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Acalásia

O que é a Acalásia?

A acalasia é uma condição na qual os nervos que controlam a musculatura do esôfago são danificados.

Ela leva a uma paralisia, o que dificulta a passagem de alimentos e líquidos até o estômago. A dificuldade no transporte dos alimentos faz com que estes fiquem acumulados no esôfago. Com o tempo, isso pode levar à dilatação do órgão.

O alimento acumulado no esôfago pode ficar fermentando e, eventualmente, pode voltar para a boca, levando a um gosto amago.

O refluxo alimentar da acalásia não deve ser confundido com a Doença do Refluxo Gastroesofágico. Enquanto na acalásia o alimento reflui a partir do esôfago, na Doença do Reluxo Gastroesofágico ele reflui a partir do estômago.

Epidemiologia

A acalásia pode ocorrer igualmente em homens e mulheres, em qualquer idade, apesar de o seu diagnóstico ocorrer mais frequentemente em adultos entre os 40 e os 60 anos.

No entanto, estima-se que 5% das acalásias se manifeste antes dos 15 anos de idade, com Idade média de diagnóstico em pediatria é 10.9 anos (1).

Em pediatria, a acalasia pode ser isolada ou estar associada à outras condições ou síndromes: Síndrome de Allgrove ou a Síndrome de Down (até 4% dos pacientes com síndrome de Down podem ter acalásia).

Sintomas

Os sintomas da acalásia geralmente aparecem gradualmente e pioram com o tempo.
Entre eles, incluem-se:

  • Disfagia: dificuldade para engolir, com a sensação de que o alimento fica retido o esôfago.
  • Regurgitação de alimentos.
  • Azia.
  • Tosse noturna.
  • Pneumonia, devido à aspiração de alimentos para os pulmões.
  • Perda de peso.
  • Vômito.

Diagnóstico da Acalásia

No paciente que apresenta sinais e sintomas característicos, o diagnóstico da acalásia pode ser avaliado com os seguintes exames:

Manometria esofágica.

A manometria esofágica é um exame que avalia a pressão dentro do esôfago durante a deglutição dos alimentos.
Com isso, ele é o melhor exame para avaliar o peristaltismo do esôfago, ou seja, os movimentos rítmicos que fazem com que o alimento seja direcionado até o estômago.

Radiografia com contraste

A radiografia com contraste é um exame indicado para avaliar a anatomia do esôfago.
O indivíduo ingere um contraste visível na radiografia, que fica impregnado na parede do esôfago.

Endoscopia Digestiva Alta

A Endoscopia Digestiva Alta é um exame que usa um tubo fino e flexível, contendo uma câmera em sua extremidade, denominado de endoscópio. O endoscópio é passado através da boca, garganta e esôfago, transmitindo imagens ao longo deste trajeto.

Tratamento da acalásia

O tratamento da acalásia concentra-se em relaxar ou alongar o esfíncter esofágico inferior, para que alimentos e líquidos possam se mover mais facilmente pelo trato digestivo.

Isso pode ser feito de diferentes maneiras, a depender de fatores como a idade, estado de saúde e gravidade da acalasia.

Dilatação pneumática

A dilatação penumática do esôfago envolve o uso de um balão introduzido no esôfago por meio da endoscopia.
No esôfago, o balão é inflamado, aumentando com isso a abertura na passagem para o estômago.

Em alguns casos, o procedimento pode ter que ser repetido com regularidade, para manter a abertura do esôfago para o estômago aberta.

Quase um terço das pessoas tratadas com dilatação por balão precisa repetir o tratamento dentro de cinco anos.

Botox (toxina botulínica tipo A)

O botox é um relaxante muscular que pode ser injetado diretamente no esfíncter esofágico por meio de uma agulha endoscópica.

O efeito das injeções geralmente não dura mais de seis meses, com necessidade de refazer o procedimento após este prazo (1). Assim, ela geralmente é recomendada apenas para pessoas que não são boas candidatas para dilatação pneumática ou cirurgia.

Miotomia de Heller

A miotomia de Heller é um procedimento no qual o músculo na extremidade inferior do esfíncter esofágico é cortado, para permitir que o alimento passe mais facilmente para o estômago. Como complicação, ela pode resultar na Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE).