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Acompanhamento pediátrico no terceiro trimestre (6 a 9 meses de vida)

Desenvolvimento neuropsicomotor no terceiro trimestre de vida

Aos 6 meses, a criança enxerga e ouve quase tão bem como os adultos. A comunicação também está progredindo rapidamente.
Nesta idade, quase metade dos bebês repete uma sílaba — do tipo “ba”, “ma”, “ga”.

Nesta idade, os bebês gostam de atenção e muitas vezes se esforçam para consegui-la. Aos poucos, descobre que deixar alguma coisa cair no chão é tão interessante quanto pegá-la.

O bebê também começa a entender que seu comportamento, tanto o bom como o ruim, atrai a atenção dos pais. Assim, ele poderá fazer praticamente qualquer coisa para que seus cuidadores olhem para ela.

O passo seguinte é o bebê testar a autoridade dos pais. Ele faz isso não como birra, mas pela curiosidade de ver como as pessoas reagem aos seus comportamentos.

Por outro lado, é preciso considerar que a memória do bebê às vezes tende a durar apenas alguns segundos. Assim, ao invés de repreendê-lo, a melhor forma de evitar um comportamento indesejado por parte do bebê é distraí-lo com outra atividade.

Com oito meses, os bebês já costumam se movimentar, seja engatinhando ou se arrastando. Muitos também já passam da posição sentada à ereta com o auxílio dos móveis.

As emoções também ficam mais evidentes. O bebê poderá mandar beijos para pessoas conhecidas, bater palmas ou dar tchau.
Ao ver outro bebê chorando, é possível que ele também comece a chorar.

Muitos também já dão sinais de ansiedade de separação. Ele pode ficar mais tímido ou preocupado perto de desconhecidos, especialmente quando estiver cansado ou irritado. Quando os pais não estão por perto, eles podem se mostrar incomodados.

Escola

Embora exista muita controversa a respeito do assunto, a maior parte dos pediatras recomenda que, em condições ideais, a criança só deve ir para a escola por volta de 2 anos e meio ou três.

Nesta idade, a socialização e a interação com outras crianças é fundamental. Além disso, seu sistema imunológico mais amadurecido e as vacinas tornam ela mais protegida contra infecções.

Por outro lado, a necessidade de trabalhar fora de casa faz com que muitos pais tenham que deixar o filho na escola bem antes disso, antes do primeiro aniversário.

Se este for o caso, não há porque se culpar. Os berçários estão preparados para dar o estímulo necessário para o desenvolvimento do bebê, justamente porque sabem que muitos pais simplesmente não têm esta opção de escolha.

O maior problema em ir para a escola em uma idade tão precoce é o risco de frequentes infecções, especialmente as infecções respiratórias na infância.

Introdução Alimentar

A partir dos seis meses de idade, a musculatura mastigatória, o reflexo de engolir e o estômago já se encontram mais desenvolvidos, de forma que o risco de engasgo ou de alergia alimentar diminui.

Além disso, o leite materno passa a ser insuficiente para suprir toda a demanda do bebê, de forma que chegou o momento de iniciar a introdução alimentar para a maior parte dos bebês.

A introdução alimentar se refere ao início do consumo de alimentos sólidos pelo bebê. Estes alimentos são inicialmente oferecidos em complementação, e não em substituição ao leite materno. Idealmente, o aleitamento materno deve continuar até ao menos os dois anos de idade.

A introdução alimentar deve ser feita com alimentos in natura e minimamente processados, especialmente os vegetais e as frutas.

Inicialmente, eles devem ser amassados e oferecidos com o garfo.

A seguir, os alimentos passam a ser raspados ou picados em pequenos pedaços, para que o bebê inicie o processo de mastigação.

Os alimentos não devem ser batidos no liquidificador ou mixer e também não devem ser peneirados.

Fórmulas Infantis

As fórmulas infantis são produtos alimentares que buscam atender as necessidades nutricionais dos lactentes e crianças na primeira infância, quando o aleitamento materno por algum motivo não for possível.

Vale lembrar que nenhuma fórmula é capaz de suprir todos os benefícios nutricionais do leite materno, muito menos os benefícios psicossociais relacionados ao aleitamento.

