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Testosterona

O que é a Testosterona?

A testosterona é um hormônio sexual encontrado em abundância no corpo masculino, mas que também tem uma dosagem mínima ideal no corpo feminino.

Nos homens, a testosterona é produzida nos testículos, enquanto nas mulheres ela é produzida nos ovários.

A testosterona é necessária para promover a síntese de proteínas, produção de glóbulos vermelhos no sangue e para a reposição de glicogênio (carboidratos) no fígado e músculos.

Ela é também um potente estimulador da síntese de proteínas, sendo assim essencial para o aumento de massa muscular. Esta é a justificativa para sua disseminação entre atletas.

Dosagem da testosterona

A testosterona circula no organismo em três diferentes formas:

  • Aproximadamente 50% encontra-se fortemente ligada a uma proteína chamada de SHBG (Sex hormone binding globulin / proteína ligadora dos hormônios sexuais). Quando ligada à SHBG, a testosterona está em uma forma inativa, sendo incapaz de exercer sua ação sobre os tecidos;
  • Outros 50% estão fracamente ligados à albumina, principal proteína do nosso corpo. Ela é, desta forma, considerada uma forma biodisponível;
  • Apenas 2% do total de testosterona encontra-se livre no sangue e pronta para atuar nos tecidos.

Idealmente, devemos avaliar os níveis de testosterona livre, que é a forma que é a forma ativa da testosterona e que está mais relacionada aos sintomas. 

A testosterona livre, porém, é mais difícil de ser mensurada e os resultados são menos fidedignos. Assim, o que se costuma aferir em uma avaliação inicial é a testosterona total. 

Na presença de uma testosterona total baixa, é preciso repetir o teste ao menos uma vez para confirmar o resultado, uma vez que os níveis de testosterona flutuam ao longo do dia. 

O exame deve ser feito sempre pela manhã, que é quando a testosterona costuma estar mais elevada.

Valores de referência

Não existe um consenso de qual o valor limítrofe para o diagnóstico da deficiência de testosterona. Isso também pode variar de acordo com o método de análise, sendo importante avaliar qual o valor de referência do laboratório. 

Habitualmente, a testosterona é caracterizada como baixa quando menor do que 200 e 300.

Na presença de um nível baixo de testosterona total confirmado por um segundo exame, outros exames devem ser solicitados, incluindo:

  • SHBG
  • Hormônios hipofisários gonadotróficos (FSH e LH). 
  • Relação testosterona / cortisol 

Relação Testosterona / cortisol

Além de monitorar testosterona e cortisol separadamente, avaliar a proporção entre estes dois hormônios (razão T: C) pode fornecer uma indicação de como está o equilíbrio anabólico-catabólico, especialmente em atletas do sexo masculino.

A relação T: C é considerada mais sensível ao treinamento do que cada um destes hormônios isoladamente.

A redução sustentada na razão T: C está associado à perda muscular e é um indicador de overtraining e recuperação pós treino insuficiente.

A relação de outros hormônios, como SHBG ou DHEA em relação ao cortisol pode fornecer informações adicionais sobre o equilíbrio anabólico a catabólico em atletas do sexo masculino e feminino.

A desidroepiandrosterona (DHEA) é um hormônio precursor do estrogênio e da testosterona. Além de afetar a composição corporal em atletas, a redução do DHEA em relação ao cortisol é um indicador de overtraining para a mulher atleta.

Testosterona baixa no homem

Níveis baixos de testosterona, também chamado de Hipogonadismo masculino, estão relacionados principalmente à redução natural nos níveis deste hormônio que acontece com o avanço da idade. 

Assim, é um problema relativamente comum entre os idosos. Ele acomete cerca de 20% dos homens entre 50 e 60 anos, chegando a 50%, ou mais, dos homens com 80 anos (1).

Outros fatores que contribuem para a redução nos níveis de testosterona incluem:

A testosterona baixa no homem pode provocar sintomas como diminuição da libido, disfunção erétil, Irritabilidade e acúmulo de tecido adiposo. 

