Artrose do Ombro

A artrose do ombro se caracteriza pelo desgaste da cartilagem que reveste a articulação. O ombro é formado por duas articulações: a maior delas é entre a glenoide e a cabeça do úmero, denominada de articulação glenoumeral.

A outra é a articulação entre o acrômio da escápula e a clavícula, denominada de acromioclavicular. Abordamos a Artrose acromioclavicular em um artigo específico, de forma que nos concentraremos aqui em discutir a respeito da artrose glenoumeral.

A maior parte dos casos de artrose do ombro está relacionada ao desgaste que acontece com o avanço da idade. Eventualmente, ela pode se desenvolver de forma mais precoce em decorrência de fraturas prévias, de múltiplos episódios de Luxação do ombro, Lesão do manguito rotador ou de doenças inflamatórias, como a Artrite Reumatóide.

O principal sintoma da artrose no ombro é a dor que piora com o movimento do ombro. Isso ocorre especialmente com atividades que usam o braço acima da altura da cabeça. É comum também a dor noturna, com dificuldade para dormir. Ao movimentar o ombro, o paciente pode sentir um rangido, com a sensação de que se tem areia dentro da articulação.

A dor da artrose acontece em crises, o que significa que existem períodos de melhora e períodos de piora da dor. Com o avançar do desgaste, estas crises se tornam cada vez mais frequentes e mais intensas, até que se tornem contínuas.

Pacientes com exames de imagem muito parecidos podem apresentar queixas bastante distintas. Alguns pacientes com artrose avançada são capazes de conviver bem com o problema e até mesmo realizar atividades bastante exigentes para a articulação. Outros, com artrose bem mais leve, podem apresentar uma limitação funcional muito mais significativa.
Isso acontece porque diversos problemas além da artrose podem estar envolvidos com a dor e a limitação de movimento. O ombro é uma articulação que possui grande mobilidade, o que acontece às custas de uma menor estabilidade. Isso significa que o funcionamento da articulação é completamente dependente das estruturas capsuloligamentares, tendões e músculos ao redor da articulação.

 

A artrose do ombro deve ser tratada inicialmente sem cirurgia. Deve envolver, entre outras coisas:

• Repouso relativo;
• Medicamentos tomados por boca, por injeção intramuscular ou por Infiltração do ombro;
• Fisioterapia para analgesia, ganho de mobilidade e fortalecimento muscular;
• Uso de gelo e, em algumas situações, calor local.

Nenhuma modalidade de tratamento sem cirurgia é capaz de recuperar ou mesmo de evitar a progressão da artrose do ombro. Ainda assim, a melhora da dor e da mobilidade podem ser surpreendentes, mesmo no paciente com artrose avançada (1).

Quando as crises de dor passam a ser muito frequentes e muito intensas apesar do tratamento adequado sem cirurgia e quando a função e as atividades do paciente ficam comprometidas, a cirurgia passa a ser considerada.

O tratamento cirúrgico envolve a substituição do osso desgastado por uma prótese de ombro. A prótese pode ser total (quando tanto a glenoide quanto a cabeça do úmero são substituídas), parcial (quando apenas a cabeça do úmero é substituída) ou reversa (para casos em que os tendões do manguito rotador não funcionam mais).