Saúde sexual LGBTQIAP+
Quais os problemas sexuais vividos pela população LGBTQIAP+?
Quando se fala em saúde sexual da população LGBTQIAP+, a primeira coisa que vem na cabeça de muitas pessoas são as doenças sexualmente transmissíveis.
De fato, estudos mostram que os jovens LGBTQIAP+ são mais propensos a se envolver em comportamentos sexuais de risco do que a população em geral e correm maior risco de infecções sexualmente transmissíveis (DSTs).
No entanto, existem diversos outros aspectos que podem afetar a vida sexual da pessoa LGBTQIAP+ e que são na maior parte das vezes negligenciadas, conforme discutiremos a baixo.
Problemas de saúde mental
Estigmas e preconceitos persistentes podem afetar a saúde mental da população LGBTQIAP+. Estes preconceitos podem ser implícitos (atitudes inconscientes ou estereótipos sobre um grupo de pessoas) ou explícitos (vieses dos quais uma pessoa está ciente).
A saúde mental destas pessoas pode ter forte impacto na saúde sexual destas pessoas. Isso porque problemas como depressão e ansiedade, são prejudiciais à função sexual e à satisfação sexual.
Indivíduos que lutam contra a depressão podem sentir apatia, fadiga e diminuição do desejo e da excitação sexual. Em alguns casos, a ansiedade também tem sido associada à diminuição do desejo e da excitação sexual.
Alternativamente, as pessoas com transtorno de ansiedade ficam mais propensas a se envolver em comportamentos sexuais compulsivos e se envolverem em comportamentos de risco.
Por fim, medicamentos para problemas de saúde mental podem inibir o desejo e a excitação.
Medo de rejeição
Infelizmente, rejeição, buyling e preconceito são problemas vividos em maior ou menor grau por qualquer individuo LGBTQIAP+.
Esta rejeição ou o medo da rejeição pode impedir que um indivíduo se sinta à vontade para expressar sua condição.
A rejeição antecipada ou experimentada pela identidade de gênero ou orientação sexual muitas vezes leva estas pessoas a evitarem de se expor em público com seus parceiros e pode dificultar o engajamento em novas relações.
Doenças sexualmente transmissíveis
Individuos LGBTQIAP+, especialmente os mais jovens, são mais propensos a desenvolverem comportamentos de risco e correm maior risco de Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
As taxas de gonorréia, clamídia e HIV são até duas vezes maiores em jovens gays, lésbicas e bissexuais do que em homens heterossexuais. A falta comparativa de educação em saúde sexual e recursos de saúde para casais homoafetivo é um dos fatores que podem contribuir para esta maior incidência de DSTs.
Em relação às lésbicas, faz parte do senso comum da população a falsa e perigosa crença de que o sexo entre pessoas designadas mulheres ao nascer não possui risco de contágio de doenças sexualmente transmissíveis (1).
Especialmente no caso de transgêneros, a discriminação e a exclusão do mercado de trabalho faz com que muitos deles ou delas acabem na prostituição como único meio encontrado para o seu sustento. Isso deixa elas ainda mais expostas às doenças sexualmente transmissíveis.