Entretanto, vale considerar que o diagnóstico da testosterona baixa deve levar em consideração tanto um nível hormonal consistentemente abaixo dos valores de referência como a presença de sintomas característicos.

Algumas pessoas, inclusive atletas de elite, possuem níveis baixos de testosterona sem qualquer sinal ou sintoma que possa ser atribuído a isso.

Testosterona alta no homem

A testosterona é classificada como alta no homem nas seguintes condições:

  • Testosterona total acima de 950 ng/dL;
  • Testosterona livre acima de 30 ng/dL.

A principal causa para a testosterona alta em homens é o abuso de esteroides anabolizantes. Entretanto, existem casos em que ela está naturalmente elevada.

O excesso de testosterona em homens pode resultar de tumores testiculares ou adrenais. Mesmo que esses tumores sejam benignos, eles ainda podem aumentar os níveis de testosterona para níveis mão saudáveis.

Alguns homens realmente têm uma predisposição genética para desenvolver altos níveis de testosterona. 

Estudos mostram que estas pessoas correm um risco muito maior de desenvolver coágulos sanguíneos, doenças cardíacas e uma variedade de outros problemas cardiovasculares.

Testosterona baixa na mulher

Nenhum nível de corte nos valores de Testosterona Total deve ser usado para diferenciar mulheres com e sem deficiência de testosterona.

Um consenso referendado pelas principais sociedades de especialidade, incluindo entre outras a International Menopause Society, a Endocrine Society, a European Menopause and Andropause Society, a International Society for Sexual Medicine, a International Society for the Study of Women’s Sexual Health (1), chegou às seguintes conclusões em relação à reposição de testosterona em mulheres:

  • Nenhum nível de sangue de corte nas dosagens de testosterona deve ser usado para caracterizar a Testosterona Baixa Feminina.
  • Não há dados suficientes para recomendar o uso de testosterona em mulheres na pré-menopausa para o tratamento da função sexual ou qualquer outro resultado
  • Não há evidências suficientes para apoiar o uso de testosterona para melhorar o desempenho cognitivo, ou para retardar o declínio cognitivo, em mulheres na pós-menopausa;
  • Os dados disponíveis não referendam o tratamento com testosterona no tratamento da osteoporose feminina;
  • Nenhum efeito estatisticamente significativo na massa corporal magra, gordura corporal total ou força muscular deve ser atribuído à testosterona.

O painel internacional concluiu que a única indicação baseada em evidências para terapia com testosterona para mulheres é para o tratamento da perda do desejo sexual, com dados disponíveis que suportam um efeito terapêutico moderado. 

Não existem dados suficientes para apoiar o uso de testosterona para o tratamento de qualquer outro sintoma ou condição clínica, ou para a prevenção de doenças.

Discutimos mais a respeito em um artigo sobre a Testosterona Baixa na Mulher.

Testosterona alta na mulher

A testosterona é classificada como um hormônio sexual masculino. Entretanto, ela também é produzida naturalmente em pequenas quantidades pelo ovário feminino. 

Os níveis de testosterona considerados normais no homem variam entre 7,7 a 29,4 nmol / L. Nas mulheres, varia entre 0 e 1,7 nmol / L (1).

Algumas mulheres, entretanto, possuem condições clínicas específicas que fazem com que elas produzam níveis anormalmente elevados de testosterona. 

A Síndrome de Ovários Policísticos é uma das principais causas para a testosterona alta na mulher. 

Em alguns casos, síndromes genéticas específicas também podem levar ao aumento da testosterona.

Esta é uma condição comum em mulheres envolvidas com o esporte de alto rendimento. Isso se deve, provavelmente, às vantagens esportivas proporcionadas pelos altos níveis de testosterona, que faz com que haja uma “seleção natural” de mulheres com testosterona elevada.

Discutimos mais a respeito em um artigo sobre a Testosterona na Mulher Atleta.