[accordion-model-lca titulo=”Superação de conflitos no esporte”]

A superação de conflitos no esporte é um grande desafio para atletas e treinadores que se deparam com a necessidade de atingir altíssimos resultados que, às vezes, tornam-se inviáveis.

Refletir sobre essa temática é, portanto, um modo de lançar um olhar atento aos aspectos psicológicos envolvidos com os conflitos e suas possíveis resoluções.

No decorrer deste texto, descrevemos alguns pontos nesse sentido. Acompanhe para saber mais.

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[accordion-model-lca titulo=”Conflitos comuns no esporte”]

Para iniciarmos a nossa reflexão, elencamos abaixo alguns dos conflitos comuns no esporte, para que possamos pensar em como eles ocorrem e, em seguida, quais caminhos podem ser seguidos pelos atletas e demais profissionais envolvidos:

1. Conflitos internos (emoções e visões do atleta)
Os conflitos chamados de internos dizem respeito às visões e emoções que o próprio atleta ou demais profissionais envolvidos podem vivenciar em competições, treinamentos, etc.
Por exemplo, diz respeito aos conflitos relacionados à autoconfiança, autoestima, ansiedade, estresse, entre outros.
Tratam-se de conflitos muito comuns no meio esportivo, afinal, as emoções não podem ser separadas dos sujeitos, e isso as torna muito presentes no dia a dia do atleta.
Saber lidar com as emoções, por meio do processo psicoterapêutico e da inteligência emocional é viável, desde que se respeite o tempo de descobertas e de desenvolvimento do indivíduo.

2. Conflitos externos (entre duas ou mais pessoas)
Os conflitos externos estão relacionados aos problemas interpessoais que podem ocorrer no meio esportivo. É o caso de haver objetivos distintos entre os dois membros de uma mesma equipe, bem como discussões em prol de pontos de vista diferentes.
Por se tratar de pessoas diferentes, ou seja, em decorrência da história de vida distinta dos indivíduos, os desentendimentos podem ser relativamente recorrentes.
Nessas situações, a comunicação e o diálogo devem ser trabalhados em prol do desenvolvimento de relações mais saudáveis, justas e respeitosas.

3. Lesões e problemas de saúde
As lesões no esporte e os problemas de saúde, sem dúvidas, podem pesar – e muito – na vida de um atleta. Se levarmos em consideração o fato de que a vida profissional de um atleta de alto nível costuma ser curta, devido à necessidade de não ultrapassar um limite de idade, as lesões podem resultar em uma frustração intensa e, em casos mais graves, na finalização da carreira do indivíduo.
Por isso, costuma ser um dos conflitos mais presentes no esporte.
O indivíduo precisa buscar ajuda médica o quanto antes, embora isso não seja sempre possível em casos mais amadores. Além disso, a Psicologia Esportiva é uma peça-chave para enfrentar o luto de perder a possibilidade de competir em determinado momento, bem como para lidar com todas as emoções adversas que surgem desses conflitos.

4. Dificuldade para compreender os objetivos no esporte
Devido aos limites de idade que são impostos nos ambientes esportivos, é muito comum que os indivíduos experimentem uma dificuldade para compreender os reais objetivos que possuem com relação à vida de atleta.
Isto é, como muitas vezes são crianças e adolescentes que precisam decidir que dedicarão a vida ao esporte, pode ser que estes se sintam pressionados para tal escolha e não saibam quais são os seus objetivos pessoais diante dessa situação.
Muitas vezes, as crianças e os adolescentes podem ancorar os objetivos esportivos apenas na vitória e no prestígio que ela pode promover. Isto é, não encontram outros propósitos que possam instigar a motivação e o foco nas atividades. Mas, sim, focam apenas na vitória, como se esse fosse o único objetivo diante da prática esportiva.
Consequentemente, essa postura pode resultar em conflitos intensos para lidar com perdas e fracassos esportivos, a ponto de causar prejuízos para a saúde mental do sujeito.
Além disso, as “crises existenciais”, ao se deparar com a falta de objetivos claros e concretos, podem ocasionar sofrimento e angústia.
Portanto, a psicoterapia novamente pode ser acionada como um meio de ressignificar os objetivos e passos que serão dados dentro do esporte. Quais caminhos serão seguidos? Por quê? O que eles podem promover? De qual forma? Pensar sobre esses e outros pontos é algo relevante.

