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Remédio para Dormir (Insônia)

Quando usar Remédios para dormir?


A Insônia é um tipo de distúrbio do sono muito comum no qual uma pessoa tem dificuldade em adormecer, permanecer dormindo ou ambos.

Pessoas com insônia geralmente não se sentem revigoradas quando acordam e isso pode causar fadiga e outros sintomas relacionados a uma noite mal dormida.

Os remédios para dormir podem ser considerados para uso por uma ou duas noites na insônia transitória. Ela acontece, por exemplo, em decorrência de viagens noturnas ou em decorrência de um estresse temporário, como a perda de um ente querido.

Nestas situações, os medicamentos devem ser prescritos por uma a duas semanas e em baixas doses.

Estudos demonstraram que os medicamentos para dormir são eficazes em:

  • Encurtar o tempo que leva para adormecer;
  • Aumentar a duração do sono;
  • Diminuir o número de vezes que uma pessoa acorda;
  • Melhorar a qualidade geral do sono.

Por quanto tempo os remédios para dormir devem ser usados?


O tratamento medicamentoso por tempo prolongado não é recomendado, devido ao alto risco de efeitos colaterais e, principalmente, de desenvolvimento de tolerância, dependência e, no momento da retirada, de abstinência.

Diferentemente do que muitos pensam, os medicamentos são ineficazes para o tratamento da insônia crônica em longo prazo (3).

No início do tratamento, as medicações funcionam muito bem. O paciente logo acredita que descobriu o Santo Graal do sono e passa a usá-los noite após noite.

Alguns dias ou semanas após iniciar esses medicamentos, a tolerância aumenta, a eficácia cai e a pessoa precisa aumentar a dose para tentar obter o mesmo efeito.

Por fim, chega um momento em que as medicações são mantidas apenas para evitar a abstinência.

A melhor estratégia a longo prazo para combater a insônia é por meio da melhora na higiene do sono.

Isso inclui um conjunto de medidas não medicamentosas que podem ser adotadas para combater os motivos de você não conseguir adormecer ou manter o sono.

Quais os principais remédios para dormir?


Os remédios para dormir podem ser divididos em dois grupos:

  • Medicamentos específicos para o tratamento da insônia: benzodiazepínicos, hipnóticos não-benzodiazepínicos e melatonina;
  • Medicamentos destinados a outras finalidades e que causam sonolência como um efeito colateral.Incluem-se aqui os anti-alérgicos, relaxantes musculares e remédios para náusea ou vômito.

Benzodiazepínicos


Os Benzodiazepínicos são medicamentos hipnóticos e ansiolíticos comumente utilizados no tratamento de diversos transtornos psiquiátricos, incluindo:

Clonazepam, diazepam (Valium), midazolam e Alprazolan são alguns dos benzodiazepínicos mais utilizados no Brasil. Eles são responsáveis por 50% de todas as prescrições de psicotrópicos no país (1).

Os benzodiazepínicos promovem uma diminuição da atividade em várias vias de neurotransmissão do cérebro, o que se traduz em percepção de relaxamento mental, corporal e sono.

Eles podem ter indicação para o tratamento da insônia grave, sempre por curto prazo e sempre acompanhado de outras medidas para melhoria da higiene do sono, quando estas não forem suficientes de forma isolada.

Alguns cuidados precisam ser observados para isso:

  • Eles só devem ser prescritos por cerca de 5 a 10 dias, ou ocasionalmente. Tomar benzodiazepínicos por mais de 10 noites consecutivas pode piorar o sono.
  • Algumas pessoas também podem ter um efeito de abstinência de drogas chamado de “insônia de rebote” quando deixam os benzodiazepínicos.
  • Tomar benzodiazepínicos com álcool ou alguns outros medicamentos pode ser perigoso.
  • Eles também podem aumentar o risco de quedas e confusão e tornar perigoso dirigir, inclusive no dia seguinte ao uso.

Diferentemente do que muitos pensam, os benzodiazepínicos são ineficazes para o tratamento da insônia crônica em longo prazo.

Além de ineficaz, seu uso prolongado causa tolerância (o que exige aumento da dose para prover o mesmo efeito) e alto risco de dependência.

Hipnósticos não-benzodiazepínicos (Fármacos Z)


Os Fármacos Z são uma classe de drogas muito parecidas com os benzodiazepínicos indicadas para o tratamento da insônia.

Eles recebem este nome porque os três primeiros medicamentos não benzodiazepínicos comercializados foram o zopiclona, zolpidem e zaleplona, todos iniciados com a letra Z.

A farmacodinâmica dos não benzodiazepínicos é quase inteiramente igual aos benzodiazepínicos, com benefícios, efeitos colaterais e riscos semelhantes.

Eles ganharam popularidade porque pareciam causar menos efeito de tolerância e dependência, o que não é mais aceito.

Da mesma forma que os benzodiazepínicos, eles só devem ser prescritos por cerca de 5 a 10 dias, ou ocasionalmente.

Melatonina


A melatonina é um hormônio produzido pelo próprio organismo, que tem como função regular os períodos de sono e de alerta do organismo.

Sua produção é controlada pela exposição a ciclos de luz e escuridão, sendo estimulada ao anoitecer e inibida durante o dia.

A melatonina também pode ser obtida por meio de suplementos alimentares. Estes suplementos ajudam a tratar a insônia, por aumentar o tempo total de sono e diminuir o tempo necessário para adormecer.

Ainda que a melatonina seja mais segura do que os benzodiazepínicos e hipnóticos não benzodiazepínicos, sua capacidade em melhorar os sintomas da insônia é questionável.

Em grupos específicos de pacientes, ela se mostra mais efetiva:

  • Pessoas cegas;
  • Tratamento do jet lag;
  • Trabalhadores que realizam turnos noturnos.

Medicamentos que causam sonolência


Além das medicações descritas acima, desenvolvidas especificamente para a indução ou manutenção do sono, diversas outras classes de medicamentos desenvolvidas com outras finalidades apresentam a sonolência e a indução do sono como efeito colateral.Eventualmente, estes medicamentos são usados com o propósito primário de induzir o sono. Entre eles, devemos considerar:

  • Medicamentos para Alergia (Anti Histamínicos): Difenidramina®; Hidroxizina®; Meclizina®; Prometazina®;
  • Relaxantes Musculares: Ciclobenzaprina (Miosan®, Musculare®, etc.); Carisoprodol (Mionevrix®, Mioflex®);
  • Orfenadrina (Dorflex®).
  • Medicamentos para Náuseas e Enjoos: dimenidrinato (Dramin®).
  • Medicamento para Cólicas: escopolamina (Buscopan®)
  • Analgésicos Opióides: Codeína (Tylex®, Codein®, Paco®); Tramadol (Tramal®, Tramadon®, Ultracet®);
  • Morfina.

Ao considerar o uso destas medicações, é preciso que se tenha consciência que a sonolência é apenas um efeito colateral destas medicações. Elas podem, desta forma, causar outros efeitos indesejáveis.

Além disso, o efeito sedativo que elas proporcionam é bastante variável. Em alguns casos, podem inclusive causar o efeito oposto, de excitação.

Ainda que muitos deles possam ser usados sem prescrição médica, o ideal é que se discuta sobre o seu uso previamente com o médico e que não se utilize estas medicações pela primeira vez durante um vôo com a finalidade de indução do sono.