituiu o Programa de Combate à intimidação Sistemática (bullying). O propósito da Lei é instruir, prevenir e combater os problemas ocasionados pelo bullying. Conhecê-la é um bom ponto de partida. Acesse este link e leia a Lei na íntegra.
Além desse conhecimento, promover uma atmosfera segura em casa, na qual a criança possa se sentir à vontade e convidada a falar sobre suas emoções e dúvidas, também é importante.
Lembre-se de que, muitas vezes, uma criança que sofre bullying, tendencialmente, sente-se sozinha e excluída, e o suporte e acolhimento da família faz toda a diferença.
Ouça o seu filho, converse com ele, permita-o chorar e falar das emoções. Demonstre estar presente na situação. A família precisa ser o “porto-seguro” da criança e do adolescente.
A seguir, apresentamos outras considerações importantes:

  • Reconhecer o problema junto com a equipe escolar. Isto é, ir à escola e conversar com os responsáveis para trazer à luz a situação que está ocorrendo.
  • Buscar informações relevantes sobre o bullying, como por exemplo, compreender as causas do problema para ter uma visualização mais profunda do caso.
  • Demonstrar interesse pela rotina do filho, buscando se manter próximo do pequeno e conversar sobre as práticas do bullying, orientando que o filho busque o professor ou a direção ao ser agredido.
  • Orientar o filho a nunca revidar nas situações de agressão, buscando afastar-se sempre que possível.
  • Denunciar, junto com os filhos, as situações de bullying que estão acontecendo na escola, para que o agressor seja responsabilizado pelos seus atos. Assim, é possível fazer um Boletim de Ocorrência no caso de
  • agressões físicas, calúnia, difamação, etc.
  • Procurar o Conselho Tutelar se a escola não tomar nenhuma medida.
  • Solicitar que a escola ofereça a conscientização dos alunos, por meio de projetos e atividades que abordem o tema bullying.
  • Solicitar supervisão por parte da escola para os momentos nos quais as agressões costumam acontecer, como antes e depois da aula, e durante o recreio, por exemplo. Neste caso, é preciso ouvir o filho para
  • compreender quais são as principais situações que ocasionam o bullying, visando a prevenção.
  • Buscar profissionais da saúde mental, como psicólogo, para auxiliar a criança ou o adolescente na hora de lidar com os sentimentos e emoções provenientes dos episódios sofridos.

Como agir diante de um filho que provoca o bullying?

Os pais, muitas vezes, idealizam os seus filhos e, por conta disso, jamais associam suas crianças com potenciais agressores.

Porém, é possível que em alguma fase escolar o seu filho apresente comportamentos agressivos, por diversos motivos. Nessa situação, é muito importante que a família tome providências e busque educar a criança ou o adolescente, colocando em prática medidas como:

Buscar manter uma comunicação próxima com a criança ou o adolescente, visando conversar sobre o que acontece na escola, de que forma acontece, etc.
Demonstrar interesse pela rotina de ensino da criança ou do adolescente, apresentando uma postura ativa por parte dos pais com relação ao que o filho faz na escola.
Conversar sobre a prática do bullying, caracterizando o que é e quais podem ser as consequências do comportamento agressivo – tanto para a vítima, quanto para o próprio agressor.
Fortalecer valores de convivência e premissas de uma boa conduta na escola.
Oferecer um diálogo que comunique a importância das diferenças que existem entre as pessoas, diminuindo a discriminação por conta de questões subjetivas e características singulares.
Ensinar a diferença entre brincadeiras e agressões. Afinal, o agressor, ao iniciar as primeiras “brincadeiras de mau-gosto” pode sequer compreender os impactos de suas atitudes. Por isso, apresentar o que é uma brincadeira e o que é o bullying é muito importante.
Aproximar-se do filho para buscar compreender os motivos pelos quais ele tem apresentado comportamentos agressivos e emoções que desencadeiam esse tipo de postura no dia a dia. Isso porque, muitas vezes, pode ser que a criança ou o adolescente esteja passando por problemas emocionais que exigem acompanhamento psicológico, por exemplo.

A psicoterapia pode auxiliar na recuperação da autoestima e autoconfiança

O bullying é um problema emergente que necessita de atenção. Afinal, as consequências psicológicas podem ser severas no médio e longo prazo.

Porém, além das medidas apresentadas no decorrer deste conteúdo, lembre-se de que a busca pela psicoterapia é uma medida importante nesse processo.

Muitas vezes, as vítimas do bullying podem sofrer severamente, resultando em problemas de saúde mental como falta de autoconfiança, depressão, ansiedade, baixa autoestima, etc.

Nesses casos, a ajuda de um profissional da saúde mental pode fazer toda a diferença e, por isso, agendar a psicoterapia para o seu filho pode ser uma ação imprescindível.

Busque a ajuda adequada e ofereça esse suporte a mais ao seu pequeno.

Caso ele seja o agressor e isso seja detectado, a psicoterapia também pode auxiliar, à medida que o jovem aprenderá a lidar com as suas emoções e com a sua agressividade, minimizando o problema e lidando melhor com o que sente.

Referências
SILVA, Ludimila Oliveira. Bullying nas escolas. v. 6 n. 5 (2018): Revista Jurídica Direito & Realidade, 2018.

Lei 18.185 de 6 de novembro de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm>. Acesso em 21 set. 2022.