5. Falta de perspectiva no esporte
Sabemos que nem todos os atletas têm o prazer de encontrar caminhos promissores e repleto de “portas abertas” para consolidar a carreira como esportista.
Isso prova que um dos conflitos no esporte, que pode aparecer em diferentes modalidades, é o de haver uma falta de perspectiva sobre o futuro.
O atleta pode até ter seus planos e objetivos claros, diferentemente do que mencionamos no tópico anterior, mas a falta de infraestrutura e de suporte pode fadar a carreira do atleta ao fracasso.
Essa frustração de haver tantos impeditivos na carreira é algo que pode fomentar questões emocionais no atleta, que merecem atenção e podem ser escutadas por profissionais da psicologia.
Além disso, buscar formas de minimizar os impasses encontrados no caminho, pesquisando alternativas para fortalecer a carreira por outras vias, também é importante. Às vezes, devido às questões emocionais, pode ser difícil enxergar alternativas. Mas, trabalhando o networking e buscando soluções por outros caminhos, pode ser que algumas mudanças sejam alcançadas.
Não estamos dizendo que é fácil e que sempre será possível, mas, sim, estamos relatando que a reflexão sobre outras vias se faz necessária.

6. Renúncias na vida pessoal
A vida de um atleta de alto nível não é fácil e simples, nós sabemos disso. São muitos os desafios que podem ser vivenciados pelos atletas que, dia após dia, precisam superar desafios, lidar com os seus próprios limites e aprender a reequilibrar as emoções quando necessário.
Dentro dos desafios vividos pelos esportistas, temos as grandes e frequentes renúncias que ocorrem na vida pessoal.
O indivíduo precisa abrir mão do happy hour com os amigos para treinar. Precisa dormir cedo para treinar. Não pode aceitar momentos de descontração, com bebidas e alimentos pobres em nutrientes, para manter a saúde do seu corpo.
Os compromissos de treino e de competições podem fomentar uma agenda cheia de desafios, que pode afastar o indivíduo do seu convívio social com amigos e familiares.
Embora seja possível manter um contato com as pessoas queridas, ainda assim a agenda pode se tornar mais apertada, a ponto de provocar renúncias de relacionamentos, momentos e acontecimentos.
Isso pode gerar sofrimento emocional em muitos casos, além de provocar questionamentos internos importantes. Nessas situações, o apoio psicológico também tem um papel importante. É crucial cuidar da saúde mental para enfrentar tantos lutos e perdas que são vividos ao se abrir mão de algo em prol da vida de esportista.

7. Competitividade tóxica
A competitividade tóxica também pode ser uma realidade em ambientes esportivos. Trata-se de uma visão deturpada do que se espera dos resultados no esporte. “Ganhar” se torna o único e grande objetivo, deixando de lado qualquer outro benefício promovido pela prática esportiva.
Certamente, todo esportista deseja vencer. Porém, é necessário ficar atento à linha tênue que existe entre ser competitivo e ter uma visão tóxica da competitividade.
Quando são iniciados conflitos pessoais entre atletas, com provocações, comportamentos agressivos e violentos, discussões e outros problemas que ocasionam prejuízos para os envolvidos, é necessário que a equipe organizadora intervenha.
A competitividade pode ser explorada, mas deve ser vista como mais uma esfera do esporte, e não como a única coisa que deve fazer parte da mente dos indivíduos.

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[accordion-model-lca titulo=”Como lidar com os conflitos no esporte?”]

A superação de conflitos no esporte está atrelada com a perspectiva de reconhecer a existência dos problemas. Quando reconhecemos que algo está desajustado, podemos começar a refletir sobre as mudanças e caminhos que podem ser percorridos em prol das mudanças positivas e efetivas.

A seguir, apresentamos algumas considerações que podem servir de reflexão nesses casos:

1. Reconhecimento das emoções e dos gatilhos
Em alguns casos, devido às cobranças que recaem sobre os atletas, estes podem ter dificuldades para dar atenção às próprias emoções e aos próprios gatilhos emocionais diante dos conflitos vividos no ambiente de treino e competição.
É o caso de negligenciar sinais de angústia, tristeza, raiva, estresse, ansiedade, etc.
Sendo assim, dar uma atenção maior para as emoções é um caminho que pode permitir detectá-las frente aos potenciais gatilhos, visando minimizar estes ou remodelá-los de um modo que aumente a qualidade de vida do sujeito.
Por exemplo, se um atleta se sente extremamente ansioso antes da competição, com pensamentos voltados a “só serei bom se eu ganhar”, “preciso ganhar a qualquer custo”, entre outras situações, é possível analisar esses gatilhos que estão gerando a ansiedade. Afinal, será que realmente é necessário ganhar a qualquer custo? Será que o esporte está envolvido apenas com as vitórias?
Toda essa análise, respeitando o que se está sentindo e entendendo por que se sente, são medidas que podem contribuir para uma maior qualidade de vida.

2. Analisar o que está sob controle do atleta e o que não está
Muitos dos conflitos que citamos no decorrer deste conteúdo dizem respeito a fatores que não necessariamente estão sob controle do atleta.
É o caso de sofrer uma lesão e ter que aguardar os efeitos da fisioterapia, por exemplo. Embora o atleta possa se dedicar aos cuidados pós-lesão, isso não quer dizer que a cura esteja em suas mãos e sob o seu controle.
Aceitar que nem tudo pode ser mudado apenas porque queremos, focando no que realmente está ao nosso alcance, pode ser uma medida que minimiza a angústia e o sofrimento frente aos conflitos no esporte.
Seguindo o nosso exemplo acima, podemos retratar a ideia de que o indivíduo pode reconhecer que tem capacidade de seguir as recomendações médicas. É isso que está ao seu alcance, e é nisso que o foco pode ser colocado. Já com relação às reações do organismo e ao tempo de recuperação, isso não está 100% nas mãos do atleta, portanto, é interessante visualizar o que pode ser feito, não apenas o que gostaria que acontecesse.

3. Análise e reflexão acerca dos objetivos
Analisar e refletir sobre os objetivos envolvidos com o trabalho esportivo também é um caminho promissor para a saúde mental.
Como vimos no começo deste conteúdo, muitos dos conflitos emocionais podem estar associados à visão de que o esporte é apenas para ser vencido. Isto é, o sujeito pode ter dificuldades para enxergar os motivos pelos quais seguiu essa carreira e qual é o seu real desejo por trás do que é feito.
Assim sendo, a psicoterapia poderá servir de aliada na hora de “mergulhar” no lado mais íntimo do sujeito, entendendo os motivos pelos quais o esporte é importante para si, quais são as metas que se deseja atingir, qual o significado da prática esportiva, etc.

4. Remanejar e ressignificar o que não pode ser mudado
Muitas coisas acontecem e, simplesmente, não podem ser mudadas.
Uma lesão não pode ser mudada, mas pode ser curada. Uma perda de competição não pode ser mudada, mas pode ser ressignificada.
Sendo assim, analisar as aprendizagens que podem advir das adversidades vividas na rotina do atleta é algo que pode trazer boas reflexões e frutos.
Ao invés de apenas lamentar a perda, é interessante pensar por outras vias: o que ela trouxe? Quais mudanças poderão ocorrer dela? Como podemos aceitar que aconteceu dessa forma e pronto?
Claro que isso não quer dizer que a pessoa não possa se queixar e chorar a perda, longe disso. O luto deve e merece ser vivido. Porém, ressignificar o que aconteceu, à medida que o tempo passa e novas visões podem ser construídas referente a isso, é algo que pode desencadear insights e ideias novas para atuações futuras.

5. Buscar ajuda psicológica
A psicoterapia pode contribuir para a qualidade de vida e para a saúde mental dos atletas. Ela promove descobertas, insights, ressignificações, reconhecimento de limites, reconhecimento de forças, e assim por diante.
O atleta pode praticar o autoconhecimento, desenvolver uma visão mais assertiva sobre o que deseja e o que fará com seus desejos, etc.
Ao mesmo tempo, trabalham-se as emoções, seus impactos e consequências, o que fazer diante delas, como lidar com o que se sente, como detectar as emoções, e assim por diante.
São diversos os caminhos que podem ser percorridos em prol do desenvolvimento do bem-estar e da inteligência emocional, priorizando a subjetividade e singularidade do sujeito.

6. Avaliar os limites da prática esportiva
O esporte competitivo tem como objetivo principal o resultado, mesmo que isso significa maiores riscos e prejuizos à saúde.
Isso não quer dizer que “vale tudo” e que não se deva impor limites. Em certo momento, o excesso e atividades física pode levar a uma fadiga tanto física como mental, característicos do Overtraining e da Síndrome de Burnout no esporte.
A avaliação em conjunto do treinador, Médico do esporte, psicólogo e do próprio atleta precisa saber o momento de “pisar no freio”

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[accordion-model-lca titulo=”Como o treinador pode auxiliar na superação de conflitos no esporte?”]

A superação de conflitos no esporte não tem uma fórmula mágica ou um passo a passo. Trata-se de um conjunto de atuações, que envolve os cuidados com a saúde, as mudanças na rotina, as interações interpessoais, etc.

Sendo assim, não poderíamos deixar o papel dos treinadores de fora dessa temática tão emergente. Por isso, trouxemos algumas considerações que podem servir de reflexão na hora de o treinador oferecer uma atmosfera mais saudável, psicologicamente, para os seus atletas:

1. Escuta ativa e atenção às emoções dos atletas
As emoções não são frescuras. As emoções não podem ser apagadas. Elas fazem parte da natureza humana e estão presentes em todos os contextos nos quais há atuação do ser humano.
Portanto, o treinador precisa reconhecer o fato de que os atletas, muitas vezes, estão diante de emoções intensas, que podem atrapalhar o desempenho e os resultados.
Além disso, é válido ter a consciência de que a escuta ativa, que ocorre de forma acolhedora e empática, pode ser terapêutica e pode ajudar o atleta a enfrentar as adversidades que está vivendo.
Por isso, escutar as queixas dos atletas, ajudá-los a pensar sobre outros caminhos, ou simplesmente demonstrar apoio em momentos difíceis são ações que podem contribuir para superação de conflitos no esporte.