Quando de fato a amamentação não puder ser reestabelecida, o pediatra poderá orientar quanto às melhores fórmulas infantis em cada condição.

Fórmulas indicadas para bebês com mais de seis meses de idade são as chamadas fórmulas de seguimento.

Seu diferencial está no maior teor de ferro, já que a quantidade e qualidade de proteínas é semelhante às das fórmulas de entrada (indicadas para bebês menores de 6 meses).

Algumas das fórmulas de seguimento comercialmente disponíveis incluem: NAN 2, Enfamil 2, Aptamil 2, Nestogeno 2.

Ganho de peso e altura

No terceiro trimestre de vida, é esperada uma desaceleração ainda maior no ganho de peso.

A expectativa é por um ganho de peso de 10 a 15g por dia durante o terceiro trimestre, com um ganho total entre 300 gramas e 450 gramas a cada mês.

Já o crescimento esperado em altura é de aproximadamente 2cm por mês.

Mais importante do que o ganho absoluto de peso e altura, no entanto, é colocar o bebê no seu gráfico de crescimento, verificando se ele se mantém dentro de sua curva de crescimento.

O ganho insuficiente de peso e altura pode estar associado a diferentes fatores, incluindo o aporte nutricional insuficiente e diferentes tipos de problemas de saúde que podem acometer o bebê, o que exige uma investigação adequada por parte do pediatra.

Vale considerar, no entanto, que há variações mês a mês e um padrão fixo não é seguido. De fato, em poucos meses, o bebê pode perder peso em vez de ganhar, para depois crescer acima do esperado no mês seguinte. Isso é perfeitamente normal.

Rotina de sono

O tempo total de sono vai reduzindo gradativamente desde o nascimento. Além disso, o sono, que antes era mais fragmentado ao longo do dia e da noite, passa a se consolidar. Isso envolve um aumento do tempo total de sono noturno e uma redução do sono diurno.

Com seis meses de idade, é esperado um tempo total de sono diurno de aproximadamente 5 horas, dividido em 3 sonecas. Já o tempo total de sono noturno é de aproximadamente 10 horas.

Com 9 meses, o tempo total de sono diurno é de aproximadamente 4h15min, divididos em duas sonecas. Já o tempo total de sono noturno deve ser de aproximadamente 11 horas.

Alguns bebês já estarão dormindo durante toda a noite, mas é normal ainda que o bebê fique acordando algumas vezes ao longo da noite.

O tempo de sono nos primeiros meses de vida é mostrado na tabela abaixo.
deles.

Tempo de sono do bebê
Idade Sono diurno Sono noturno Total
Recém-nascido 8h (várias sonecas) 8h15mi 16h15min
3 meses 7h (três sonecas) 8h40min 15h40min
6 meses 5h (três sonecas) 10h 15h
9 meses 4h15min (duas sonecas) 11h 15h15min

Adaptado de https://www.nestlebabyandme.com.br/artigos/tabela-de-horas-de-sonon

Vacinação

Existem algumas pequenas diferenças entre os calendários da rede privada e pública. A principal reside na vacina contra a meningite B, que ainda não e fornecido pelo SUS.

O pediatra deve checar as vacinas tomadas pelo bebê, conforme o calendário abaixo:

Tipo de vacina Ao nascer 2 meses 3 meses 4 meses 5 meses 6 meses 9 meses 12 meses
BCG Dose única
Hepatite B 1ª dose 2ª dose 3ª dose
Poliomielite 1ª dose 2ª dose 3ª dose
Tríplice bacteriana (difteria, tétano, coqueluche) 1ª dose 2ª dose 3ª dose
Haemophilus 1ª dose 2ª dose 3ª dose
Pneumocócica 13 V 1ª dose 2ª dose 3ª dose Reforço
Rotavírus 5V 1ª dose 2ª dose 3ª dose
Menigocócica ACWY 1ª dose 2ª dose Reforço
Meningocócica B 1ª dose 2ª dose Reforço
Influenza (gripe) Dose anual
Febre amarela 1ª dose
Tríplice viral (Sarampo, Caxumba, Rubeola) 1ª dose
Varicela (catapora) 1ª dose
Hepatite A 1ª dose

Prevenção de acidentes

A principal diferença em relação à prevenção de acidentes com o bebê de 6 a 9 meses de idade está relacionado à sua maior capacidade de rolar, o que envolve maior risco de quedas, além de sua capacidade de se deslocar (arrastando-se ou engatinhando), usando objetos para se apoiar e para se levantar. Além disso, é preciso cuidados com objetos que podem ser levados à boca, que a criança pode eventualmente engolir.

Cuidados ao dormir
O risco de sufocamento e morte súbita do bebê diminui bastante, mas ainda precisa ser considerado.
Idealmente, o bebê ainda deve dormir no quarto dos pais e com a barriga para cima, como prevenção da morte súbita. No entanto, torna-se cada vez mais difícil estabelecer a posição do bebê, devido à evolução de suas habilidades motoras

Cuidados com medicamentos
Medicamentos em gota devem ser sempre colocados na quantidade certa em uma colher macia antes de ser oferecido ao bebê.
Colocar a medicação diretamente na boca do bebê aumenta o risco para administração acidental de uma dose excessiva, que pode levar à intoxicação do bebê.
Além disso, é fundamental que os medicamentos sejam deixados fora do alcance do bebê, que já tem a capacidade de pegá-los e leva-los para a boca.

Cuidados com pequenos objetos
O bebê nesta idade já consegue pegar objetos com maior facilidade e destreza. Uma vez que tenha posto as mãos em alguma coisa, não irá demorar para leva-lo para a boca.
Assim, há o risco destes pequenos objetos serem engolidos.
Para evitar isso, é importante tirar do alcance do bebê qualquer objeto com tamanho que permitiria a ele engolí-lo.

Cuidados com quedas
Nessa fase da vida, é importante ter cuidado redobrado com a possibilidade de quedas, uma vez que o bebê já é capaz de rolar e se deslocar.

Cuidados com o ambiente
O bebê adquire ao longo do terceiro trimestre de vida a capacidade de engatinhar ou de se arrastar, podendo se locomover com alguma facilidade pelos ambientes. Além disso, ele se apoia sobre qualquer objeto ou móvel disponível, podendo derrubá-los.
Objetos e móveis com risco de queda ou de quebrar devem ser retirados do alcance do bebê.
“cintos de segurança” para a televisão também são recomendados, já que ela pode ser facilmente derrubada. Além de destruir a televisão, isso pode causar serias lesões ao bebê.
Objetos de vidro, da mesma forma, devem ser excluídos do ambiente.

Cuidados com o transporte
O bebê nunca deve ser transportado em automóveis sem a instalação correta de um bebê conforto certificado pelo INMETRO.
O principal cuidado a ser tomado com o recém-nascido no bebê conforto é instalar o dispositivo de costas para o movimento do carro.
Crianças de até 2 anos têm 75% menos chance de sofrer lesões graves ou fatais num acidente se estiverem de costas para a dianteira do automóvel.
Nessa posição, em caso de acidentes, a criança será impulsionada para o interior de sua cadeirinha para auto, sua cabeça ficará bem envolvida e seu corpo receberá menos pressão.

Higiene bucal

Próximo ao sexto mês de vida, é esperado o aparecimento dos primeiros dentes de leite. O bebê pode apresentar febre baixa, além de irritação com a boca.
Uma vez que os dentes começam a aparecer, devemos iniciar a higienização bucal do bebê. O recomendado é espalhar uma gota, do tamanho de um grão de arroz cru, de creme dental com flúor em uma escova de cerdas macias com uma cabeça pequena.
A higienização deve ser feita após cada alimentação, aumentando gradualmente a quantidade de pasta dental.
A escovação noturna é mais importante para evitar cáries, por isso a criança não pode dormir sem fazer a higiene bucal.
Para evitar que seu filho ingira muito flúor, o que leva a uma condição chamada fluorose, limpe todos os resíduos de pasta dental ao escovar.
Quando os dentes do seu bebê se tocam, é hora de começar a passar fio dental. Lembre-se de escovar levemente a língua ao final, já que ela costuma ser esquecida.