Saúde Mental do Paciente com Câncer

O câncer geralmente tem um impacto profundo na saúde mental do paciente com câncer. Tristeza, preocupação ou ansiedade são alguns dos sentimentos mais comuns, muitas vezes podendo levar a intensas crises de choro. Sentimentos como estes são esperados e, na maior parte das vezes, não chegam a configurar um quadro de doença. O apoio psicológico pode ajudar estas pessoas a lhe darem melhor com seus pensamentos.

Em aproximadamente um a cada três pacientes, os sintomas podem ser intensos e prolongados, gerando profundo impacto na rotina do paciente e exigindo tratamento específico.

A incidência pode ser ainda maior no paciente com a doença em estados mais avançados. Isso justifica uma pesquisa ativa dos sintomas em todos os pacientes oncológicos.

Alguns dos diagnósticos mais comuns incluem o Transtorno de Ansiedade, Depressão ou o Estresse Pós-Traumático.

Infelizmente, é comum que sintomas como desesperança, desamparo, ideias suicidas ou preocupação excessiva sejam normalizados e o diagnóstico psiquiátrico seja retardado. Isso faz com que muitos dos pacientes não recebam o tratamento de que necessitam.

O primeiro passo para o diagnóstico dos transtornos na saúde mental do paciente com câncer é questionar o paciente sobre seus sentimentos.

Seja em família, entre amigos ou mesmo nas consultas médicas, é comum que o paciente com câncer seja questionado sobre seu tratamento, seus exames, sua rotina ou mesmo sobre sintomas físicos.

A pergunta “como você está se sentindo?” muitas vezes fica faltando. E ela pode fazer toda a diferença.

Algumas pessoas expõem seus sentimentos prontamente. Outras podem precisar de mais tempo para se abrir. Elas devem sempre ser avisadas de que as portas estão abertas para quando quiser conversar. Entretanto, seu tempo deve ser respeitado, sem forçar que ela exponha aquilo que ela não se sinta à vontade para fazer.

Quando a paciente não se sinta à vontade em se expor a um conhecido, uma boa opção é recorrer a um psicólogo.

Médicos, amigos e familiares devem ficar atentos aos sinais e sintomas sugestivo de transtornos na saúde mental do paciente com câncer.

Muitos destes sinais e sintomas devem ser considerados normais. A diferenciação entre o que é normal e o que é um transtorno mental é, muitas vezes, subjetiva, estando associados à duração e intensidade.

Outros sintomas, como pensamentos suicidas, não devem ser considerados normais.

O Médico Psiquiatra é o profissional capacitado para fazer a diferenciação e, quando necessário, tratar o paciente.

Os sintomas mais comuns dos transtornos mentais incluem:

• Tristeza contínua ou muito prolongada;
• Isolamento de entes queridos;
• Choro frequente;
• Preocupação excessiva;
• Perda da motivação;
• Desamparo;
• Perda da esperança;
• Perda da motivação;
• Pensamentos suicidas.

A depressão é um sentimento de tristeza suficientemente intenso e prolongado para afetar o desempenho de funções e/ ou reduzir o interesse ou o prazer em realizar atividades.

Estes sentimentos acontecem de forma desproporcional e exercem forte impacto na qualidade de vida do paciente com câncer.

O paciente com depressão não consegue se afastar de forma prolongada dos sentimentos negativos. A perda de motivação e o isolamento social também parecem não ceder.

Os sintomas de transtorno de ansiedade podem incluir:

• Sintomas físicos: mãos frias ou suadas, boca seca, palpitações cardíacas, náusea, dormência ou formigamento nas mãos ou pés, tensão muscular, falta de ar;
• Sintomas mentais: sentimento de pânico, medo e inquietação, pesadelos, pensamentos obsessivos incontroláveis ou a sensação frequente de que algo de ruim está prestes a acontecer;
• Sintomas comportamentais: incapacidade de ficar quieto e calmo, comportamentos ritualísticos (como lavar as mãos repetidamente), insônia.

Estes sintomas são prolongados e intensos, impactando na rotina e na qualidade de vida do paciente.

A dependência química a certas drogas lícitas ou ilícitas, especialmente o Tabagismo e o Alcoolismo, está associada a um maior risco para diferentes tipos de câncer.

Evidências emergentes sugerem também que o álcool está associado a piores resultados oncológicos entre pacientes já diagnosticados com câncer, o que está associado principalmente a uma piora na imunidade.

Todo paciente com câncer deve ser incentivado a abandonar o álcool e o tabaco. Infelizmente, os impactos da doença muitas vezes levam ao efeito contrário, de aumento no consumo destas drogas.