Tricomoníase

A tricomoníase é uma infecção genital causada pelo protozoário Trichomonas Vaginalis. Sua transmissão ocorre por meio das relações sexuais ou contato íntimo com secreções de uma pessoa contaminada. Normalmente, ela é transmitida através do contato entre um pênis e uma vagina, mas pode também ser transmitida pelo contato vaginal entre duas mulheres.

A infecção pode ser prevenida por meio da utilização de camisinha, especialmente por pessoas sem um parceiro sexual fixo.

Os principais sintomas relacionados à tricomoníase na mulher são:

• Corrimento amarelado ou amarelo-esverdeado;
• Coceira;
• Odor forte e desagradável;
• Irritação vulvar;
• Dor durante para urinar e durante a relação sexual;
• Necessidade de urinar com maior frequência e em menor quantidade.

No homem, os sintomas mais comuns são: 

• Coceira ou irritação no pênis;
• Secreção branca e fina do pênis;
• Dor ao urinar ou durante a relação sexual;
• Necessidade de urinar com maior frequência e em menor quantidade.

O período de incubação entre a exposição e a infecção é desconhecido, mas acredita-se que varie entre quatro e 28 dias. 

70% das pessoas infectadas não desenvolvem qualquer sintoma relacionado à tricomoníase. Em alguns casos, os sintomas podem aparecer meses após a contaminação. 

Os sintomas são mais comuns em mulheres negras e mais velhas, quando comparado com homens, mulheres brancas e mais jovens.

O diagnóstico da tricomoníase nas mulheres é feito pelo Médico Ginecologista, ao avaliar o aspecto do corrimento vaginal. Nos homens, é feito pelo urologista, que avalia o aspecto do corrimento peniano. Por meio de um microscópio, o médico pode verificar a possível presença de protozoários.

Quando houver dúvida, o diagnóstico pode ser confirmado pela avaliação de uma amostra do corrimento sob um microscópio. Se o parasita puder ser visto ao microscópio, não são necessários mais testes. Caso o teste seja inconclusivo, testes rápidos de antígeno podem ser utilizados.

Considerando-se que a tricomoníase é transmitida através da relação sexual desprotegida, deve ser considerado também o risco para transmissão concomitante de outras DSTs. Uma avaliação completa deve ser feita para o diagnóstico de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Nem todo corrimento vaginal infeccioso é causado pela Tricomoníase. Assim, outras formas de infecção vaginal a ser consideradas:

• Candidíase: infecção causada pela Candida albicans ou outras espécies de candida não albicans. A Candidíase vaginal provoca um corrimento esbranquiçado e de odor fétido;
• Vaginose bacteriana: a Vaginose bacteriana é uma infecção decorrente de um desequilíbrio de bactérias normais que vivem na vagina. Ela causa um corrimento fino, branco/acinzentado e odor ruim.

O corrimento vaginal excessivo também pode ser devido a lesões, corpos estranhos, infecções sexualmente transmissíveis e vaginite inflamatória.

O tratamento da Tricomoníase tem como objetivo erradicar o agente causador, feito com o uso de antibióticos.

O tratamento mais comum é com uma megadose de metronidazol (Flagyl) ou tinidazol (Tindamax), tomados pela boca.

Em alguns casos, o médico ginecologista pode recomendar uma dose menor de metronidazol, duas vezes ao dia, durante sete dias.

O tratamento concomitante do parceiro sexual fundamental para evitar a reinfecção, mesmo que ele não tenha sintomas. A abstinência sexual deve ser mantida até que a infecção seja curada. Geralmente, isso leva cerca de uma semana.

O paciente não deve consumir bebidas alcoólicas por 24 horas depois de tomar metronidazol ou 72 horas depois de tomar tinidazol, pelo risco de causar náuseas e vômitos graves.

Cerca de 20% das pessoas voltam a se infectar dentro de 3 meses após o fim do tratamento. Assim, um novo teste poderá ser solicitado entre duas semanas e três meses após o fim do tratamento e antes de voltar a ter relação sexual, para ter certeza de que não houve reinfecção. Não tratada, a tricomoníase pode durar meses a anos.

A maior preocupação em relação à tricomoníase é em relação às mulheres grávidas. Isso porque a infecção pode ocasionar em parto prematuro, baixo peso ao nascimento e a transmissão para o bebê quando ele passar pelo canal do parto. O parto prematuro pode provocar uma série de problemas relacionados ao desenvolvimento fetal.