Antidepressivos e Anticonvulsivantes para o Tratamento da Dor
Qual o papel dos antidepressivos e anticonvulsivantes para o tratamento da dor?
Medicamentos antidepressivos e anticonvulsivantes apresentam um papel importante no tratamento de tipos específicos de dor crônica, agrupados sob a denominação de Dor Neuropática.
A dor neuropática é um tipo de dor que se desenvolve em decorrência do mau funcionamento do sistema nervoso. Ela pode estar relacionada aos nervos periféricos, medula espinhal ou cérebro.
Os antidepressivos e anticonvulsivantes atuam diretamente sobre o sistema nervoso e sobre os neurônios responsáveis pela sensação dolorosa, o que envolve uma ação que nada tem haver com eventuais quadros convulsivos ou de depressão.
Ainda que a depressão seja muitas vezes observada no paciente com Dor crônica, os efeitos dos antidepressivos sobre a dor neuropática podem ser positivos mesmo no paciente que não apresenta nenhum sinal de depressão.
Quais os principais medicamentos anticonvulsivantes usados no tratamento da dor?
Existem diferentes tipos de antidepressivos e anticonvulsivantes. Eles são classificados com base em sua estrutura química e em seu mecanismo de ação.
Entre os principais medicamentos antidepressivos usados para tratar a dor neuropática incluem-se:
- Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina (Elavil®), nortriptilina (Pamelor®);
- Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (SNRIs): duloxetina (Cymbalta).
Quais os principais medicamentos anticonvulsivantes usados no tratamento da dor?
Entre os anticonvulsivantes usados para dor neuropática incluem-se:
- Gabapentina (Neurontin®);
- Pregabalina (Lyrica®).
Quais os efeitos colaterais mais comuns dos antidepressivos?
Os efeitos colaterais dos antidepressivos variam de acordo com os diferentes tipos de medicamentos, podendo incluir:
- Visão embaçada;
- Sonolência;
- Boca seca;
- Náusea;
- Hipotensão ortostática (tontura ao se levantar);
- Ganho de peso;
- Pensamento lentificado;
- Prisão de ventre;
- Dificuldade para urinar;
- Arritmia cardíaca;
- Disfunção sexual.
Quais os efeitos colaterais mais comuns dos anticonvulsivantes?
Os efeitos colaterais mais comuns dos anticonvulsivantes incluem:
- Tontura;
- Sonolência;
- Fadiga;
- Náusea;
- Tremor;
- Irritação na pele;
- Ganho de peso.
Quando utilizar os antidepressivos e anticonvulsivantes?
Os antidepressivos e anticonvulsivantes podem ser indicados nos mais diferentes tipos de dor neuropática.
Para isso, porém, é preciso considerar não apenas os potenciais benefícios, mas também os eventuais efeitos adversos e as outras possibilidades de tratamento medicamentoso ou não medicamentoso.
Estes medicamentos nunca devem ser usados como medida isolada, mas sim como parte de um tratamento que pode incluir outros medicamentos e medidas não medicamentosas.
Alguns dos possíveis tratamentos não medicamentosos incluem a acupuntura, agulhamento a seco, fisioterapia, psicoterapia. Prática regular de atividades físicas, técnicas de relaxamento, como a Ioga ou o Tai Chi Chuan, melhora da qualidade do sono e perda de peso também devem ser considerados.
Como os antidepressivos e anticonvulsivantes são usados no tratamento da dor?
Tanto os antidepressivos como os anticonvulsivantes podem trazer efeitos colaterais, que na maior parte das vezes é leve ou moderado. Por isso, eles devem ser introduzidos gradativamente.
Nas duas primeiras semanas, as medicações podem ser prescritas abaixo da dose terapêutica, para que o organismo se adapte à medicação. A introdução poderá ser feita à noite, já que a sonolência é comum no início.
Vale considerar que cada classe de medicamentos tem efeitos colaterais específicos, de forma que a escolha do melhor medicamento deve levar em consideração aquilo que cada indivíduo isoladamente tolera mais ou menos como efeito colateral.
Além disso, estes medicamentos demoram, em geral, entre 4 e 6 semanas para começar a fazer efeito. Não faz sentido, desta forma, interromper o uso da medicação nos primeiros dias em decorrência da falta de efeito.
A interrupção do tratamento pode ser feita em decorrência da melhora da dor ou, eventualmente, em decorrência dos efeitos colaterais. Quando indicada, no entanto, ela deve ser feita de forma gradativa. A velocidade de retirada deve ser avaliada pelo médico responsável e deve levar em consideração a dose e o tempo de uso.