2. Verificar estratégias que contribuam para a minimização do conflito
Diante da superação de conflitos no esporte, o treinador pode ter o papel de minimizar as adversidades que surgem no decorrer do desenvolvimento da carreira do esportista.
Por exemplo, quando há uma discussão e agressões verbais entre dois atletas, é importante que o líder intervenha de maneira imparcial, focando no conflito e visando clarificar o que está acontecendo e o que pode ser feito a partir disso.
Saber ouvir os dois lados e agir de maneira assertiva é muito importante. Verificar, com base na verdade e na racionalidade, o que fazer depois de um conflito, deve ser uma das atuações da liderança.
Lembre-se de que não há necessidade de moldar atletas diferentes para que fiquem iguais, mas pregar o respeito e a tolerância é uma estratégia para minimizar o conflito.

3. Estimular a busca por ajuda em casos de conflitos psicológicos
No caso de indivíduos que apresentam problemas psicológicos intensos, é muito importante que o treinador estimule a busca por ajuda especializada.
Fortalecer a importância da psicoterapia e dos cuidados com a saúde mental é algo relevante e que pode fazer toda a diferença na vida dos esportistas. Afinal, como seres inteiros, eles merecem atenção em todas as esferas de suas vidas. Por isso, incentivá-los a cuidar da mente, para além dos cuidados com o corpo, pode ser uma forma de proporcionar mais saúde e reduzir os problemas emocionais do atleta.

4. Estimular a autorreflexão e a inteligência emocional dos atletas
Muitas vezes, devido às pressões externas e a agenda corrida, muitas pessoas, inclusive os atletas, podem agir no que chamamos de “piloto automático”. Isto é, as pessoas podem apenas reagir às situações, ao invés de refletir sobre o que está acontecendo ou lidar com as emoções de modo mais assertivo.
Sendo assim, o treinador pode estimular essa autorreflexão diante dos conflitos, para que os atletas criem o hábito de pensar mais nas soluções, do que focar apenas nos problemas e nas angústias que eles podem criar.
A inteligência emocional também pode ser estimulada, quando se propõe a falar sobre as emoções, os impactos delas e de quais formas podemos lidar com o que está acontecendo quando elas aparecem.

5. Ficar atento à sobrecarga emocional presente no ambiente esportivo
Fique atento aos sinais de sobrecarga emocional no campo esportivo. Se porventura detectar que determinados atletas estão passando dos limites, considere conscientizar o grupo e orientar sobre a importância de cuidar da saúde mental.
Palestras e rodas de conversa sobre a temática podem ajudar a abrir a mente daqueles que têm negligenciado os cuidados com a saúde emocional em prol de resultados que têm se tornado cada vez mais inatingíveis e irreais.

6. Auxiliar no traçar de planos e metas no campo esportivo
Como vimos no decorrer deste conteúdo, alguns atletas podem ter dificuldade para compreender quais são os seus planos e objetivos relacionados à vida de esportista. Sendo assim, o líder, neste caso, o treinador, pode trazer essa reflexão para o dia a dia do grupo.
Questionar onde se quer chegar, como se quer chegar, por que se quer chegar, entre outros questionamentos, pode abrir caminhos para que eles reflitam e pensem nas próprias metas que querem construir como atletas.
Isso pode elevar a motivação, auxiliar na visão de longo prazo e, até mesmo, promover mais satisfação.

7. Proporcionar reflexões sobre o esporte e a competitividade
Trazer reflexões sobre o papel do esporte na sociedade, em detrimento à competitividade tóxica, é algo que pode auxiliar na superação de conflitos no esporte.
Tanto os atletas, individualmente, quanto o grupo, poderão pensar e refletir sobre o papel que têm na sociedade, no time, na própria vida, etc., tirando o foco do “ganhar e apenas ganhar”, e oferecendo visões sobre outros benefícios e vitórias que podem ser atingidas no esporte, mesmo quando se perde uma competição.
Isso pode reduzir a sobrecarga emocional e até mesmo as agressões e violências envolvidas com a competitividade tóxica.

Esperamos que este conteúdo possa servir de base para boas reflexões. Mas lembre-se: ele não exclui o acompanhamento de um profissional da saúde mental.

Referências
EPIPHANIO, Erika Höfling. Conflitos vivenciados por atletas quanto à manutenção da prática esportiva de alto rendimento. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 19, p. 15-22, 2002.

SILVA, M. Lúcia; RUBIO, Katia. Superação no esporte: limites individuais ou sociais. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 3, n. 3, p. 69-76, 2003.

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